Harmonia Disonante (RadioApple)

End of the battle

Vees ~- Vox

"Fim da batalha, Alastor falha. Outra vez lordes vão cair, no momento exato, o nosso mandato vai se sobressair."

Poderia cantar essa música até o fim de minha vida eterna. Depois de seis anos, Alastor retornou, e vê-lo falhar em deter o primeiro homem foi como um colírio para mim. Por aqueles minutos em que vi o demônio do rádio perder, parecia que eu estava no paraíso. No entanto, Alastor foi covarde e fugiu de sua morte iminente, deixando-me com o desejo de matá-lo. Talvez seja por isso que o destino escolheu não o matar, para que eu pudesse fazer isso com minhas próprias mãos.

— No momento exato, o nosso mandato vai se sobressair. — Digo, colocando uma faca em cima da foto de Alastor. A fotografia está rasgada, assim como nosso passado. Ele deixou tudo ir embora, e terá de pagar por isto. Ele não poderia simplesmente ter feito aquilo...

Minhas mãos se fecham. Posso sentir saliva escorrendo da minha boca e minha tela começar a dar glitch. Essas memórias são minha praga, minha humilhação, meu arrependimento, meu inferno eterno. Alastor é meu inferno, minha tortura.

Em uma respiração profunda, sinto o cheiro de fumaça. Uma fumaça rosa que reconheceria em qualquer lugar, não só pela cor, mas pelo cheiro. É algo doce, tão enjoativo que dá ânsia mas, bom o suficiente para continuar se deliciando por outros dias.

— Você ainda está puto que ele quase te matou? — O alto solta uma risada ao encerrar sua pergunta. Valvette o acompanha, com o som de sua risada sendo ouvida por mim segundos depois. — Não se preocupe, docinho, o inferno vai ser nosso. Se tudo der certo, até Lúcifer se abaixará perante nós.

Valentino tem razão, embora talvez tenha exagerado na questão de Lúcifer. O pecado do orgulho nunca se abaixaria perante ninguém.

— Sim, Val, o inferno vai ser nosso. Na verdade, já conquistamos uma grande parte dele. É uma pena que alguns...— Minha tela dá um leve glitch antes que eu consiga prosseguir a frase — se recusem a nos seguir. Tenho certeza que são idiotas ultrapassados que ainda preferem o rádio, velhos presos no passado.

Encerrando minha fala, tomo um longo gole do champanhe que estava em cima da mesa redonda. Desde o fim da batalha, não saímos desta sala. Tem câmeras por todos os lugares. A ambientação é escura o suficiente para que, no começo, eu sentisse calafrios. As câmeras me dão toda a visão do inferno, e neste momento elas ainda estão focadas no hotelzinho da filha de Lúcifer, Charlie.

— Ew, não sei como tem pessoas que conseguem viver sem os celulares. Tipo, como eles veem meus novos posts para se enquadrarem na moda? Hellooo eu sou uma estilista incrível, faço a moda deste lugar horrendo. — Ela diz com um ar de deboche óbvio em sua voz.

Valvette é a mais nova entre nós, e a considero como minha filha, assim como ela considera eu e Val seus pais. No início foi apenas questão de poder, mas com o tempo despertamos uma intimidade impossível de se reverter. Somos um trio. Juntos funcionamos, mas sozinhos não somos nada. Precisamos um dos outros, e com o tempo eu comecei a não me importar com isso, e penso que eles também não.

— Não se preocupe com isso, Vette — Coloco a mão em seu cabelo, como um gesto de afeto. A garota me olha emburrada, com seu olhar dizendo "Você estragou meu cabelo".

Posso observar Valentino concordando com isso, também colocando a mão no cabelo de Valvette — apenas para a irritar. Sorrio comigo mesmo.

— O inferno vai ver a ordem dos Vees. —Dizemos em uniforme, Valvette, que se livrou do aperto do Valentino, nos abraça por trás, com o celular em mãos, preparada para tirar uma foto.

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Lute

Meu coração se despedaça ao ver Adam no chão. A dor do meu braço arrancado não se compara á dor que sinto neste momento. Posso apenas deixar minhas lágrimas caírem por minhas bochechas enquanto seu nome sai de meus lábios de maneira intensa. Um grito de dor e angústia com a visão diante de mim.