NEVIO FALCONE
— FLASHBACK 18 ANOS —Alguns diriam que não sei cuidar das coisas. Veja bem, meus métodos não são convencionais.
Eu acredito que precisamos tirar de nosso caminho as coisas que nos incomodam. Cortar o mal pela raiz, por assim dizer. Se algo não me faz bem, eu o tiro de minha vida, mesmo que seja doloroso.
Isso não significa que eu não gostei de tal coisa, apenas que me coloco em prioridade, ao invés dela.
Muitos chamam isso de egoísmo, eu gosto de chamar de auto cuidado e preservação.
Gosto de cuidar de mim, porque sei que nos meus piores momentos, somente eu mesmo e meus próprios demônios serão capazes de fazer com que eu saia do limbo que estou prestes a cair.
Mesmo assim, isso não significa que não seja capaz de cuidar das pessoas próximas a mim.
Lógico, meu cuidado não é o que se espera. Não serei o tipo de pessoa que poupa palavras e não irá te machucar quando necessário para que você perceba a ladeira que está caindo, ao contrário de minha gêmea, não sou gentil.
Sou cético, ogro às vezes e direto ao ponto. Estarei com você em vários momentos, mesmo se tiver certeza que está errado em suas decisões, apenas não ferre comigo ou com minha cabeça. Isso é o pior erro que uma pessoa pode cometer nessa fase da terra.
Meus sentimentos, por mais que eu aja como se os tivesse, não estão aqui, e mesmo se estivessem, seriam completamente podres. Como uma maçã velha.
Não tente achar que provando da maçã, você sentirá um gosto bom em sua boca, pelo contrário, tenha certeza de que achará tudo, exceto isso.
É um aviso que gosto de dar para todos aqueles que tentam se aventurar nas águas de meu ser, antes de serem totalmente consumidos pelas minhas ondas tortuosas e acabarem morrendo afogados.
Entretanto existem algumas pessoas das quais minhas ondas insistem em desviar e não afogar, e talvez por isso, minha vontade de quebrá-los, ou melhor, protegê-los, seja a sensação mais forte que já senti em toda a minha vida. E tenho certeza que será assim até o fim de minha vida.
Não é segredo para ninguém o territorialismo que tenho com as coisas que são minhas. Meus irmãos. Meus pais. Minha família. Minha cidade. Tudo está em meu domínio, são meus para cuidar e proteger, contudo existe uma pessoa que eu sempre quis algo a mais além disso.
Aurora é meu pecado mortal.
Ela é meu fruto proibido do jardim do Éden, ao qual minha alma anseia que eu prove, contudo, eu não o faço. Não somente por ela ter apenas 15 anos, mas sim porque ela faz parte da minha família, e assim como eles, ela deve ser protegida de tudo, inclusive de mim.
Pensando desse jeito, talvez fosse sábio ficar longe dela. Colocar distância entre nós e não alimentar a paixonite fútil que ela tem por mim. Isso seria o certo a se fazer.
Mas eu nunca fui o tipo de pessoa que faz as coisas do jeito certo.
Fazia exatamente uma semana que tio Adamo e tia Dinara foram a Las Vegas, e trouxeram Aurora para o acampamento junto com eles. Eu percebi a relutância do tio Fabiano ao deixar ela ir, mas algo me dizia que minha presença ajudou nesse decisão.
Eu e meu tio nos dávamos muito bem, menos quando se tratava da Scuderi. Quando criança, tio Fabiano e eu costumávamos passar horas brigando sobre de quem Aurora era. Claro que ele ganhava com o argumento "eu sou o pai dela", mas eu nunca liguei para isso.
Massimo gosta de dizer que tudo isso se trata de transferência. Estou transferindo minha falta de emoções para alguém e me apegando, como se ela pudesse ser a minha âncora.
Aurora é a única pessoa, além de Greta, que consegue alguma parte suave minha. Ela simplesmente desperta o meu melhor, mesmo que eu não tenha nada de bom a oferecer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
❝◆⃘᳝࣪࣪❛͓𝕭ᵧ ⅅ⍺ɾḳ O⨏ Rυ¡ⴖ (+18)❜┆❫ ۪
Romance° ៚🌟ˎˊ˗ 𝐀𝐔𝐑𝐎𝐑𝐀 𝐒𝐂𝐔𝐃𝐄𝐑𝐈 nα̃o é umɑ gɑrotɑ comum no mundo dɑ mάfiɑ. ɑssim como todɑ gɑrotɑ, elɑ desejɑ liberdɑde e ɑventurɑ, desejɑ se sentir verdɑdeirɑmente vivɑ. Rory é vistɑ como ɑ gɑrotɑ doce e ɑlegre que todos gostɑm. Elɑ é...