Rodovias

Cap 1

Acordei animada com a perspectiva do primeiro dia na universidade. Levantei da cama e fui direto para o banho, deixando a água quente relaxar meus músculos tensos da ansiedade. Depois do banho, fiquei um bom tempo em frente ao armário tentando decidir o que vestir. Optei por uma calça jeans escura, uma blusa branca simples e uma jaqueta de couro marrom. Queria parecer confiante, mas sem chamar muita atenção.

Depois de me vestir, fui para a cozinha, onde minha mãe já havia preparado o café da manhã. Tomei meu café enquanto ela me desejava sorte no primeiro dia de aula.

"Mãe, tenho a sensação de que hoje será um dia incrível", eu disse com um sorriso.

"Tenho certeza que será, querida. Boa sorte na universidade nova", ela respondeu, me dando um abraço apertado.

A universidade, chamada de Universidade Estadual do Vale Verde, ficava a poucos quarteirões de casa. Caminhei até lá aproveitando o sol da manhã. Assim que cheguei, fiquei impressionada com o tamanho do campus. Era enorme, com prédios antigos e imponentes misturados com construções modernas. Árvores altas e bem cuidadas espalhavam sombras por todo o lugar, dando ao campus um ar acolhedor.

Respirei fundo e entrei no prédio principal, onde ficava a administração.

"Olá, bom dia! Eu sou a Cris, estou aqui para o primeiro dia de aula", disse para a recepcionista atrás do balcão.

"Bom dia, Cris! Seja bem-vinda à Universidade Estadual do Vale Verde. Aqui está seu cronograma e o mapa do campus. Se precisar de alguma coisa, não hesite em nos procurar", respondeu a recepcionista com um sorriso amigável.

Enquanto recebia os documentos, observei que algumas pessoas na sala me olhavam de forma curiosa. Era como se eu fosse um peixe fora d'água naquele ambiente. Não era comum ver alguém tão jovem por ali, e acredito que minha jaqueta de couro não ajudava muito a me misturar.

"Obrigada", agradeci à recepcionista antes de me afastar.

Decidi que era hora de encontrar a minha sala. Segui o mapa do campus e logo encontrei o prédio onde teria minha primeira aula. Ao entrar na sala, senti os olhares dos outros alunos sobre mim. Era como se todos estivessem se perguntando o que uma garota como eu estava fazendo ali. Ignorei os olhares e escolhi um lugar no fundo da sala.

Enquanto aguardava o início da aula, percebi que alguns colegas me olhavam com curiosidade. Era compreensível, afinal, aos 17 anos, eu era uma das mais jovens ali. Muitos não sabem o porque de eu já está na universidade.

Decidi ingressar na universidade mais cedo devido a um programa de aceleração acadêmica para alunos com alto desempenho. Sempre fui apaixonada pelo mar e seus mistérios, e foi por isso que escolhi cursar Biologia Marinha. Desde pequena, passava horas observando documentários sobre a vida marinha e sonhando em um dia explorar os oceanos.

O professor entrou na sala e a aula começou. Ele é um homem de meia-idade, com cabelos grisalhos e óculos de armação grossa. Tem uma expressão séria, mas seus olhos brilhavam quando começou a falar sobre o tema da aula.

"Boa tarde, turma! Meu nome é Marcos e serei o responsável por ministrar esta disciplina de Biologia Marinha. Hoje vamos falar sobre um tema fascinante: a junção do mar com os rios. Como vocês sabem, essa região de transição, chamada de estuário, é de extrema importância para a vida marinha e também para os ecossistemas terrestres que dependem dela."

O professor começou a explicar sobre a importância dos estuários como berçários naturais para muitas espécies marinhas, além de serem cruciais para a biodiversidade e para a economia das regiões costeiras.

Enquanto o professor fala, ele ficou seu olhar em mim e sorriu, percebendo que eu sou nova na turma.

"Antes de continuarmos, gostaria de dar as boas-vindas à nossa nova colega. Você poderia se apresentar para a turma?", perguntou o professor, gentilmente.