Capítulo 10- A verdade

38 6 82
                                    

2168 palavras

"A verdade é que então na borda estava, 
Do vale desse abismo doloroso,
Donde brado de infindo ais troava... "
Dante Alighieri

Andrea estava em seu escritório, imerso em todas as informações que havia reunido ao longo das investigações anteriores. Ele organizava cada detalhe minuciosamente, desde o sequestro de sua irmã até a conspiração para conseguir as ações de Helena por meio de um casamento arranjado com um dos capangas do pai dela.

No mural que se estendia pela parede, Andrea traçava linhas entre cada peça do quebra-cabeça, conectando os pontos e revelando padrões ocultos. Cada foto, documento e anotação estava cuidadosamente disposto, formando uma teia complexa de informações interligadas. Ele tinha fotos, documentos, relatórios e anotações de todos os envolvidos, suas conexões e seus motivos.

A morte de sua irmã, o sequestro e a conspiração para obter as ações se revelavam interligados, como peças de um mesmo quebra-cabeça. Enquanto organizava todas as informações, ele percebeu que havia pistas que havia perdido e novas conexões que não havia considerado antes. A medida que ele analisava cada detalhe, podia ver como os eventos se relacionavam e como tudo se encaixava em um elaborado plano pensado por alguém muito meticuloso.

Helena adentrou a biblioteca em silêncio até chegar ao mural onde Andrea estava concentrado. Ele estava completamente absorto em sua tarefa, folheando alguns papéis e organizando-os meticulosamente no mural. Helena observava atentamente, sem fazer barulho, observando as informações organizadas por ele anteriormente.

Andrea não havia percebido a chegada de Helena, tão concentrado estava em sua tarefa. Ele continuava a organizar os papéis com precisão, sem desviar a atenção para nada mais ao seu redor. Helena, por sua vez, se mantinha em silêncio, apenas observando e apreciando o trabalho de Andrea.

Helena observava atentamente cada movimento de Andrea, sem o interromper, apreciando a concentração e habilidade com que ele organizava os papéis.

Ele estava tão absorto em seu trabalho que não percebeu a presença de Helena, que estava sentada observando o mural com as informações da investigação. Quando finalmente a viu, Andrea se assustou, seus olhos se arregalaram e ele deu um pequeno salto para trás, surpreso com a presença dela. Ele tentou disfarçar o susto, mas não conseguiu esconder a expressão de surpresa em seu rosto. Andrea rapidamente se recompôs e voltou a sua postura séria e concentrada, mas foi o suficiente para tirar um pequeno riso de Helena, abafada com uma tosse discreta. 

Pigarreando Andrea começa:

— Eu organizei dessa forma para que ficasse o mais visível possível. Devo imaginar que você leu os papéis que eu te dei — Helena anuiu em concordância — Então você entendeu o meu plano.

Ao ver o rosto confuso de Helena ele percebeu que ela ainda não entendia onde ele queria chegar.

— Eu entendi as informações, mas não entendi, além da vingança, o que isso tem a ver com o caso atual e o que o passado da família envolve o senhor. Eu posso te ajudar no plano sem precisar fingir um relacionamento entre nós dois, então qual seria o objetivo do noivado?

— Fazer o outro lado cometer um erro.

— Como assim?

— O plano do seu pai era te destruir publicamente para te fazer passar toda a sua herança para o nome de boa vontade. Seu plano original era espalhar vídeos íntimos seus por toda a internet para que você acreditasse que casar com seu noivo era a única opção.

— Como você chegou a essa conclusão?

— Seu corpo estava repleto de narcóticos de controle e o início do uso não começou da noite para o dia. Você não sabia do uso então eu acredito que não foi algo consciente — Helena concordou — Por conta do seu status social somente duas pessoas poderiam ter poder suficiente para colocar algo em sua bebida à noite sem que fosse notado: Seu pai ou seu noivo

Ventos do NorteOnde histórias criam vida. Descubra agora