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Pov Kazutora Hanemiya:

Brigas, brigas e mais brigas.

Sinceramente, eu não aguento mais ouvir a palavra culpa. Pra mim tudo isso é tão desnecessário. Eu já cumpri minha pena, eai? Os anos voltarão por acaso? Não! Não voltarão!

Não dá pra ficar preso ao passado, posso parecer até hipócrita, já que eu que a procurei, mas eu a procurei pensando nas coisas boas que vivemos na infância e não na porra da culpa. Não é um jogo de detetive, não quero saber de quem foi a culpa quando as coisas já foram esclarecidas.

Eu gostaria de saber sobre ela, mais do que já sei e eu sei tanto. Ela parece tão interessante mesmo eu já sabendo de detalhes sobre sua vida.

Pessoas mudam, não conseguiria me afastar novamente e fingir que nada aconteceu após reencontrar o motivo da minha vida ter virado de cabeça pra baixo. E não, essa não é a culpa, na verdade eu tenho plena noção do que fiz e ela foi minha motivação, o motivo não a causa.

Neste momento, ela está sentada no sofá ao meu lado. Observo ela passar a mão nos cabelos macios e balançar a perna frenéticamente, inquieta.

Eu gostaria de saber o que se passa em sua cabeça... Não de uma forma controladora, eu apenas queria poder deixar tudo claro o suficiente pra ela. Seus pensamentos, desabafos, toques... Tudo me parece extremamente interessante e eu gostaria de experimentar, mas ela não me permite.

-Vinho?- Ela diz de repente.

-Oi?

-Você toma vinho?- Ela pergunta.

Eu nunca tomei vinho na minha vida. No reformatório, diminuíram meses da minha pena por bom comportamento. Lógico que eu fazia uma besteirinha ou outra, mas nunca chegava aos ouvidos dos policiais. Eu bebi enquanto estava lá sim, no meu aniversário de dezoito os caras da Valhala que estavam por lá arranjaram cerveja e vodka da barata e eu bebi por curiosidade. Não é a melhor coisa do mundo mas eu curto de vez em quando, dar uma fuga da realidade.

-Sim.

Tu acha mesmo que ia perder essa oportunidade?

Ela anda até o armário de sua cozinha, dividida da sala por um balcão de mármore, abre a porta de seu armário e puxa uma garrafa de vinho do fundo dele.

-Se sinta importante, é a última.- Ela diz e sorri.

Me levanto do sofá e fico atrás do balcão, ao seu lado.

-Pega as taças pra mim, por favor.- Ela pede e assim faço.

Enquanto ela tirava a rolha, eu peguei e coloquei em cima do balcão as taças, que logo foram preenchidas pelo líquido roxo.

Ela não colocava o vinho como um tira gosto, não, as taças foram realmente enchidas, sem pena.

-Uau...- Digo da do uma risadinha.

-Se for pra beber, vamos beber. É só uma taça, estamos em casa, nada pode acontecer.- Ela diz e pega a taça.

Antes de levar a boca, ela dá uma batidinha na minha e murmura um "tim tim".

-Certo, não estou reclamando.

Pego a taça e bebo um gole, analisando o sabor. É bom... Começa meio doce e depois fica levemente amargo. Não sei explicar, mas é bom. Não vou mentir que prefiro uma cervejinha, mas serve.

Bebo gole por gole, aproveitando minha primeira taça enquanto Hime está indo para a segunda.

-Sabe, eu ainda não entendo porque você voltou...- Ela diz.

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⏰ Última atualização: May 01 ⏰

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