2. Lucca

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Eu já estava há um ano e meio fora de casa. Quero dizer, minha casa no Brasil, porque agora o meu lar era no Canadá, cuidando das empresas do meu pai e que agora eram minhas.

Meu pai sempre foi um herói pra mim. Ao longo de toda a minha vida, 27 anos, acho que não teve um dia em que não o admirei. A forma como ele lutou e conquistou tudo o que quis me fez querer ser igual a ele. A minha escolha por Engenharia Civil é inspirada nele, assim como todos os meus trabalhos após formado. Estagiei e trabalhei em várias empresas no Brasil e nunca quis trabalhar de imediato na empresa do meu pai. Eu queria seguir o meu caminho sem a influência dele, ser grande sem usar o sobrenome Albuquerque De Morais. Depois que conseguisse o reconhecimento necessário, aí sim, seria um sonho trabalhar com ele para somar na nossa empresa. E assim, foi.

Ele sempre apoiou essa minha decisão de trilhar meu próprio caminho e eu sempre pensei que ia ter que pedir para entrar na Albuquerque De Morais Engenharia quando achasse que estava pronto, mas para minha surpresa, as coisas foram diferentes. Há dois anos, quando ainda morava com meus pais, cheguei do trabalho e ele estava me esperando no sofá com uma garrafa de champanhe. Logo perguntei:

— Nossa pai, qual a ocasião? — E sem enrolação ele respondeu:

— É a sua contratação na minha empresa, na nossa empresa. —Ele respondeu.

Eu não entendi bem e não consegui disfarçar minha cara de surpresa e ele logo emendou:

— Você, meu filho, já está mais que pronto pra trabalhar comigo e futuramente assumir essa empresa. Você já fez seu nome, já trabalhou em grandes projetos e grandes outras empresas. Já ganhou até o prêmio de jovem promissor da engenharia. Não quero mais perder tempo. Eu quero o melhor comigo.

Eu só tinha 4 anos de formado e não achei que esse momento chegaria tão rápido. Não disfarcei a emoção e aceitei. Nós brindamos e fomos contar pra mamãe e Oliver que ficaram muito felizes.

Trabalhei seis meses com ele na empresa do Brasil, nesse meio tempo aluguei um apê e sai de casa também. Eu já estava com 25 anos e queria o meu canto, mas logo ele veio com a ideia de irmos passar um tempo na filial do Canadá. Os negócios não andavam muito bem por lá e precisávamos resolver de perto, e isso levaria tempo.

Quando demos a notícia que íamos passar um tempo longe, foi um baque pra mamãe, mas mesmo assim ela e Oliver desejaram tudo de bom nessa nova fase. A ideia era que eu ficasse como o CEO da empresa e o papai voltasse logo.

Após a notícia, quando todos subiram, minha mãe veio me dizer que não sabia se conseguiria ficar longe do "bebê" dela. Eu e minha mãe sempre tivemos uma ligação especial. Ela me abraçou forte e vi lágrimas em seus olhos. Aquilo me quebrou, mas eu disfarcei. Apenas fiquei ali, abraçando ela e percebi que também ia sentir muita saudade.

— Dorme aqui essa noite? — pediu ela com uma voz muito carinhosa.

— É claro, mãe. — Respondi.

Depois que ela se acalmou fui direto pro Oliver, eu precisava saber se ele estava bem. Oliver era muito ligado com nosso pai e senti que ele ficou muito quieto com a notícia. Acho que ele estava triste.

— E ai, cara? Posso entrar? — Perguntei batendo na porta.

— Claro, novo CEO da Albuquerque De Morais. —Ele respondeu rindo.

— Cara, como é que você tá com isso? Sei que você é super ligado com o papai. Perguntei logo sem rodeios.

— Lucca, papai tem essa filial a anos no Canadá e nunca foi pra lá ficar tanto tempo. Eu sabia que isso aconteceria em algum momento. E não é como se ele fosse embora pra sempre, né? Já já vocês voltam... E, eu já sou bem grandinho também, né? Eu tô de boa. — Ele respondeu sorrindo e dando um soquinho leve no meu peito.

Oliver sempre foi mais emotivo com tudo. Sempre me preocupei com isso. Ele era o meu irmão caçula que eu sempre cuidei e estive por perto. Acho que na verdade era eu que estava com medo de não estar mais tão presente pra ele, mas ele realmente já era um homem e não precisava mais de todo esse cuidado.

— Ahhh, não esquece de falar com a Maya! Ela vai ficar triste se você for sem se despedir. — Gritou ele quando eu já estava entrando no meu antigo quarto.

Mal sabia ele que a Maya foi a primeira pessoa em que pensei quando soube que ia embora...  

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 Oi, pessoal! ❤️
Qual a primeira impressão que vocês tiveram do Lucca? 

Me contem tudo nos comentários  e por favor, cliquem na estrelinha❤️🙏

Um Conto para TrêsOnde histórias criam vida. Descubra agora