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Pov S/n Hime:

Agora eu me encontrava em meu camarim. Estou sozinha, sentada em uma poltrona enquanto olho meu reflexo através do espelho. Já soltei meus cabelos do coque e os penteei, os deixando soltos. Eu tirava calmamente a maquiagem do meu rosto enquanto pensava sobre o meu desempenho. Acredito que fui bem, só tirei minha atenção da apresentação quando vi um homem me observar.

Eu não entendo. Acho que nunca o vi na minha vida, a única coisa que me chamou atenção foram seus olhos, que além de queimarem sobre mim a todo momento, ainda eram amarelos... Eu só conheci uma pessoa com os olhos amarelos em toda minha vida.

Talvez seja nostalgia, saudades da infância, não dele.

Balanço a cabeça na tentativa de expulsar aqueles pensamentos da minha mente e volto a retirar a minha maquiagem. Minha pele já estava limpa, eu passava o último lenço umedecido pelo meu rosto quando ouço três batidas na porta.

Só pode ser a Mei, é a única pessoa que liberei entrada. Se não for ela, é alguém da produção.

Me levanto e ando até a porta do meu camarim, abrindo a mesma.

Assim que abro, a minha primeira reação é ficar confusa, logo depois passei a analisar o rosto da pessoa parada em frente a porta.

Não pode ser uma coincidência, não mais. Agora vejo nitidamente seus traços...

Arregalo os olhos e sinto as batidas do meu coração acelerarem. Ele parece ficar surpreso por um momento, mas depois solta um sorriso ladino.

-Mas que porra...- Digo.

- O que? Não se lembra de mim? Isso é decepcionante.- Ele diz e solta uma risada nasal.

Estou concentrada demais observando seu rosto para respondê-lo. Sua pintinha no canto do olho, os olhos, o sorriso, os cabelos agora longos com mechas amarelas... E até uma tatuagem de tigre no pescoço. Tigre...

-Como me achou?- Pergunto.

-Não queria que tivesse achado?- Ele retruca.

- Aquilo é passado, eu não ligo.- Digo.

-Nem eu, por isso estou aqui.

- Você não muda, Hanemyia. O mesmo teimoso de sempre.- Digo.

-Você também não muda, continua gatinha.- Ele sorri.

Sinto um leve frio na barriga e as minhas bochechas ardem, me fazendo olhar para o lado.

- O que você quer?- Pergunto.

-Bater um papinho, apenas.- Ele diz.

Respiro fundo e saio da frente da porta, liberando sua entrada para o meu camarim. Apenas uma conversa.

Ele se senta no pequeno sofá que havia ali e eu na poltrona.

-Eu não entendo o porquê dessa procura agora...- Digo.

-Eu não procurei, mas achei. Esse espetáculo estava estampado em todos os cantos de Tokyo e assim que vi seu nome precisei vir.- Ele diz.

Assinto e olho para os meus dedos, estou um pouco nervosa.

-Está tudo bem? Precisa de alguma coisa?- Ele diz.

-Não... É que... Eu não lidei muito bem com aquilo, eu era muito pequena e nunca encarei o pesadelo que foi aquele dia...- Digo ainda olhando para os meus dedos.

-Imagino... Por isso, mesmo tendo ficado sete anos preso, não me arrependo do que fiz.- Ele diz simples.

SETE? Sete anos?

All for you | 𝗞𝗮𝘇𝘂𝘁𝗼𝗿𝗮 𝗛𝗮𝗻𝗲𝗺𝗶𝘆𝗮 Onde histórias criam vida. Descubra agora