O MESTRE MANDOU

CAPÍTULO 8

— Não posso acreditar... - ele se aproximou com seu olhar intenso, segurando meus braços com uma força quase assustadora. — Sabia que te encontraria mais cedo ou mais tarde.

— Ei! Qual é o seu problema!? - eu senti seu aperto aumentar. — Me larga!

— Qual o meu problema!? - ele riu, sarcástico. — Você é o maldito garoto que estava me espionando na Império!

Ah, não.

Não, não, não, não, não...

Jungkook não me reconhecia como Angel... mas como testemunha daquele crime.

Nessa altura, eu já não sabia qual versão minha era a pior.

— Eu realmente me pergunto de onde você tirou tanta coragem para vir aqui - ele me fitou por inteiro, expressando desgosto e decepção. — Quem é o miserável que mandou você me vigiar?

— N-não, ninguém! Eu só...

— Não minta! - Jeon vociferou, soltando meus braços apenas para agarrar meu pescoço, empurrando-me contra a parede. — O que faz aqui!? - perguntou severamente.

A minha respiração falhava, mas ainda assim, eu o encarei de volta, resistindo ao medo que insinuava voltar. Assumi um timbre de voz diferente, pretendendo confrontá-lo. Ele não me mataria em um casamento, muito menos dentro de uma igreja...

Eu acho.

— Olha, eu sinto muito que bandidos como você se sintam ameaçados o tempo todo...

Ele pressionou sua palma em meu pescoço com mais força. Por isso, continuei em um tom mais alto, como se fosse minhas últimas palavras antes de ser asfixiado:

— Mas eu vim para o casamento da minha mãe!

Minhas palavras soaram rápidas, enquanto os olhos de Jungkook se moviam de um lado para o outro. Ele foi me soltando devagar, processando o que ouviu.

Minha tosse ecoava por todo espaço, enquanto meu fôlego era recuperado. Olhei diretamente para ele antes de perguntar rápido e ofegante:

— E você? O que um criminoso como você faz aqui?

A expressão dele mudou completamente. Invés de bravo e autoritário, ficou tenso e espantado.

— O que foi? - perguntei, irritado com seu silêncio. — Você também é um dos amigos estúpidos do noivo?

— Na verdade eu... - ele hesitou, alimentando ainda mais a tensão.

— Você...?

— Eu sou o noivo.

Se a minha vida pudesse acabar, os créditos subiriam agora.

Uma dor fria que começou no estômago, se espalhou pelo meu corpo inteiro. Minha mente começou a girar em meio ao caos. Meus ombros caíram ao mesmo tempo que meus pensamentos pararam de falar.

O meu cliente da noite passada... Era o noivo da minha mãe?

Essa repetição na minha cabeça era como está em uma queda livre sem fim.

— Olha, a gente começou errado... - a voz dele soava distante, como se quisesse me trazer de volta ao chão. — Eu posso explicar por que matei aquele cara. Eu não sou daquele jeito. Eu amo sua mãe e...

— Cala a boca! - gritei, avançando contra seu peito, batendo nele ao mesmo tempo que desabava em um choro incontrolável. Sem revidar, ele aguentava a dor.

Como Jeon tinha coragem de dizer que amava minha mãe, mesmo depois de tudo que havia feito com um garoto de programa na noite anterior?

Minhas lágrimas de raiva se misturaram com as de tristeza e culpa, porque, infelizmente, eu era esse garoto.