O amor costuma ser interpretado como algo puro, que muda e leva alegria ao coração das pessoas. Mas o que acontece se um obsessor se apaixonar por uma humana?
-Podemos conversar? É sobre o que aconteceu mais cedo.
-Não deve ser algo bom, já que esperou o papai dormir.
-Filha...não me entenda mal, por favor. Você precisa entender que tudo que fazemos aqui é pensando no seu bem.
-Sim, eu sei disso. Mas onde isso se encaixa com o que aconteceu?
-Existem pessoas no mundo que...não têm boas intenções com as outras, sabe?
-A senhora já me contou sobre golpes e roubos, sei do que está falando.
-Você é perfeita, Cora, e quando souberem disso vão duvidar de você e fazer de tudo para provar o contrário. Mas pior que isso, são os que acreditam e querem se aproveitar de você por isso.
-Não sei se entendi o que quer dizer.
-Apenas não confie em ninguém, não deixe que tirem proveito da sua bondade.
-Não se preocupe, não tem como isso acontecer se não tenho contato com ninguém além de vocês dois.
-Já conversamos sobre isso. Mas pense bem! E se o homem em quem esbarrou hoje fosse estressado? Poderia ter machucar você!
-Eu me defenderia, como meu pai me ensinou.
-Seu pai fez o que?!
-Diferente de você, ele não quer que eu dependa de vocês para sempre.
-Cora! Eu não admito que você fale assim comigo! Você nunca me tratou assim antes!
-Com licença, estou cansada e preciso me deitar.
Cora deu as costas para a mãe e subiu para seu quarto. Como dito, não era de sua natureza agir de tal forma, mas a menina não entendia o motivo de tamanha preocupação com algo que já estava no passado
Ao se deitar, ficou um tempo refletindo sobre a obsessão da mãe pela perfeição que ela dizia ter. Por que isso era tão importante?
Por estar cansada, Cora rapidamente dormiu. Pouco tempo depois ouviu o ranger da porta abrindo lentamente e imediatamente sentiu aquele cheiro do chá que sua mãe fazia.
-Mãe...eu disse que não precisava. Me desculpe, certo? Podemos conversar e...
-Não quero conversar. -Disse uma voz masculina atrás de Cora, do outro lado da cama.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O casal imediatamente foi acordado pelos gritos da menina, pedindo socorro dizendo que havia alguém em seu quarto
-Cora?! O que foi?! O que aconteceu?!
-Tem alguém no meu quarto! -Seus olhos estavam arregalados e suas mãos tremiam de medo.
-Onde? O que foi que viu? -O Simon disse enquanto olhava debaixo da cama e dentro dos armários.
-Atrás de mim! Estava atrás de mim!
-Oh querida! Não viu para onde ele foi? -A mãe a abraçava tentando acalma-la.
-Ele sumiu..assim que liguei as luzes.
-Não tem ninguém aqui e não há sinais de invasão.
-Minha querida, tem certeza de que não foi só um sonho?
-Tenho! Eu o vi!
-E como era?
-Era...como o homem que vi mais cedo...
-Cora...
-Acham que pode ter sido apenas um pesadelo?
-Sei que ficou pensando no que aconteceu, principalmente depois da conversa que tivemos. É normal nossa mente pregar peças assim.
-Não precisa se preocupar, certo? Estarei aqui se precisar, não tenha medo. -O pai a abraçou.
-Obrigada.
Os dois saíram do quarto e Cora deixou uma de suas luminárias acesa, assim sentia uma certa segurança. Ao voltar para a cama olhou pela janela e notou um homem de chapéu preto entre as ovelhas, que sumiu assim que a jovem piscou os olhos
Ao amanhecer, seguiu sua rotina e cumpriu seus afazeres. Estava sozinha em casa e ouviu uma voz em frente à porta e foi até lá
-Bom dia, como posso ajudar?
-Bom dia! Tem interesse em comprar tecidos ou roupas? Tenho uma variedade enorme, por que não dá uma olhada?
-São realmente lindos, mas agradeço.
-Tem certeza? Vi seu marido lá fora e usava algo semelhante algo que tenho aqui.
-Meu marido? -Cora riu confusa.
-Sim, aquele homem de chapéu perto dos animais..
O sorriso sumiu imediatamente e ela fechou a porta sem dizer mais nada. Depois de trancar, correu até a porta dos fundos que levava até o grande quintal infelizmente viu o que já esperava. Lá estava um homem com um chapéu preto que cobria seu rosto, que lentamente virava em direção a ela
Cora trancou todas as portas e janelas e correu para seu quarto, estava decidida a não sair enquanto seus pais não voltassem, até ouvir batidas na porta