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YASMIN CARDOSO.

📍Nova Holanda, Rio de Janeiro.

Ver o Diego nessa vidinha aí me matava, me matava por dentro mas eu não tinha muito mais o que fazer sabe? Ele já tinha resolvido tudo o que queria e cabia a mim agora seguir o meu caminho e fazer o meu.

Ele gostava de me tirar do sério, agora eu ia ter olheiro 24h por dia pra saber o que eu estava fazendo, com quem e onde eu estava fazendo mas estava bem né, ele fazia de tudo por mim.

Uma das coisas boas agora era que eu não morava mais dentro do morro e também não precisava viver enfiada lá dentro, meu foco era meu trabalho, meu estudo e a minha vida.

Só queria saber do meu progresso, felizmente isso era tudo o que importava pra mim.

Hoje era dia de ir pra faculdade fazer o que eu fazia de melhor que era estudar e pelo amor de Deus eu nunca estive tão nervosa, muito, muito nervosa como eu estava agora era surreal.

Corri pra faculdade porque sempre parecia que eu estava atrasada mas não estava era o puro suco da minha ansiedade mesmo, eu era muito ansiosa com tudo então eu ficava nervosa, corria de uma lado pro outro pra conseguir resolver e fazer tudo o mais rápido.

Ainda mais que hoje era o meu primeiro dia de aula, entrei no Uber e fui em direção a faculdade, como eu estava feliz e realizada pelas coisas que estavam acontecendo na minha vida, eu nem conseguia mensurar o tamanho de toda minha felicidade.

Cheguei na faculdade, peguei as minhas matérias do primeiro período e fui em direção a sala de aula que tinha uma menina sentada esperando o professor e logo veio na minha mente a pergunta: será que cheguei cedo demais?

Mas era melhor chegar bem cedo do que super mega atrasada como eu pretendia chegar e sempre chegava aliás essa era uma responsabilidade nova e não dava pra eu me atrasar.

Sentei em uma das cadeiras não muito perto dela porque eu tinha muita vergonha pra fazer amizade, todo mundo me vê assim com quem eu sou próximo mas na real sou bem tímida.

Logo a sala foi enchendo e eu continuei no meu canto até o primeiro professor entrar e começar a discursar sobre o assunto e eu feito boba prestava atenção em cada palavra dita e em tudo o que ele apontava no quadro.

As vezes um sorriso escapava e isso mostrava o quanto eu estava feliz ali mas a concentração estava em mim.

Logo a primeira aula acabou e já eram meio dia, hora do almoço e eu fui caminhando até o refeitório da faculdade onde tinha um lugar para que pudéssemos esquentar comida e essas coisas.

Por incrível que pareça eu consegui esquecer a marmita no meu primeiro dia, que loucura mas foi a pressa então comprei alguma coisa que vendia em uma das cantinas e me sentei para comer enquanto mexia no meu celular e ficava observando umas fofocas.

Foi então que eu escutei uma voz feminina que fez com que eu levantasse eu cabeça e olhasse para minha frente que era onde ela estava posicionada.

— Oii. — falei sendo simpática.

Livia: Sou Lívia, posso sentar com você? — ela falou.

Fiquei meio sem jeito em negar mas balancei a cabeça fazendo sinal positivo e ela logo se sentou, sou meio ruinzinha fazendo amizades novas, na verdade eu não gosto muito.

Lívia: Desculpa te incomodar tá, é que hoje é meu primeiro dia e eu vi que estamos na mesma turma. — ela disse comendo o lanche dela.

— Sem problemas, também sou nova. — ri fraco.

Lívia: To bem feliz, sabe? — ela me olhou. — Meio que eu sempre quis fazer faculdade mas era um sonho distante.

— Eu também to assim, to toda boba com tudo que está acontecendo e ainda sem acreditar. — dei risada.

Lívia: Qual seu nome? — perguntou.

— Nem falei né? Meu nome é Yasmin.

Lívia: Pelo menos podemos andar juntas na faculdade, assim nenhuma fica sozinha!

— Verdade.

Lívia: Seu olho é lindo menina, clarinho desse jeito. — ela falou olhando.

— Obrigada, são azuis mesmo.

Lívia: Meu sonho!

Telefone dela tocou e ela levantou para atender, parecia ser bem legal e gentil mas o que me ferrava era minha timidez mesmo, pelo menos ela veio até mim para conversarmos porque dependendo de mim, eu andaria sozinha pra sempre nessa faculdade.

Lívia: Meu namorado. — ela falou. — Chato toda vida.

— Por isso que eu não tenho um. — ri. — Tenho zero paciência pra aturar homem, já tenho o meu irmão que só falta colocar um chip em mim pra saber por onde eu ando.

Lívia: Não sei o que eles pensam. — riu.

— Então vamos pra última aula? — falei.

Lívia: Simm!

Levantamos do refeitório e voltamos pra sala, dessa vez ela aproximou a cadeira e sentamos mais próximas uma da outra, eu estava me sentindo como se estivesse fazendo amizade no colégio ainda, isso era bom.

As melhores amizades saem assim aleatoriamente.

Assistimos a última aula e logo o professor saiu de cena só estava pensando no tanto de coisa que eu tinha pra estudar quando eu chegasse em casa, era de pedir socorro mas ia dar tudo certo com a glória de Deus.

Fomos caminhando enquanto conversamos para a saída da faculdade.

Lívia: Onde você mora? — perguntou.

— Perto do shopping novo que fizeram. — falei.

Lívia: Somos vizinhas? — ela riu.

— Ah não, mentira? — olhei pra ela.

Lívia: Vamos juntas então.

— Vamos.

Chamei um carro e dividimos o valor, ela morava do outro lado da rua e fomos conversando o caminho inteirinho, muito bom, eu adorava logo logo pegaríamos intimidade e eu ia perder a timidez.

O Uber nos deixou do outro lado da rua e eu fui andando pra minha casa após me despedi dela, ao chegar em casa corri pro banheiro porque o cansaço estava consumindo o meu corpo, juro por tudo que eu estava extremamente cansada mas logo logo eu ia ter mil e uma matérias pra estudar.

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