Capítulo 26: Novo mundo

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Se não estivesse com a garganta tão seca teria sido capaz de gritar, ainda desacreditando que tudo fora um sonho.

Senti os lençóis sobre as pernas, mas estava escuro e o seu corpo ao lhe respondia direito, além da dor insuportável que vinha do seu ombro. Ao mexer-se sentiu a sua mão dormente e o cheiro a sangue o levou a acreditar que talvez ele tivesse acertado aquela coisa.

Bill tentou arrastar se para fora da cama mas logo bateu com caiu sem forças, o seu coração batia freneticamente, a qualquer momento alguma coisa podia sair das sombras atrás dele, estava ofegante, com medo e apesar de não conseguir ver os seus olhos não podiam estar mais abertos, a espera de raptar qualquer traço de luz.

Tateou o chão à sua volta até sentir alguma coisa que pudesse usar como apoio para se levantar parede, depois de minutos de esforço conseguiu-se colocar em pé e apoiando se na parede tentou procurar qualquer coisa que lhe parece-se uma porta.

Após vários minutos Bill sentiu que as suas mãos tocarem em uma superfície de madeira, ainda agoniado tentou procurar a maçaneta e quando os seus dedos roçaram em algo metálico Bill logo tentou abrir a porta, na sua situação deplorável ver que mesmo abrir uma maçaneta era demais para sí trouxe um sentimento de frustração á sua mente, e apertando a maçaneta com força girou-a até abrir a porta.

Após cambalear para fora do quarto, sentiu uma nova sensação de aflição, a luz fraca, as incontáveis portas, a sensação de estar encurralado deixava-o ainda mais desorientado. A cabeça ainda quente, as pernas bambas, as dores a alastrar, os seus olhos mal conseguiam traduzir o que ele estava a ver, de segundo a segundo as imagens ficavam desfocadas e as cores desapareciam e aos poucos levavam-no ao desespero.

O som de uma porta a abrir, as dobradiças velhas a chiar alertou Bill que se virou para a fonte do som, as luz súbita que surgiu  no corredor desorientou-o por completo. Da imagem desfocada que os seus olhos podiam lhe oferecer Bill reconheceu alguém com uma estatura feminina, com uma roupa preta, semelhante a do Doreán.

O seu cabelo parecia curto e escuro mas os traços azuis que por vezes o seu olhar cansado captada...pareciam madeixas azuis. Para ela era como ver um cadáver envolto em ligaduras a tentar andar e a espalhar sangue pelo chão, apenas Bill não reparou que as suas feridas haviam se voltado a abrir.

A moça correu para o ajudar, mas o brilho de algo metálico fez Bill vê la como ameaça, balançando violentamente com a cabeça tentando morde-la e dando-lhe cabeçadas, mas isso apenas o deixou pior e pouco depois estava a cuspir e a tossir violentamente aninhado no chão.

Quando ela se aproximou dele tentou levanta-lo, mas Bill com o resto da sua força mordeu-a no braço, rasgando a sua pele e espalhando algumas gotas no chão. Porem ela não deu importância a isso apenas o colocou ao ombro e o levou novamente para dentro, deitando-o na cama novamente quando ele largou o seu braço.

Passou a mão pela sua testa suada e afastou os seus cabelos loiros da frente do seus olhos, a sua testa ardia e o suor parecia não parar.

-Estás com febre, tens de ficar de cama - Ordenou-lhe enquanto lhe enchia um copo com água e preparava toalhas com agua fria.

-Então como vai o nosso paciente? - Perguntou Doreán bastante animado por ver Bill de pé enquanto ele limpava os óculos com um pano cinza.

-A ferida voltou a abrir mas não parece ter infectado porem a febre dele continua a subir - Informou a rapariga.

-Normal, o corpo dele esta a tentar destruir tudo o que entrou para dentro dele - esclareceu Doreán aproximando-se.

-O Elliot.....- Perguntou depois de esvaziar o copo que ela lhe estendeu - ele está vivo?

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