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Ano novo chegou e minha mãe mandou mensagem. Ela disse que tudo que tinha dito tinha sido da boca para fora, que me aceitava do jeito que eu sou e que, se um dia eu quiser voltar para casa, mesmo que seja só para visitar, ela vai estar de portas abertas. Eu consegui um emprego para a Sabrina na mesma lanchonete que eu trabalho.

Dias atuais
21 de abril de 2023|07:34
Los Angeles/Estados Unidos
Marianne

Mais um dia que eu acordo com o meu despertador gritando.

Depois de uns 30 minutos, eu e Sabrina também estávamos prontas e sentadas na mesa tomando café com a Milene.

Assim que acabamos o café, descemos para o térreo.

_ Não façam nenhuma besteira e me busquem quando vocês saírem - Falou a Milene entrando no Uber e indo direto ao hospital onde ela trabalha na recepção.

Fomos para a garagem e entramos no meu carro indo direto para a lanchonete onde nós trabalhamos, que é a mais movimentada de Los Angeles.

Chegamos lá, colocamos os uniformes, uma saia curta preta que eu odeio também com uma blusa branca e um avental rosa bebê.

Eu e Sabrina dividimos a lanchonete. Ela atende as pessoas do lado esquerdo e eu as do direito. Tem um cliente que, assim que entro na lanchonete, eu o noto. Ele é um cara branco, com o cabelo ondulado bagunçado e a pele pálida. Ele sempre vem aqui e sempre fica na parte que eu atendo. Me lembro até hoje da primeira vez que ele veio aqui.

Lembrança
26 de fevereiro de 2022|16:42
Los Angeles|Estados Unidos
Marianne

Hoje estou ansiosa porque estava procurando uma casa perto do Tayler. Um corretor de imóveis marcou de me levar e combinamos que eu ligaria para ele para combinar um horário. Estávamos eu, Milene e Sabrina na sala, e liguei. Tocou oito vezes e ele atendeu.

Mari: Oi Rui, olha, meu turno original acaba às 18:30. Eu e a ruiva vamos ao hospital buscar a outra garota, e depois podemos ver o imóvel.

Rui: Olha, garota, não vai dar mais para eu mostrar o imóvel. Não vai dar para eu trabalhar com vocês, ok? Você é jovem e nem precisa da casa, já tem uma. Qualquer coisa, volte a morar com a sua mãe. - Rui respondeu com uma voz um pouco decepcionada

Mari: Olha aqui, eu posso ser jovem, mas já fiz dois garotos serem expulsos da escola de uma vez só, salvei meu amigo da morte duas vezes, hackeei uma câmera, fui expulsa de casa pela minha própria mãe, saí do país com meu melhor amigo, vi ele ter que ir embora, morei sozinha, morei com amigas, e agora que tenho a oportunidade de morar perto do meu amigo novamente, você vem me dizer que não vai dar. Eu quero meu dinheiro de volta, e se você não me der, saiba que eu vou te procurar até no inferno, seu desgraçado. - Digo revoltada. Não é justo. Agora que tudo tá dando certo, vem e acontece isso.

Assim que terminei de falar, desliguei na cara dele.

Sabrina olhou para mim com surpresa, veio até mim e colocou a mão no meu ombro _Calma, Mari, vamos ficar calmas, é só procurar outro corretor.

Sabrina está certa, por mais que me doa admitir. Eu também estou errado por ter gritado com ele e tudo mais, eu acabei descarregando a raiva nele e afinal a culpa não é totalmente dele. Imprevistos acontecem

_ Vamos, porque temos que trabalhar. - Eu disse.

Fomos trabalhar e por volta das 16:42 entrou um moço que parecia estar estressado. Por azar, ele sentou do lado em que eu estava atendendo, então tive que ir atendê-lo.

_ Boa tarde, senhor, vai querer alguma coisa ou quer que eu traga o cardápio? - perguntei sorridente, pois precisava desse emprego.

_ Vou querer um misto quente, um donut e um café gelado.

_ Ok, eu vou entregar para o chef e quando estiver pronto eu entrego - Falo saindo de perto dele.

Vejo alguém entrar pela porta e sentar atrás do homem que eu acabei de atender. Vou lá atendê-lo já sabendo exatamente quem é.

_ Você quer alguma coisa? - Perguntei rapidamente.

_ Nossa, cadê a formalidade? E a educação - Perguntou ele dando um sorriso debochado.

_ A formalidade e a educação estão enfiadas em um lugar que se eu dizer onde eu perco o emprego. Agora escolha logo, garoto.

_ Meu Deus. Olha, por que não escolhe para mimo - Falou ele, tentando me irritar.

_ Claro, você prefere uma mamadeira ou uma papinha de pêssego - debocho

_ Nossa, tá engraçadona, hein. Já pensou em fazer stand-up - Falou com ironia.

_ Aprendi com você, Luan. E você me respeita - Digo rindo para meu amigo

_ Agora, fala logo o que você quer, porque eu tenho que pegar outros pedidos - Falei, voltando à minha pose formal.

_ Ta, eu vou querer dois marfins, um cookie e dois cappuccinos. Para mim e para o Luis, que já está vindo - Falou. Eu anotei e estava saindo quando escutei a voz da Sabrina.

Sabrina aparece andando por nós. _ Oi amiga, Oi Luan.

Logo a acompanho andando até
Entrego alguns pedidos e pego outros, incluindo o moço da mesa na frente do Luan. Logo vou lá entregar.

_ Aqui seu pedido, senhor. Vai querer mais alguma coisa? - Perguntei sorridente novamente, não querendo perder meu emprego.

_ Não, você pode me dar a conta - Falou o desconhecido e depois mordeu um pedaço do lanche.

_ Vou em direção à mesa dele. Senhor, a conta deu 24,90. O senhor vai pagar em dinheiro ou no cartão? - Perguntei.

O desconhecido olha e dá um sorriso arrogante. _Vai ser em dinheiro, e aqui está sua gorjeta - Entregou para mim 1.000 dólares.

_ Moço, tem muito dinheiro. Acho que você se enganou - Falei surpresa.

_ Não há nenhum engano, querida. Isso é para você - Falou o desconhecido, se retirando da cafeteria.

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Depois daquele dia o Rui nunca me pagou de volta e um dia foi encontrado morto. Me senti um pouco culpada, mas eu não tive culpa. Fui ao balcão pegar o pedido do Luan.

Tudo ocorreu normalmente. Fechamos a lanchonete, fomos para o carro e fomos buscar a Milene.

Chegamos em casa, pedimos comida, arrumamos algumas coisas e fomos deitar."

Lá bela mafia Onde histórias criam vida. Descubra agora