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NEVIO FALCONE
— ATUAL 2039 —

                     O descontrole e o controle são duas coisas que andam lado a lado, segurando firmemente a mão uma da outra

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                     O descontrole e o controle são duas coisas que andam lado a lado, segurando firmemente a mão uma da outra. A maioria das pessoas acredita que o controle só pode existir quando o descontrole não está na jogada, mas as coisas não são tão fáceis assim.
                     O controle é um passo adiante que todos nós precisamos dar para aprendemos a nos controlar. O descontrole por outro lado é algo completamente necessário.
                     O controle só pode nos levar até certo ponto, porém é o descontrole que é capaz de nos levar a passos ainda mais longínquos.
                  Em determinados momentos o descontrole tanto emocional quanto físico, pode resultar em várias coisas. O controle nos leva longe, ele nos dá disciplina e nos ajuda a manter coisas coisas das quais não deveríamos fazer, ao nosso controle. Porém são as coisas que não temos ao nosso poder que realmente contam e mostram ter sua própria importância.
                     As pessoas podem prosperar no descontrole tanto quanto na agressividade. Com ela, aos poucos nós nos vemos descendo uma espécie de ladeira, ficando na ponta de um precipício, no qual aos poucos, sentimos vontade de nos jogarmos e ver o quão fundo, ou se no final dele pedras estão à nossa espera.
                    Desde quando eu era pequeno, tudo à minha volta sempre foi controlado, exceto a minha mente. Ela era impulsiva, tinha vida e desejos próprios, e quando eu percebia, estava sendo manipulado por cordas invisíveis e entrando em ação. Quando sua mente não está sob seu controle, você é forçado a se ver vivendo numa espécie de mar.
                    Uma hora você está tentando nadar, pacificamente, e na outra está sendo afogado por grandes ondas que te engolem tão rapidamente que você mal tem a oportunidade de tentar lutar contra elas. Você continua lutando durante algum tempo, assim é pego de surpresa. Mas depois que você percebe que não tem saída, deixa acabar se levando.
                    Você deixa a água invadir os seus pulmões e ao poucos, seu corpo vai perdendo completamente a vida. Esse é um momento de descontrole que pode te levar ao controle no fim das contas. Quando você percebe que não tem nada mais a perder, e que se jogou no fundo do precipício, existe uma espécie de liberdade que você sente neste exato momento.
                    É como a morte. É necessário que você abra mão de quem você é, para que você se torne tudo que pode realmente ser. Atingindo todo o seu potencial.
                    Estou com os olhos fechados nesse momento, apenas sentindo o cheiro de sangue enquanto gritos e tiros dançam pelo ambiente ao meu redor. Não me preocupo em ser atingido. Apenas saboreio o gosto do caos do lugar, quase como se fosse a comida mais saborosa do mundo.
                    Ouço um ranger de madeira atrás de mim, sei que alguém está se aproximando antes mesmo que o faça. O som da arma engatilhada chega aos meus ouvidos, e então logo em seguida o barulho de um disparo. O tiro seria certeiro em minhas costas, se eu não me abaixasse no momento exato e lançasse minha faca serrilhada para o alvo atrás de mim.
                    Eu nem ao menos preciso olhar para trás, para saber que o acertei. Seu corpo cai no chão. O gemido de um homem começando.
                    Me levanto com um sorriso no rosto e ando até ele. O cara deve ter seus 57 anos. Seus cabelos são ruivos e longos, e quase me fazem lembrar de chamas e uma ideia passa em minha cabeça, aumentando ainda mais o meu sorriso.
— Achou que poderia me matar, Vittorio? — eu pergunto dando passos em sua direção, o homem deixando se segurar a faca em seu estômago e começando a se arrastar pelo chão. — Ninguém nunca te disse que atacar alguém pelas costas é um ato de covardia?
— Por favor... — ele pede enquanto continua a se arrastar, seu sangue deixando um rastro pelo chão. — Nós não queríamos...
— Invadir meu território? — eu lhe dou um chute, forçando o mesmo a deitar de costas para o chão enquanto eu me agacho e retiro a faca de seu estômago, sangue começando a vazar. — Vocês, soldados da Famiglia, não sabem onde se meteram.
— Eu tenh... — ele gagueja de medo. — Eu tenho família.
— Deveria ter pensado nisso antes de colocar os pés em Las Vegas. — eu levo a faca até seu rosto, ameaçando retalha-lo. — Me diga. Porque vocês estão aqui?
— Nós não...
— Não minta, você só está vivo porque ainda mantém meu interesse, não queira perdê-lo. — eu deixo um corte profundo em sua bochecha, o mesmo tentando se afastar mas enquanto eu enfio a faca em seu estômago novamente. — Porque vocês estão aqui?
— Ordens... — ele engasga com sangue conforme eu torço a faca em seu estômago. — Só obedecemos ordens.
— Por que Luca Vitiello mandaria que vocês atacassem um de nossos estabelecimentos vazios, ao invés de mandar vocês atacarem um de nossos carregamentos de drogas? — eu reflito. — Seria muito mais vantajoso e nos daria mais problemas.
— Não foi o capo... — ele geme de dor, seu corpo começando a ficar pálido e seus olhos começando a se fechar aos poucos.
                    Tiro a faca de seu estômago e enfio em sua perna, o mesmo parecendo ganhar vida gritando e eu lhe dou um soco.
— Quem foi? — eu interrogo. — Quem mandou que fizessem isso?
— Amo. — ele sussurra o nome, e automaticamente minhas mãos se fecham em punhos. — Amo Vitiello nos mandou.
                    Seu peito está pesado, ele respira com dificuldade enquanto o sangue continua saindo de seus ferimentos. Ouço passos pesados atrás de mim, e não preciso olhar para trás para saber que são Alessio e Massimo. Eles escutaram o mesmo que eu.
                    Dou um tapa na cara do soldado da Famiglia, acordando o mesmo que estava prestes a perder a consciência.
— Você foi bem, Vitorrio. — um sorriso aparece em meus lábios enquanto eu finjo arrumar a gola de sua camisa. — Felizmente você me manteve muito interessado nessa conversa, parabéns. — o homem ruivo sorri, um pingo de esperança aparecendo em seus olhos. — E é por isso que você será o porta-voz do meu recado para o fodido Vitiello.
— O que?
                    Antes que ele continue a falar, minha faca serrilhada está perfurando sua caixa torácica. O mesmo engasgando com o sangue em sua boca enquanto eu torço a faca no lugar, ouvindo o barulho de seus ossos quebrando.
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Levamos os corpos para o deserto e tacamos fogo neles, fazendo a gentileza de gravar o feito com um dos celulares dos soldados e enviar o vídeo diretamente para os outros soldados da Famiglia.
                    O corpo de Vittório teve um caminho diferente mas ainda sim o mesmo propósito. Depois de abrir sua caixa torácica, eu arranquei seu coração ainda batendo lentamente de seu corpo e o coloquei em uma caixa. A esta hora o pacote deve estar quase chegando a cidade de Nova York, e dentro de algumas horas Amo e sua família receberão meu presente com um papel escrito "o seu será o próximo."
                    Sei que posso ter sido um pouco radical, mas a questão é que ele teve a coragem primeiro de invadir o território da minha família. Meu território.
                     Seus soldados tiveram a ousadia de tentar destruir um dos restaurantes que estão sob a nossa proteção. Isso não ficaria e não vai ficar barato. Os Vitelos começaram essa guerra, e eu vou terminá-la quando tiver o coração de Amo Vitiello ainda pulsando em minha mão.
— Você fez o que? — meu tio Adamo pergunta enquanto me sirvo de um copo de whisky.
— Ele arrancou o coração do soldado e mandou diretamente para a casa de Luca. — Massimo explica novamente. — Com uma mensagem dizendo que o próximo coração será o de Amo.
— Eu achei poético. — tio Sávio debocha enquanto se senta no sofá ao lado de tio Adamo. — Ele roubou o coração da nossa dollface, é justo arrancarmos o dele.
— Greta está apaixonada por ele, é diferente. — tio Nino retruca e olha para mim. — Você matá-lo só vai fazer com que ela adoeça mais.
— Greta acha que está apaixonada, é diferente. — eu bebo todo o líquido e olho para meu tio em seguida. — Só porque vocês encontraram o amor, não significa que todos nós encontraremos. E com toda certeza ela não o encontrou naquele filho da puta.
— Greta deve permanecer em Las Vegas. — Meu pai finalmente se pronuncia, sério. — Ela deve ficar junto de sua família.
— Vocês já chegaram a perguntar o que ela quer? — tio Adamo pergunta, seu olhar indo diretamente para meu pai. — Antes você achava que eu também deveria permanecer junto com a família, contudo você deixou eu viver nos acampamentos, porque?
— É diferente. — meu pai responde.
— Por que? Por que você acha que ela não pode se cuidar sozinha? — tio Adamo leva um olhar penetrante de meu pai, contudo ele não hesita em continuar. — Deixe que ela escolha, igual deixou Serafina escolher.
— Greta permanece em Las Vegas, e ponto final. — eu digo, o copo estourando em minha mão e fazendo um corpo na mesma por tê-lo apertado com força. — Além disso, Amo está casado e tem uma família agora. Ele não colocaria tudo isso a perder.
— Tecnicamente... — a voz de Alessio vem do sofá, de onde ele está sentado ao lado de seu irmão. — Ele e Cressida não estão mais juntos, estão separados, a única coisa que os mantém juntos é a criança.
— Como assim? — meu tio Sávio rouba as palavras de minha boca.
— Pelo o que estou sabendo, Amo se separou de Cressida porque ela o enganou. A bebê que nasceu, Allegra, não é filha dele. — Alessio diz, achando graça da situação. — Então ele se separou, ela só continua viva por conta da filha.
— Como diabos você sabe disso? — eu pergunto-lhe fuzilando com os olhos. — E por que não me contou?
— Eu tenho minhas fontes. — ele dá de ombros. — E você quer mesmo que Greta saiba que eles estão separados? Isso só faria ela ter esperança de algo que nunca vai acontecer.
— Por que agora? — Massimo murmura, chamando nossa atenção.
— O que? — Tio Fabiano pergunta.
— Por que agora? — Massimo repete a mesma pergunta. — Por que Amo mandaria atacar um de nossos restaurantes? Mesmo quando eles viram que não tinha ninguém, os soldados somente começaram a quebrar tudo, por que? Por que, fazer isso só agora e atacar um lugar onde ninguém sairia machucado?
— Talvez eles sejam burros e não tenham entendido a ordem direito. — tio Sávio diz.
                    Eu começo a pensar, e somente uma pessoa vem à minha mente. Greta. Seu rosto pálido, e os olhos tristes.
— Não. — é tio Nino que fala agora. — Isso foi uma distração. Ele sabia que vocês encontrariam os soldados e os matariam da pior forma possível. Essa era a intenção.
— Greta. — Uma clareza passa por mim, e assim que levanto o meu olhar para olhar para meu pai, ele já está dando a volta na mesa.
— Liguem para casa, perguntem por Greta. — ele manda enquanto eu e meus primos já estamos saindo pelas portas de seu escritório.
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                    Hoje em Las Vegas a noite está movimentada. As luzes estão mais brilhantes do que nunca, e mais carros estão nas ruas por conta de um show que acontecerá em um dos hoteis luxuosos.
                    Eu não me importo com nada disso. Meu pé está no acelerador enquanto eu desvio dos carros e piloto a moto pela pista o mais rápido possível. Massimo e Alessio estão atrás de mim. Nossos pais e tios também, mas como estão de carro, eles acabaram ficando mais para trás.
                    Não demora muito para que nós três cheguemos até a mansão. Passamos pelo portão e largamos as motos no pátio enquanto eu corro e passo pela porta, entrando na cozinha que está totalmente escura. Um arrepio passa por minha nuca e eu tiro minha arma da jaqueta e mantenho a mesma em minha mão enquanto adentro mais na mansão. Alessio e Massimo fazem o mesmo.
                    Passamos pela sala, que também está completamente escura, e então começamos a andar pelo corredor até que ouvimos gritos vindo diretamente da ala de tio Nino e tia Kiara. Corremos imediatamente para o lugar.
                    Com a arma em mãos, eu sou o primeiro a entrar e as mulheres gritam mais. Eu olho confuso para mamãe, tia Kiara, tia Leona e Tia Gemma que estão sentadas no sofá, nos olhando assustadas.
— O que você está fazendo? — mamãe me pergunta enquanto eu guardo a arma em meu coldre.
— Por que vocês estão aqui? — pergunto enquanto Alessio e Massimo passam por mim e começam a revistar o quarto.
— Noite das garotas. — tia Kiara responde enquanto para de abraçar tia Leona. — Hoje foi a vez de Dinara escolher o filme. Ela gosta de filmes de terror.
— Isso é não é terror. — tia dinara diz assim que passa por mim, bagunçando o meu cabelo como se eu fosse um cachorro.
— Eu não sou um cão.
— Mas parece um. — ela diz brincando enquanto meus primos voltam para a sala, se aproximando do sofá, preocupados com sua mãe que apenas sorri. — O que está acontecendo?
— Onde está Greta? — eu pergunto.
— Ela e Rory estão em seu estúdio de balé, estavam conversando. — tia Gemma responde.
— Carlotta também está aqui? — Massimo pergunta fingindo indiferença, mas tia Gemma lhe lança um olhar questionador.
— Isso vai ser bom. — Alessio debocha.
                    Por mais que eu ame minha família e adoro assistir suas conversas, neste momento não tenho paciência para nenhuma dessas coisas. Eu saio da ala de meus tios e caminho diretamente para o estúdio onde minha irmã costuma dançar. Assim que chego perto da porta, sou capaz de ouvir a risada de Aurora e isso me faz hesitar por um momento.
                    Algo estranho acontecendo, meu estômago sendo retorcido, mas ignoro essa sensação e entro no estúdio, surpreendendo minha irmã e Aurora, que param de falar assim que me vêem.
— Estou atrapalhando alguma coisa? — eu pergunto, dando uma boa olhada em Greta antes de andar pelo estúdio olhando as janelas para ter certeza de que tudo está bem.
— Não. Apenas papo de garotas. — Greta responde. — O que você está fazendo?
— Apenas me certificando de uma coisa. — eu digo, olhando para as duas de forma desconfiada. — O que fizeram hoje?
— Eu fiquei dançando e Aurora participou de uma das corridas do tio Adamo. — Greta diz, um pequeno sorriso aparecendo em seus lábios. — Ela estava me contando como foi.
— Sim. — Aurora completamente, atraindo minha atenção. — Pensei fazer algo em homenagem a Miles, sabe, agora que ele foi morto.
                    Ela me fuzila com os olhos e vejo a raiva em seu olhar. Ela queima, alimentando o próprio fogo que há dentro de mim.
— Eu vou para casa. — Aurora se levanta. — Tenho que ligar para Carlotta, perguntar como ela está.
— Diga que eu desejo melhoras. — Greta diz e começa a se alongar.
                    Eu permaneço uns minutos observando a minha irmã em silêncio antes de sair pelo corredor, e ir atrás da Scuderi. Com sorte, consigo alcançar Aurora, que ainda está no jardim, próxima a piscina. Seguro o seu braço e a puxo em minha direção, suas mãos indo em direção ao meu peito enquanto seus olhos azuis me prendem.
— Por que sinto que você está me escondendo alguma coisa? — eu pergunto, soltando o seu braço.
— Você sente? É realmente capaz de fazer isso? — Aurora debocha e eu levo minha mão até sua nuca, aproximando nossos rostos.
— Não brinque comigo Rory, ou...
— Ou o que? Haverá mais Miles daqui em diante? — ela instiga, se aproximando mais de mim e me provocando ao mesmo tempo. — Suas ameaças não funcionam comigo, Nevio.
— Você... — eu olho em seus olhos, notando um brilho diferente neles. — Algo diferente aconteceu.
                    Ela permanece calada com um sorriso no rosto, mesmo ainda estando em meu domínio. Ouço passos vindo do jardim e solto sua nuca.
— Aurora. — a voz de tio Fabiano aparece. — Para casa.
— Já vou. — ela responde, seu sorriso aumentando enquanto ela se aproxima de mim e sussurra em meu ouvido. — Você assusta a todos exceto a mim, Nevio. Não finja que passará dos limites comigo, quando nós dois sabemos que você está se segurando ao máximo para não fazê-lo.
                    Então ela se afasta e caminha em direção a tio Fabiano, e tenho que me segurar ao máximo para não prendê-la contra a parede e mostrar o quão longe eu posso ir com ela.

₊🫧꒷꒦‧₊˚⋆ Olá gente, tudo bem? Esperamos que você, leitor, tenha gostado e continue comigo nessa viagem para conhecer esses personagens incríveis, e que se apegue a eles tanto quanto eu já estou apegada!‧₊🫧꒷꒦‧₊˚⋆ Vote e comente para que eu saiba ...

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₊🫧꒷꒦‧₊˚⋆ Olá gente, tudo bem? Esperamos que você, leitor, tenha gostado e continue comigo nessa viagem para conhecer esses personagens incríveis, e que se apegue a eles tanto quanto eu já estou apegada!
‧₊🫧꒷꒦‧₊˚⋆ Vote e comente para que eu saiba as suas opiniões, ou até mesmo ideia e especulações. Isso me ajuda demais!
‧₊🫧꒷꒦‧₊˚⋆ Um 💋 a todos e voltamos com mais um capítulo em breve!

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