Capítulo 9

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Havia se passado uma semana desde nosso encontro e Jungkook parecia que tinha ganhado na loteria aquela noite. Foi engraçado sobre o quão animado ele estava em relação a algo tão pequeno quanto um beijo. Contudo, até entendo o lado dele de que esse pudesse ser um sinal de que sua vida antiga estivesse voltando e isso me assustava. Eu ainda não tinha lembranças concretas de nosso passado, apenas fragmentos soltos em minha mente que me traziam a ideia de algo havia acontecido.

— Yoon, me ajuda aqui! — ouvi ele me chamar no banheiro então fui até ele.

Lá o encontrei tentando dar banho em um Soobin muito animado. O garotinho pulava mesmo que já tivesse levado bronca sobre como era perigoso. Fui até eles e me abaixei para ficar na altura do mais novo. Fiquei sério e disso:

— O que já falamos sobre pular no banheiro?

O garotinho parou e ficou sério a amuado com meu tom e minha expressão facial. Provavelmente não costuma levar bronca o que não me surpreende, sempre foi comportado.

— Que não pode. — disse ele quase num sussurro.

— Então por que está desobedecendo o papai?

Ele fez um bico como se fosse chorar, admito que quase voltei atrás, mas era uma questão de segurança e não poderia deixar isso passar.

— Não precisa chorar, Soobin, basta me prometer que não vai fazer isso de novo. Promete pra mim?

— Prometo papa.

— Tudo bem, agora termina de tomar banho que eu vou ver se o Sunwoo acordou para a gente ir ao parque.

Fui ao quarto do bebê e o encontrei acordado e com um dos pézinhos na boca, quando me viu ele sorriu de forma muito doce e estendeu seus bracinhos gorduchos em minha direção. Sorri com isso e o peguei no colo logo vendo a fralda suja de xixi de uma noite inteira e sono.

Ele parecia com fome, por que logo foi em direção ao meu peito, eu não pude evitar de sorrir ao lembrar da primeira vez que o peguei novo quando nasceu. Dei de mamar enquanto lembrava desse momento de alguns meses atrás. Ele era o bebê mais enrugadinho e lindo do mundo. Ri comigo mesmo. Depois de alimentado fui até o banheiro que estava vazio e com ele ocupando um braço enchi a banheira para que ele pudesse tomar seu banho e assim saíssemos. Contudo, Jungkook apareceu para me ajudar.

— Vai ficar com o Soobin que eu dou banho nesse garotão aqui e depois tomo o meu.

— Tudo bem.

Fui até o andar inferior e vi Soobin em frente a TV vendo um desenho de cachorrinhos azuis. Ele parecia muito concentrado em seu mundinho, então só me sentei ao seu lado e fiquei olhando minhas redes sociais. Ao que parece não existe muita coisa sobre minha vida em público o que faz todo sentido, nunca gostei de me expor, mas agora eu ficava me perguntando onde eu achar pistas sobre mim mesmo?

— Papa. — disse meu pequeno subindo em meu colo — Quando é que a gente vai sair?

— Daqui a pouquinho meu filhote, seu pai tá cuidando do seu irmão e depois que o papai tiver pronto a gente sai.

— O tio Nam vai tá lá também com o Tete?

— Hum?

— Bem, eu não sei, por que não pergunta ao papai quando ele descer? — não saber das coisas estava me dando agonia — Agora me fala aí, o que tá acontecendo do episódio de hoje?

Logo o Soobin esqueceu o que estava querendo saber e se preocupou em me contar cada detalhe minucioso do seu desenho favorito. Era fofo de certa forma. Mais tarde Jungkook desceu arrumado com um Sunwoo igualmente vestido.

— Podemos ir? — perguntou o Jeon.

— Sim! — disse Soobin animado.

Assim que abrimos a porta o demônio em pessoa apareceu com um pedaço de bolo às nove e vinte da manhã. Quem é que aparece na casa dos outros tão cedo?

— Ah, é você. — disse com desgosto olhando para a mocreia.

— Bom dia Jungkook e bom dia meus lindinhos! — disse ela me ignorando por completo.

— Ah, bom dia. — disse Jungkook com o Sunwoo nos braços.

Essa vizinha não se toca mesmo não é? Não que isso me causasse ciúmes, mas poxa Jungkook é casado e muito bem casado. Não é de bom tom ficar dando em cima tão descaradamente assim e olhe que eu, o marido estou do lado!

Opa de onde saiu isso?

Então me lembrei de uma vez que ele estava lavando o carro, parecia um dia quente e o carro estava realmente sujo. Jungkook estava na frente de casa fazendo o serviço quando essa mocreia veio lhe oferecer limonada e de alguma forma ela virou o copo nela mesma deixando sua camisa branca transparente.

Esse sentimento de ódio tomou conta de mim. Peguei a mãozinha do meu filho mais velho e o braço do meu homem e os puxei para fora de casa.

— Entrem no carro. — eu disse e eles me olharam sérios e obedecem sem hesitar.

Voltei para a porta de casa trancando.

— Pode ficar com o bolo e faça bom proveito. — disse sem nem prestar atenção na cara que ela fez.

— Recuperou a memória, Yoongi? — ela teve a audácia de se digerir a mim.

— O suficiente para lhe querer longe.

Fui para o banco do carona e notei que todos os três estavam em seus lugares com cintos afivelados e prontos para partir.

— Dirigi antes que eu volte e dê na cara dela.

— Sim senhor. — disse Jungkook sério e seguimos para o parque que teríamos nosso dia em família.

De Repente 30Onde histórias criam vida. Descubra agora