Após o ataque dos infectados, o grupo encontrou um abrigo para se recuperar. A noite logo caiu, e Amélia tentou improvisar uma fogueira para iluminar o lugar. Enquanto o resto do grupo dormia, descansando, apenas Jena e Abigail permaneciam acordadas.
Jena percebeu que Amélia parecia um pouco desacordada.
- Está tudo bem? - perguntou Jena.
- Sim, estou apenas cansada - respondeu Amélia.
- Você deveria descansar um pouco. Pode deixar que eu fico acordada para vigiar o lugar - oferece Jena.
Amélia olhou para Jena por um momento, como se visse algo além dela.
- Sabe, você me lembra da minha filha - começou Abigail, sua voz tingida de tristeza e nostalgia - Dedicada, responsável e sempre preocupada com a mãe. Ainda me lembro do rostinho precioso dela. Me arrependo de não ter conseguido salvá-la, mas ainda bem que encontrei você, Jena.
- Eu queria me desculpar por ter te ignorado - disse Jena, sua voz embargada pela emoção - Você sempre cuidou tão bem de mim, e agora estou sendo uma babaca com você.
Ela olhou nos olhos de Amélia, buscando perdão.
- No dia que encontrei você, pela primeira vez, achei que você ia me matar, mas você me acolheu, cuidou de mim como uma filha. Quero te agradecer por tudo, e me desculpar também - continuou Jena, sentindo como se estivesse tirando um peso das costas ao finalmente expressar seus sentimentos.
Amélia entregou um olhar de compaixão para Jena, mostrando que a perdoava. Ainda fora de si, Amélia lutava contra a dor crescente. Seus olhos se fechavam e se abriam, mas Jena não percebia. A agonia da transformação começava a consumi-la, enquanto ela tentava manter-se firme pelo bem do grupo.
Jena olhou para Amélia e percebeu o que estava acontecendo. Algo não estava bem; havia algo acontecendo com ela. Quando finalmente percebeu, lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Jena, mostrando que não conseguia mais conter a dor que estava sentindo.
- Na hora que o infectado conseguiu derrubar você, ele te mordeu? - perguntou Jena, direta.
Amélia hesitou por um momento, lutando contra as lágrimas que ameaçavam transbordar. Finalmente, ela olhou nos olhos de Jena, sua expressão misturada com desespero e resignação.
Um silêncio pesado pairava sobre o abrigo enquanto Amélia, com uma expressão resignada, retirava sua jaqueta e mostrava a mordida para Jena. A mesma desviou o olhar, lutando para conter as lágrimas que ameaçavam sair.
- Já faz muito tempo desde o ataque - disse Jena com a voz falhando.
- Eu sei. Já pensei no que vou fazer - respondeu Amélia, deixando que suas lágrimas percorressem livremente no seu rosto.
Jena se levantou e começou a chorar silenciosamente. O peso da situação era esmagadora, e as duas compartilhavam o fardo de uma decisão impossível.
- Eu não tenho muito tempo - começou Amélia, sua voz embargada pela dor iminente - Poderia fazer um belo discurso para você, dizer que tudo vai ficar bem, mas situações inesperadas podem ocorrer.
Ela respirou fundo, tentando conter a emoção, enquanto olhava nos olhos de Jena.
- Quero que você cuide desse grupo como se fosse sua família, principalmente de Élio e Abigail. Cuide bem de si mesma, não deixe todo o trabalho pra cima de você. Você vai conseguir cuidar do grupo norte, eu sei disso. Você sempre será minha pequena. Amo você mais do que tudo - disse Amélia, lutando para conter a dor da despedida iminente, sabendo que nunca mais veria sua família, pela qual tanto lutou para proteger.
Ela se levantou e pegou uma arma, dando uma última olhada em Abigail, Élio, Emma e Madison. Um sorriso triste se formou em seus lábios enquanto sua mente repassava os momentos bons que viveram juntos.
- O que irei dizer para Arom? - perguntou Jena, com a voz trêmula.
Amélia parou.
- Apenas diga o que aconteceu. Ele vai saber o que fazer - respondeu, antes de sair, deixando Jena com o silêncio da noite como única companhia.
Após um longo tempo, Jena finalmente ouviu o eco do disparo da arma. Amélia se foi, deixando para trás lembranças e momentos inesquecíveis. Incapaz de conter a dor avassaladora, Jena se abaixou, apoiando-se no joelho, e começou a chorar silenciosamente. As lágrimas escorriam livremente por seu rosto, enquanto ela tentava processar a perda de uma mãe e mentora que tanto significava para ela.
Ao amanhecer, Élio foi o primeiro a acordar e logo notou que Amélia não estava no abrigo.- Onde está Amélia? - perguntou, com um tom de preocupação em sua voz.
Jena ficou parada, sem saber como contar que a ex-líder havia sido infectada e tirado sua própria vida.
- Élio, preciso que você me escute - disse ela, olhando profundamente nos olhos dele - Amélia, infelizmente, não teve a mesma sorte que a gente. Ela se foi.
Ao ouvir aquilo, Élio começou a chorar.
- O que está acontecendo? - disse Abigail, levantando-se com voz sonolenta.
Ao olhar melhor, ela percebeu Élio chorando e notou que Amélia não estava lá.
- Ela... ela... ela... - começou Abigail, mas não conseguiu terminar a frase, pois as lágrimas começaram a inundar seus olhos.
Emma e Madison já haviam acordado, as duas já sabiam da notícia e estavam em silêncio a respeito de Amélia. O peso da perda pairava sobre o grupo, tornando o ambiente ainda mais sombrio naquela manhã cinzenta.
- Não consegui fazer nada, não havia o que fazer - Jena respirou fundo. Vamos continuar nossa missão e encontrar Arom. Sei que vai ser difícil sem ela aqui, mas temos que fazer o nosso melhor.
Depois disso, o grupo seguiu seu caminho até Arom. Mesmo com o clima tenso, eles tiveram que continuar avançando. Jena, ainda carregando a dor da perda, estava pensativa sobre como iria contar para Arom sobre o acontecimento envolvendo Amélia, alguém que estava tão ansiosa para vê-lo.
☆ meu deus, a Amélia morreu ....
☆ que capítulo triste 😢
☆ será que a Jena vai ficar bem depois dessa?
☆ e como o Arom vai reagir??? Meu deusss.
☆ vote e comente.
☆ até o próximo capítulo :)
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Além do Caos: O Amor em Tempos de Desespero
RomanceEm um mundo devastado por um vírus que transformou as pessoas em seres loucos e canibais nos anos 80, a sobrevivência é uma batalha diária. Após quatro anos de solidão e luta pela vida, duas jovens, Jena e Madison se encontram em circunstâncias ines...