Pov S/n Hime:
Muita coisa mudou depois daquele dia. Digo muita mesmo!
Após Kazutora Hanemiya ter sido preso, mamãe ficou muito mais rígida. Ela me culpava todos os dias pela morte de seu marido, dizia que eu era amiga de um assassino e podia acabar me tornando uma assassina também. Sim. Ela dizia isso para uma criança de onze anos.
Ela me colocou em uma escola integral e começou a exigir que eu fizesse solos infantis de ginástica com cachê. Era basicamente apresentações de ginástica toda semana, isso exigia muito de mim e eu acabei tendo uma adolescência bem desgastante.
Quando eu tinha quinze anos, tentei explicar para ela oque tinha acontecido no dia da morte de Kenji, mas ela se recusou a me escutar e me chamou de louca porque de acordo com ela, Kenji era incapaz de fazer qualquer coisa comigo.
Bom, ela escolheu o lado dela. Então quando fiz dezessete anos, fiz uma estimativa de todos os cachês que ela havia ganhado pelas minhas apresentações e transferi todo o dinheiro de sua conta bancária para a minha. Nada mais justo.
Logo em seguida, saí de casa e fui morar em um apartamento em Shibuya.
Enfim, depois daquele dia, por eu ser uma criança e ter sido muito apegada ao Kazutora Hanemiya, eu sofri muito com sua prisão. Eu chorava todos os dias antes de dormir e me culpava por tudo aquilo, só me acalmava quando abraçava o tigre de pelúcia que ele me deu.
Eu passei a levar aquela pelúcia para todo lugar, escola, ginástica, parquinho... Era como se o próprio Kazutora estivesse comigo. Mas quando minha mãe percebeu que eu estava muito apegada ao tigre de pelúcia, ela o rasgou com uma faca bem na minha frente.
Eu sei, minha mãe é completamente louca.
Atualmente tenho dezoito anos, não tenho nenhum tipo de contato com a minha família ou com a família de Kazutora. Não sei quanto tempo ele vai ficar ou ficou no reformatório, mas não pretendo ter nenhum tipo de contato com ele. É passado.
Vamos focar na minha vida atual. Como já disse, moro em um apartamento em Shibuya, adotei uma gatinha tricolor, seu nome é Miya, comprei uma moto, faço parte de uma companhia de dança por puro hobby e acabo tirando dela dinheiro para o meu sustento.
Mesmo sendo forçada a dançar na minha infância, nada disso mudou meu amor pela ginástica. É uma forma mais intensa de se expressar.
-Eu espero que tenha prestado atenção no que falei!- Mei, minha melhor amiga, diz.
-Foi mal, não escutei uma palavra.- Digo.
Conheci Mei com dezesseis anos no ensino médio. Meu ensino médio também foi uma merda, mas Mei resolveu ignorar os boatos que rolavam sobre mim e ir falar comigo. Desde o dia que ela falou comigo, ficamos inseparáveis.
Mei tem os cabelos ondulados curtos e é ruiva dos olhos castanhos.
-Eu disse que você é uma sonsa, safada que não presta atenção no que eu falo.- Ela brinca e eu solto uma risadinha.
- Vá a merda, fala logo!
-Eu só disse que é melhor agilizar se não quiser perder o horário do seu ensaio!- Ela diz.
Arregalo os olhos no mesmo instante e olho a hora em meu celular, vendo que faltam dez minutos para encontrar a companhia de dança no Studio.
Eu e Mei estávamos em um restaurante, combinamos de almoçar juntas, mas acabei perdendo a noção do tempo.
Beijo a bochecha de Mei, deixo o dinheiro para pagar o almoço em cima da mesa e me despeço da ruiva, saindo dali apressada.
Saio do restaurante e vou até minha moto que estava estacionada ali perto. Passo a chave na mesma e dou partida até o Studio.
A companhia de dança, a qual faço parte, está desenvolvendo uma apresentação muito conhecida, é o clássico "Black Swan", ou seja, Cisne Negro. É um clássico do balé, mas faremos uma versão mais intensa, usando mais a ginástica rítmica.
Faremos essa apresentação no teatro mais conhecido de Tokyo, será algo realmente grande, por isso fico nervosa em relação a isso.
Eu serei o cisne negro, a principal. Isso foi decidido a partir dos testes da companhia de dança, e somente a intensidade dos meus passos conseguiram chegar no que o cisne negro busca passar.
Finalmente chego no Studio, estaciono minha moto e desço da mesma, arrumando meus cabelos. Caminho até a porta e entro passando pelos corredores, à procura da sala de ensaios.
-Desculpa pelo atraso, vamos começar?- Digo entrando na sala.
As poucas pessoas presentes na sala olham para mim e me cumprimentam brevemente. A apresentação em si é composta apenas por duas pessoas, mas também existem duas coreografas na sala.
Vou apresentar juntamente com uma garota da companhia, ela será o cisne branco.
Amarro meus cabelos e tiro meus tênis para colocar as sapatilhas.
[...]
Finalmente cheguei em casa. Assim que cheguei em meu apartamento, reparei que haviam algumas malas na porta do apartamento ao lado, provavelmente alguém está se mudando.
Não ligo muito e logo entro no meu apartamento, me jogando no sofá. Minha gatinha vem até mim e se esfrega em minhas coxas, eu sorrio e passo minha mão por sua pequena cabeça.
Meu corpo inteiro dói e implora por um banho quente.
O espetáculo acontecerá daqui a uma semana, então temos intensificado os ensaios. Os panfletos e convites para assistir a apresentação já começaram a se espalhar pela cidade, me deixando cada vez mais nervosa.
Faço assim como meu corpo pede, me levanto do sofá e vou até o banheiro para preparar um banho quente para mim.
Pov Kazutora Hanemiya:
Há uma semana atrás fui finalmente liberado desse inferno.
Terminar a escola naquele lugar foi uma merda.
Fui acompanhado por psicológos e psiquiatras por acharem que matei sem motivos, que matei por prazer. Esse bando de negligente não abriu nenhuma investigação e depois de uma semana fecharam o caso.
Saí da Toman porque os membros da gangue me acusaram de matar um inocente, o que vai contra as regras da gangue. Eles não buscaram saber o que aconteceu ou oque aquele cara tinha feito, eles apenas me acusaram e me tiraram da Toman.
Foram totalmente ignorantes e fizeram questão de me mandar uma carta dizendo que eu estava expulso.
Depois disso, acabei conhecendo um cara no reformatório. Seu nome é Shuji Hanma, ele me convidou para outra gangue, a Valhala. Eu estou na Valhala por pura vingança!
Sobre a Sn Hime... Eu não faço ideia. A garota a qual dei sete anos da minha vida, não me procurou uma vez sequer.
Eu a protegi e não me arrependo. Eu não tinha dúvida dos meus sentimentos por ela e havia jurado que faria tudo por ela, mas não passou de uma grande decepção.
Hoje em dia ela provavelmente está vivendo a vidinha rica dela com a mamãe conservadora. Eu realmente amava Sn.
Acredito que ela tenha esquecido e tenha outros princípios... Ela pode até ter desistido da ginástica, o que eu tanto amava que ela fizesse... Porém eu posso estar errado. Melhor deixar isso no passado, não?
Enfim, agora estou fazendo minha mudança para o meu mais novo apartamento. É um lugar confortável mas não tão grande, perfeito para mim.
A Valhala me forneceu uma moto após a minha saída do reformatório, porque além de querer vingança da Toman, me tornei amigo do Hanma.
Destranco o apartamento e abro a porta, colocando minhas malas para dentro, darei um jeito de deixar tudo em ordem ainda hoje.
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All for you | 𝗞𝗮𝘇𝘂𝘁𝗼𝗿𝗮 𝗛𝗮𝗻𝗲𝗺𝗶𝘆𝗮
FanfictionOnde Kazutora e S/n Hime são melhores amigos de infância. Hanemyia vê Sn como sua prioridade e acaba matando alguém para protegê-la... E finalmente, depois de sete anos de reformatório, ele está de volta.