Cap 4

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Acordei na manhã seguinte com uma terrível dor de cabeça, resultado da preocupação e da tensão da noite anterior. Mesmo assim, sabia que não podia faltar às aulas, então me arrumei com dificuldade.

Vesti uma calça jeans, uma blusa solta e confortável, e uma jaqueta para me proteger do frio da manhã. Meu cabelo estava bagunçado, então fiz um rabo de cavalo rápido e desajeitado.

Com a cabeça latejando, fiz o trajeto até a escola. Chegando lá, fui direto para a sala de aula, sem vontade de conversar com ninguém. Apenas queria me sentar em um lugar tranquilo e tentar me concentrar nas aulas.

As aulas passaram voando, e logo chegou a hora do intervalo. Mesmo com a dor de cabeça persistente, fui até o refeitório em busca de algo para comer.

Ao entrar no refeitório, avistei Stev sentado em uma das mesas, ileso e conversando com seus amigos como se nada tivesse acontecido. Minha indignação cresceu instantaneamente, e eu não consegui me conter.

Caminhei até ele, minha voz carregada de raiva.

"Stev, o que você pensa que está fazendo?" gritei, atraindo olhares curiosos dos outros alunos.

Ele levantou os olhos para mim, surpreso, mas logo recuperou a compostura.

"Cris, do que você está falando?" ele perguntou, sua expressão inocente.

"Não finja que não sabe do que estou falando! Você sabe muito bem o que fez ontem à noite!" respondi, minha voz tremendo de raiva.

Ele fez um gesto para que eu me acalmasse, mas eu não estava disposta a ouvir.

"Você agrediu o Pedro sem motivo algum! Por que você fez isso? O que ele fez para você?" continuei, minha voz aumentando de volume a cada palavra.

Stev olhou ao redor, consciente dos olhares curiosos dos outros alunos, mas não recuou.

"Cris, não sei do que você está falando. Não agredi ninguém ontem à noite," ele respondeu, sua voz calma e controlada.

"Não finja, Stev! Eu sei que foi você! Todos sabem que foi você! Por que você está mentindo?" gritei, as lágrimas de frustração começando a se acumular nos meus olhos.

Ele apenas me olhou, sua expressão inexplicavelmente tranquila.

"Cris, eu não sei do que você está falando. Talvez você devesse se preocupar menos com o que os outros dizem e mais com a sua própria vida," ele disse, sua voz suave e calma.

Ao ouvir a negação de Stev, tirei o celular do bolso e abri o vídeo que havia sido gravado na noite anterior.

"Olhe para isso, Stev! É você, batendo em Pedro!" gritei, mostrando-lhe o vídeo.

Ele ficou visivelmente surpreso ao ver as imagens, mas antes que pudesse dizer algo, ele pegou meu braço com força e me puxou para fora do refeitório.

"O que você pensa que está fazendo?" gritei, tentando me soltar.

Ele não disse nada, apenas continuou a me puxar pelo corredor até chegarmos a uma sala pequena e vazia. Assim que entramos, ele fechou a porta atrás de nós e se virou para me encarar.

Ao nos encontrarmos na sala vazia, Stev me encarou com uma mistura de raiva e surpresa.

"O que você pensa que está fazendo?" ele perguntou, sua voz carregada de raiva.

Indignada com sua atitude, empurrei-o para longe de mim.

"O que EU estou fazendo? A pergunta é: o que VOCÊ está fazendo, Stev? Batendo em pessoas inocentes sem motivo algum?" retruquei, minha voz tremendo de raiva.

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