Lissa MaddesNunca consegui associar a fama das minhas palavras e os motivos que causavam sensações nas pessoas. Pois eu, nunca sentia nada além da distorção de amor com a violência.
Nas palavras distribuídas no meu último sucesso de vendas, meu vilão amava minha heroína através dos obstáculos de seu patamar mais alto de violência e destruição. E minha heroína, aceitava meu vilão através da lealdade que apenas um louco era capaz de entregar. Sempre agradeço pela situação citada ser apenas fruto da minha imaginação fértil, nenhum atalho da ferocidade deveria levar ao amor.
— Você sabe que fez a melhor decisão, não é? — a voz de Samanta tornou através da velocidade que o vento alcançava a varanda da qual eu observava a paisagem da cidade movimentada cruzando com a fumaça do cigarro da minha melhor amiga.
— Não é a melhor, — lhe respondi — é a única.
Meus dedos já estavam perto dos meus lábios quando puxei o pequeno pedaço de pele do canto da minha unha com os dentes. A carne rasgou, e rapidamente o ferimento de onde o sangue escorreu, proporcionou uma sensação de ardência preenchendo sobre minha aflição.
Sam suspirou de forma pesada.
— Mas já pensou no quê Alisha Woods faria? — Sam tentou me encorajar ao citar a personalidade da minha protagonista.
— Alisha Woods não existe, Sam. — fui rápida — A Lissa existe, e ela está com problemas.
— Sinceramente, Lis.
Era quase impossível de controlar a raiva quando aquele tipo de comentário surgia. Alisha era alguém que eu havia criado para me agarrar nas minhas noites mais solitárias dentro de um relacionamento frio, ela era tudo que eu não conseguiria ser nem em um milhão de anos.
Eu não iria desqualificar minha personagem ao dizer que não gostaria de ser ela. Invejável era seu espírito livre, o instinto corajoso de se entregar por completo para um assassino em série.
— Eu lutei muito para sair daquele inferno, — eu disse — acho que você se esqueceu...
— Não esqueci de nada. — acrescentou — Mas você tem liberdade de ir e vir, não é um prisão... é um refúgio. Eu cresci ao seu lado, te conheço o suficiente para saber que essa merda está te deixando louca.
— Me deixar isolada do mundo é a minha única opção, e não venha me dizer que é a melhor. — confessei — Essa coisa vai me perseguir pelo resto da minha vida. As pessoas vão parar de comprar meus livros, não terei dinheiro para pagar meu apartamento ou colocar comida nos armários. Esse homem me fodeu, Samanta.
Sam olhou para mim de forma divertida. Porque costumávamos brincar com todo o tipo de merda que acontecia em nossas vidas, mas dessa vez eu sequer abri um sorriso.
— Ele realmente fodeu. — confirmou.
— Algum dia, eu vou atravessar uma faca no crânio de Dylan. — olhei para o nada imaginando a cena.
— Da mesma forma que Bill fez com todas as suas vítimas?
— Exatamente. — afirmei confiante — Sabe, todas as vítimas de Bill Skarsgard tinham algo em comum.
— Sério? — Samanta perguntou.
— Todos eles eram agressores sexuais. — confessei.
— Mas porque ninguém nunca falou sobre isso? — ela perguntou parecendo interessada.
— Acho que ninguém quer ver o lado humano de quem fez centenas de vítimas.
— Você se contradiz muito, Lis. — Sam acusou — Diz que sua personagem é louca por amar um assassino, e de repente fala sobre o lado humano do assassino que te inspirou à escrever sobre...
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Pesadelo (Bill Skarsgard)
RomanceApós confessar ter se inspirado na fisionomia da homem mais perigoso do país para ter escrito seu romance best-seller, Lissa Maddes têm sua vida atormentada de polêmicas perseguidas de acontecimentos ruins, e ao tentar escapar dos problemas se encon...