Dedico esse (desaba)fo a você.

Dedico a nossa marca

Você deixou marcas em mim.
Onde eu olhava no meu quarto, eu enxergava um pouco de você. Precisei jogar fora o que estava mais exposto: a foto e o quadro.
Mas ainda tenho as imagens na minha galeria, a cartinha, a pulseira, o livro que você me deu e o que me emprestou (e eu não vou devolver). São muitas memórias, físicas e mentais.
Será que você ainda tem a caneca que te dei? As polaroids? A pulseira? O quadro? As fotos e vídeos? A mini cartinha? O livro que te dei? As conversas do WhatsApp?
Se você não tem mais nada disso, deve ter sido um trabalhão se livrar de tanta coisa. Se ainda tem... acho que também vai ser um trabalhão na hora que você decidir se livrar.

Eu só não quero desesperadamente que você me mande uma mensagem, porque eu sei que eu não iria lidar bem com isso no momento. Ainda não estou pronta para uma reaproximação. E, sendo sincera, não tenho nem previsão de quando eu vou estar.
Talvez quando eu arrumar uma paixão nova? Talvez daqui seis meses? Um ano?
Mas e se, quando o tempo passar e as coisas mudarem, eu não querer mais te ver? Ou você não se importar?

Colocamos um ponto final enorme e eu sei que nunca mais iremos voltar ao que era antes, e eu gosto de saber disso. Após pensar bastante, constatei que ninguém estava verdadeiramente feliz com aquela relação confusa e instável. E as duas partes erraram. Mas você errou mais.

Só sei que, apesar de tudo, eu ainda continuo te amando. Quero dizer que amo nossos momentos, amo a parte boa da sua personalidade, amo todas as coisas legais que fez por mim, todas as boas sensações que eu tinha quando você estava por perto, e eu amo quem você era quando não estava me magoando, me confundindo e me rejeitando. E por esse amor ainda existir, parte de mim deseja que ele continue crescendo, e que você volte para a minha vida, só que em outro momento. Quando você não for mais a pessoa que me machucou, e quando eu não for mais a pessoa que foi machucada.

Não sei se esse desejo se tornará realidade um dia, ou se a vida vai nos mostrar que o amor acaba, sim, e que esse já acabou faz tempo.
Só sei que ainda sinto que deixamos marcas, e que talvez essa seja o tipo de marca que o tempo nunca consiga curar.

"That's the kind of heartbreak time could never mend"

— C.L, fevereiro de 2024.

Dedicatória: a pessoa que me marcou. Torço para que eu tenha marcado de volta. Tem que ser uma dor justa.