CHEFE

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N/A: Esse capítulo acontece ao final do episódio 4x20. Revendo o episódio, eu notei que os roteristas estavam simplesmente ignorando o fato de Jay sair de casa e darem um tempo há uns 2 episódios. Então entrei no clima kk, mas sem ignorar o que foi ao ar na série. Ah, também pode ser uma explicação para o primeiro diálogo do episódio 4x21. [Deixei na mídia a cena do 4x21 que teoricamente aconteceria após esse capítulo.]

Ja era escuro quando a maior parte da inteligência estava se retirando. Aquele foi um dia atípico. Voight havia passado o comando para Erin, enquanto ele resolvia assuntos pessoais.

Por mais que ele tenha aparecido uma vez ou duas naquele dia, os comandos foram todos dela. E no final conseguiram resolver tudo, como deveria ser.

Jay sorri em sua mesa. Estava orgulhoso de sua garota, ainda que não pudesse chamá-la exatamente assim, no momento.

- To indo nessa. - Adam se despede de Jay, o único que restava na sala compartilhada. - Dê meus parabéns pra chefe! - Ruzek provoca, saindo.

- Vá embora! - Jay responde ao amigo em provocação.

Todos alí sabiam dele e Erin desde que voltaram [após o período sabático dela], mas ninguém, além de Voight havia percebido os problemas. Muito menos que haviam dado um tempo, ou algo parecido com isso.

Halstead olhou para sala do Sargento. Erin estava lá recolhendo alguns papeis do caso finalizado. Ele se levanta e caminha até a porta da sala dando duas leves batidas com os nós dos dedos na porta aberta, chamando sua atenção.

- Sabe... - ele começa risonho, fazendo-a olha diretamente para ele. - Acho que eu nunca tive uma chefe tão... - ele sorri maliciosamente. -... quente.

- Jay. - Erin o repreende.

- Eu sei... - Ele sorri envergonhado. - Não tenho esse direito.

Ela dá de ombros:
- Não tinha grupo de apoio hoje? - Pergunta Erin.

- Tenho. - Ele suspira e senta na cadeira ao seu lado e de frente pra ela. - Só não sei se ta ajudando em alguma coisa.

- Como estão as coisas ? - Ela aponta com a cabeça na direção dele. Ele sabia que ela estava falando da sua confusão mental que o havia levado a sair de casa.

- Bagunçadas. - Ele lamenta. - Queria poder te dizer que é diferente.

- Eu queria poder te ajudar... - Ela também lamenta, o olhando diretamente. - Mas você me jogou pra fora dessa. - Lembra ela.

- Erin... - Suspira. - Eu não posso te ferrar com as minhas merdas. - Ele adverte.

- Achei que estavamos sempre pra apoiar um ao outro.

- Eu sempre estarei te apoiando... - Ela o interrompe.

- E por que você não me deixa fazer o mesmo? - Ela tentou parecer casual, mas sua fala saiu com mais raiva do que imaginava, enquanto batia levemente as mãos sobre a mesa em sua frente.

- Eu não vou correr o risco de te machucar! - Ele retruca.

Eles ja haviam conversado sobre isso. Desde que a Abby apareceu, Jay começou a ter lembranças mais vividas de seus tempos no exército. O que ocasionou muitos pesadelos e com eles espasmos, reflexos desses sonhos, cada vez mais fortes. Até chegar o momento que ele evitava ficar muito tempo na cama com ela [da forma mais discreta que ele encontrou na época], mas sabia que teria que tomar uma decisão mais drástica antes que fizesse mal para ela.

N/A: Finjam que essa converda aconteceu quando ele saiu de casa. Pretendo fazer um capítulo desse momento algum dia.

- Dariamos um jeito! - Retruca Erin.

- Erin... - Ele levanta, poussando suas mãos no rosto dela. - Eu adoraria poder estar com você, em casa. Mas as consequências disso estão maiores do que eu posso controlar. Eu quase bati no Will outra noite enquanto ele tentou me acordar.

Erin cede, fazendo seu corpo relaxar e se concentra em suas mãos tocando seu rosto. Sentia falta do seu toque.

- Eu só... - Ela suspira. - Não queria que fosse assim.

- Nem eu. - Ele aproxima mais dela, era quase que um reflexo, sem tirar as mãos de suas bochechas. - Mas não muda em nada o fato de que eu te amo. - Ele fala incisivo.

Erin sorri.

- Esse negócio de tempo... - Ele volta a falar. - Eu não queria, mas... - Para por um tempo sem saber se deveria falar ou não. - Mas achei que seria o melhor pra você. O trabalho e toda essas coisas.. o Hank estava percebendo e não queria te prejudicar em mais alguma coisa...

- Você não me prejudicou.. - Ela tenta começar.

- Prejudiquei sim. - Ele a interrompe. - Eu te conheço Erin, sei que isso mexeu com você... eu vi. E eu sabia que te pedindo um tempo te faria focar no trabalho... - Ele dá de ombros. - Funcionou por uns dias, enquanto você me ignorava...

- Até que tudo pareceu voltar como antes... - Ela completa com um leve sorriso e ele retribui. - Não dá pra simplesmente te ignorar o dia todo Jay Halstead. - Ela brinca. - Foi natural... - O sorriso dela diminui e seu olhar desvia do dele, ficando em sua camisa. - Parecia quando a gente começou... sem saber exatamente como se comportar. Tentando focar no trabalho, durante o trabalho, mas sendo os bons parceiros de sempre. Com a única diferença que você não ia parar na minha cama no final do dia... - Sua voz era carregada de lamentação.

- Eu queria que fosse diferente. - Ele suspira.

- Eu sei...

Jay levanta o rosto da sua amada e junta sua testa a dela. As mãos de Erin pousam na cintura dele. Eles ficam ali por um tempo. Apenas sentindo todo o turbilhão de emoções que os últimos dias estavam proporcionando. Sentindo a dor da não poderem estar próximos, mas ainda nutrindo o mesmo amor de sempre.

Ele queria poder beijá-la e levá-la para casa, passar toda a noite com ela, mas sabia que não poderia. Isso a machucaria ainda mais.

Ela queria agarrá-lo alí mesmo. Mas já havia usado todas as suas armas. Só lhe restava esperar o tempo dele. E ela sabia que esperaria o tempo que fosse preciso.

O alarme do celular de Jay toca, despertando os dois.

- Você precisa ir. - Ela diz baixinho, se afastando aos poucos.

- Eu vou melhorar. - Ele afirma, quase que numa promessa.

- Eu sei sim. - Ela sorri. - Vá, o grupo de apoio é o primeiro passo pra isso, não?!

Jay sorri e antes de se virar, ele estende a mão no rosto de Erin e lhe dá um beijo na testa, terno e longo. Então caminha em direção a porta.

- Jay... - Ela o chama baixo e ele volta a olhar pra ela. - Eu também te amo.

Ele sorri. Ele sabia que sim. E era isso que lhe dava forças para tentar melhorar.

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