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AURORA SCUDERI
— ATUAL 2039 —

                     Minha cabeça ainda doía desde a noite passada

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                     Minha cabeça ainda doía desde a noite passada.
                     No começo tudo parecia que iria acabar bem. Eu e Carlotta iríamos à festa, iríamos curtir, beber e nos divertir como nunca. Por uma fração de segundos eu realmente achei que isso iria acontecer.
                     Em um momento eu estava no céu, e quando eu me dei conta, eu já estava no inferno.
                     A lembrança de Miles jogado no chão se sufocando com o seu próprio sangue se repetia milhares de vezes na minha mente, me assombrando e me torturando.
                    Eu devia saber que isso não iria dar certo. Devia saber que enquanto Nevio estiver perto, Caos e destruição o perseguem.
                    Ele sempre foi do estilo possessivo, não gostava que as pessoas mexessem com o que era dele. E ele me via como dele. Eu era seu brinquedinho favorito que ninguém jamais poderia tocar, a não ser que quisesse acabar morto.
                    Com tudo o que aconteceu no passado, eu realmente achei que ele tivesse me esquecido, que eu tivesse me tornado seu brinquedinho quebrado que ele não queria mais brincar. Mas eu estava enganada. Profundamente enganada e agora eu sabia disso mais do que nunca.
                    Depois que Massimo nos deixou em casa, eu ao menos troquei mais de dez palavras com Carlotta. Não estava afim de falar sobre o que aconteceu na noite passada. Eu precisava processar tudo o que tinha acontecido.
                    Eu mal tinha dormido essa noite, fiquei a madrugada inteira pensando e tendo pesadelos sobre a noite passada. Foram apenas alguns minutos de cochilo até acordar novamente. Carlotta parecia estar dormindo igual a uma pedra ao meu lado.
                    Me levantei da minha cama e caminhei em direção ao banheiro. Meu celular tinha morrido a algumas horas mas a supor pela iluminação lá de fora, não se passava das nove horas da manhã. Cheguei no banheiro e encarei o reflexo que tinha lá. Tinha uma marca bem fraca de mãos em meu pescoço, mãos do Nevio.
                    Parte de mim quis chorar naquele momento, não de tristeza, mas de frustração. Odeio me sentir desse jeito, odeio pensar que parte de mim gostou da noite passada, eu odeio o fato de minha calcinha estar molhada quando cheguei em casa. Engoli a vontade de chorar e procurei em minhas coisas alguma base de maquiagem. Meus pais não podiam ver essa marca em meu pescoço.
                    A marca estava bem fraca, não dava para ver nada depois que eu passei uma camada de base ali. Estava imperceptível.
                    Eu sei que devia deixar essa marca amostra, deveria deixar meu pai ver o que Nevio fez na noite passada e deixar que ele sofra as devidas consequências, mas eu não queria isso. Eu sabia que as consequências provavelmente seriam grandes o suficientes para uma briga de família e provavelmente eu nunca mais veria Nevio, e eu não queria isso.

— Está tudo bem? — Ouço a voz de Carlotta preocupada atrás de mim.

— Claro, eu só ia escovar meus dentes. — Dei um sorriso fraco olhando pra ela pelo reflexo do espelho.

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