Portadores de sonhos

Capítulo 18 : Batalha injusta

Uma enorme dor de cabeça estava agora á frente de Bill, Emiel, o nobre que tentou tirar-lhe o anel á força na esquecida e Criel o seu fiel criado, que o tentou matar ás ordens de Emiel. Bill estava convencido de que não o voltaria a ver depois do seu último encontro mas não podia estar mais enganado.

Quando Emiel chegou perto de Bill já a maioria das pessoas os fitavam com interesse, ao contrário de Emiel que olhava para ele com sangue nos olhos, o seu rancor ainda estava muito fresco pela forma como Bill o tinha humilhado e ao seu mordomo.

-Este rapaz!! - Gritou Emiel chamando a atenção do resto das pessoas que se encontravam na praça - Este rapaz estava na esquecida no dia em que a cidade foi atacada!!! – uma onda de sussurros começou - mas não se deixem enganar pela aparência, apesar de parecer um rapaz como os outros ele e o irmão foram os responsáveis pelo ataque - Mentiu Emiel provocando outra maré de sussurros.

-É mentira eu e o meu irmão quase que não conseguimos sair da cidade vivos - Defendia-se Bill das falsas acusações de Emiel, porém sem resultado.

-Digam-me como acham possível dois rapazes sem Dom e com uma magia fraca conseguirem escapar ao inferno de chamas que se abateu sobre aquela cidade, é impossível a menos...... - Emiel provocou um pequeno momento de suspense que aproveitou para olhar bem nos olhos de Bill antes de retomar o seu pensamento - que sejam espiões de Vanir o mago negro.

Ao ouvir a nova leva de sussurros Emiel esboçou um sorriso malicioso por ver que todos os estavam a acreditar na sua pequena história.

-Todos se devem lembrar de quando o maior e mais nobre rei foi morto pelo seu próprio irmão, e o terror que se abateu quando começou a governar impiedosamente todas as terras, mares e até mesmo os céus - A multidão estava completamente presa á história de Emiel e lançava a Bill olhares de ódio - Se não fossem os nobres a derrotá-lo juntamente com a comunhão dos sacerdotes ainda estaríamos sob seu domínio, mas nem mesmo com tantos sacrifícios foi possível destruí-lo, ele ainda anda por aí a restaurar as suas forças e mandou estes seus dois soldados disfarçados de crianças atacar aquela esquecida provavelmente para sequestrar os seus habitantes e transformá-los nas suas bestas.

-Vocês não podem estar a acreditar nisto, ele está a mentir com todos os dentes que tem na boca, qual o sentido de eu estar aqui se fosse realmente culpado?

-Cala-te seu monstro!! - Gritou um dos cidadãos completamente crente na história de Emiel.

-Sim, vai te embora não queremos que destruas a nossa cidade - Gritou uma mulher.

A situação estava complicada para Bill, á medida que Emiel continuava a falar ele era cada vez mais alvo de insultos e acusações. Não podia fazer ou dizer nada que fizesse o público mudar de ideias, a família de Emiel era muito conhecida além de poderosa, se uma pessoa normal se atrevesse a ir contra eles teria o futuro arruinado e o mesmo se aplicava aos nobres menos influentes, todos queriam cair nas boas graças dos Stiel e isso dava a Emiel uma tremenda vantagem sobre alguém como Bill sem reputação ou familiares com títulos, era uma luta injusta que ele não poderia vencer.

-Não se preocupem, eu próprio me encarregarei desta ameaça - anunciou Emiel ao mesmo tempo que o criado invocava o seu familiar.

O brasão do criado apareceu desenhado no ar permitindo a passagem de uma criatura que se assemelhava bastante a um enorme búfalo branco com três enormes chifres na sua cabeça. A multidão afastou-se antes do familiar cair pesadamente no chão, a praça ficou vazia em questão de minutos, minutos que Emiel aproveitou para contemplar a expressão de Bill. Criel surgiu por detrás de Emiel, satisfeito por poder resolver as suas desavenças com Bill sem que este tivesse oportunidade para fugir. Os três chifres do búfalo brilharam numa sintonia de cores antes de um raio amarelo ser disparado contra Bill. O primeiro ataque era apenas para causar medo em Bill mas o efeito foi totalmente o oposto. O plano de Emiel deixou-o mais irritado do que antes, pois além de fazer pouco dele e espalhar mentiras sobre si ainda tivera a coragem de pensar que um golpe de tão baixa categoria o iria afetar.