Capítulo 3- A fuga

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1784 Palavras

"Nunca é tão fácil perder-se como quando se julga conhecer o caminho." Provérbio Chinês

Ela abriu os olhos lentamente, sentindo a luz iluminar seu rosto. Por um momento, ela permaneceu imóvel, tentando lembrar como havia chegado ali. Mas conforme sua visão se ajustava, ela percebeu que algo estava profundamente errado.

Ela tentou se mover, mas foi então que percebeu as cordas que a prendiam, amarradas com firmeza em seus pulsos e tornozelos. Seu coração acelerou em pânico enquanto tentava desesperadamente se libertar, mas as cordas estavam firmes e não cediam.

O medo começou a se instalar em seu peito, enquanto ela olhava em volta do quarto desconhecido, procurando por uma saída. As janelas estavam seladas, as portas trancadas. Ela estava sozinha, presa e sem esperança.

O silêncio ao seu redor era ensurdecedor, apenas quebrado pelo som de sua própria respiração acelerada. Fechou os olhos, tentando controlar o pânico que ameaçava engoli-la por inteiro. Sabia que precisaria encontrar uma maneira de escapar, antes que fosse tarde demais.

Sentia as cordas apertadas ao redor de seu corpo, impedindo-a de se mover livremente. Cada nó parecia mais dificultoso do que o anterior, prendendo-a em um emaranhado de amarras invisíveis.

Com determinação, ela começou a tentar se desvencilhar daquelas amarras que a prendiam, lutando contra a dor que cada movimento forçado causava. Ela tentava, a todo custo, se soltar das amarras, em vão.

Sua pele ardia com o atrito das cordas, mas ela não desistia. Com mãos trêmulas, ela continuava a tentar desfazer os nós, libertando-se lentamente do aprisionamento que a sufocava quando a porta se abriu.

— Minha valorosa noiva finalmente acordou.— Disse o homem adentrando no quarto.

Seus olhos verdes como esmeraldas brilhavam com intensidade, fixos nos dela como se quisessem devorá-la por completo. Seus cabelos loiros caíam em perfeitos cachos sobre os ombros largos, realçando sua aparência aristocrática e imponente. Seus lábios formavam um sorriso sádico, revelando um ar de malícia que arrepiava sua pele.

Ela podia sentir pela primeira vez a presença maligna emanando daquele homem, como se ele fosse um verdadeiro demônio disfarçado sob a pele de um belo e sedutor ser humano e percebeu que nunca o conheceu de verdade.

Estava sem palavras. Não sabia o que dizer naquele momento pois sua alma e seu corpo doíam de uma forma que parecia que ia partir em pedaços a qualquer momento.

— Parece que minha bela Helena tornou-se muda de repente. Melhor assim, detesto mulheres falantes demais e chorosas. Só gosto de ouvir mulher chorando na cama — Disse Mattia se aproximando causando tremores de horror em Helena.

— Quem é você? Depois de um ano juntos eu percebi que não sei quem você é! — Indagou Helena com a voz entrecortada

— Poderia ter sido seu amado marido por um tempo, mas você estragou tudo.— Disse o homem a sua frente levantando seu queixo. - Eu tinha planejado acabar com sua vida após tomar sua família para mim. O velho não aceita que mulheres assumam o negócio e nada melhor do que seu querido genro para fazer isso.

— Você se aproximou de mim pelo meu dinheiro?? — Indagou Helena com um sussurro sofrido.

— Lógico, por qual motivo eu ia ficar noivo se uma puritana que mal me beija? Acha que existe vantagem além da financeira de namorar um ano e noivar com uma mulher sem graça e vitoriana como você? - Respondeu o homem em um tom ácido rindo - Nem sua beleza é capaz de prender um homem por muito tempo se não tiver dinheiro envolvido

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