Capítulo 9: Imperfect for you

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A festa estava definitivamente uma bagunça. Me perdi de Amy a uns vinte minutos. Tenho certeza que ela deve estar em algum lugar com Ederik Angelov, se pegando iguais a dois chimpanzés em cativeiro se lambendo e catando piolho.

    Nesse momento em específico, eu não consigo me lembrar exatamente o que eu fiz, mas sei que passei por um grupo de garotos virando um barril de cerveja de cabeça para baixo. Fiquei jogando beer pong com uma galera, e fui muito bem na verdade. Sei que dei uns amassos no Colin Back enquanto dançava na pista de dança.

    Não só em Colin, mas também quase fiquei tonto de tanto que beijei o DJ durante os intervalos que ele dava para beber água. Praticamente toda a festa se juntou para dançar uma coreografia improvisada quando começou a tocar uma versão de “Bitch, I’m Madonna”.

    É nesses momentos que percebemos que ao juntar adolescentes cheios de hormônio juntos em um lugar escuro com muita luz psicodélica colorida, não existe civilização, apenas caos. Por todo lugar, posso ver lobos pegando chapeuzinhos, lobo pegando outros lobos e até chapeuzinho com chapeuzinho.

    Não posso dizer que não haviam casais e trisais literalmente fazendo sexo em alguns cantos, mas não eram todos, e esse é o objetivo da Lupercalia. Todas as vezes em que eu vi Zach sem camisa, usando aquela capa de lobo, isso me dava um gatilho que me preenchia de uma vontade de beber, dançar mais e beijar mais só para tirar aquele garoto da minha cabeça.

     — Ei, Jake! — Eu ouvi a voz de Kent me chamar. Ele estava com outros garotos na mesa do beer pong. — Topa uma revanche, Chapeuzinho?

     — Parece que você ama perder, Lobo Mau — eu respondi, bêbado o suficiente para me esquecer que era Kent —, afinal eu sempre ganho.

     — Eu não contaria tanto com isso. — ele disse, um sorriso perverso no rosto.

     Eu não consigo entender como Kent estava conseguindo, mas ele estava acabando comigo. Provavelmente eu já tinha virado uns quinze copos de cerveja, o que já foi o suficiente para ativar o meu lado trapaceiro e fazê-lo se encontrar com meu lado competitivo. Quando chegou a minha vez de jogar a bolinha, eu usei minha magia para fazer com que ela acertasse dentro do copo vermelho. Não só isso, mas também fiz a cerveja no copo esquentar até que saísse fumaça.

     — A cerveja tá quente! — disse Kent no instante em que tocou no copo.

     — Vira! São as regras, pode beber tudinho. — eu disse, arregalando os olhos no momento em que eu vi Amy se aproximando com a boca inchada e o cabelo ruivo bagunçado. — Amy, vem me ajudar a acabar com o Kent.

     — Eu não sei como se joga isso. — disse a ruiva com uma voz arrastada.

     — Relaxa gata, eu te ensino. — disse Eddie Angelov, os pupilas super dilatadas, indicando que ele estava sob o efeito de substâncias ilícitas.

     — Amy fica no meu time e você com o Kent, Eddie. — eu disse, puxando Amy para o meu lado. — Você tem que acertar a bolinha dentro do copo, se conseguir, o Kent ou o Eddie tem que virar a cerveja de uma vez. A mesma coisa para ele, sacou? — eu expliquei, e Amy fez que sim com a cabeça.

     O jogo foi um caos, e quando eu digo isso eu quero dizer que Amy e eu estávamos acabando com Kent e Eddie. Os queridos estavam caindo de bêbados, e Eddie, que já estava chapado, parecia estar dentro de uma mescla de tontura com animação.

    Quando Kent conseguiu finalmente acertar uma bolinha, eu sussurrei para Amy usar a magia dela para fazer a bolinha sair do copo. Mas ela já estava tão bêbada que acabou derrubando todos os copos em cima dos garotos. Amy gargalhou da cara de choque deles e eu engoli em seco ao notar o peitoral surpreendentemente malhado e molhado de cerveja de Kent.

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