A boate Império era o lugar mais parecido com o inferno em terra. Seu letreiro em vermelho néon emblemava um convite tentador para os pecadores de Nova York.
Nas longas noitadas, uma clientela diversa: líderes políticos, homens casados, viciados, pastores e até mesmo padres buscavam uma fuga temporária de suas vidas miseráveis.
Em seu primeiro andar, existia o bar com uma infinita variedade de bebidas. A esquerda, um palco enorme, composto por uma barra de ferro bem no meio, exclusivo para as melhores performances de striptease.
Ao lado direito do bar, havia a área de pagamento e os elevadores que levavam até às numerosas suítes. A boate era gigante, tanto que no penúltimo andar, fileiras de camarins se estendiam criando múltiplos corredores.
Jennie e eu estávamos em um desses, enquanto acima de nossas cabeças, o escritório da chefe com uma vista maravilhosa da cidade que nunca dorme.
— Que droga! - exclamei, caminhando de um lado para o outro. — Que merda! Por que ela vai fazer isso?
Estava realmente uma pilha de nervos. Disposto a abrir um buraco sob meus próprios pés.
Jennie, a minha melhor amiga, ocupada com pincéis de maquiagem diante do espelho iluminado do camarim, me pediu preocupada:
— Jimin, pelo amor de Deus, se acalma! Qual é o problema se a sua mãe se casar de novo?
— Jennie, ela vai se casar da noite pro dia com um desconhecido que eu sequer sei o nome! Esse é o problema! - respirei fundo, colocando meus cabelos pra trás, procurando não surtar por completo.
— Meu Deus, isso você não me contou. Como assim a sua mãe não te apresentou o noivo? Ji, isso é loucura...
— Foi oque eu disse! Mas nada tira da cabeça dela que esse é "o homem perfeito".
Jennie ficou em silêncio, refletindo sobre a situação, sem ter mais o que dizer.
— Mas o que me magoou nisso tudo, foi ela ter escondido o começo do namoro - suspirei, desapontado. — Se é que houve um namoro antes dessa maluquice!
Não conseguindo me controlar, peguei um salto alto e o arremessei na porta, descontando minha mágoa.
Assim que caiu, a porta foi aberta por Rúbia, dona da boate, que observou o desleixo em seu caminho.
— Eu não posso acreditar que você ainda está desse jeito! - a mais velha advertiu, me vendo enrolado num roupão. — Sua apresentação é a primeira da noite!
— A minha mãe vai se casar amanhã, demorei pra chegar porque ela vai fazer uma despedida de solteira hoj...
— Tá! Tá! - Rúbia me cortou impaciente.
Deu alguns passos até o espelho, forçando Jennie a ceder espaço, e com a ponta de seus dedos, limpou um pequeno borrão de batom no canto da boca. Seu longo vestido vermelho decorado com pedrarias luminosas e um decote profundo, criava uma imagem memorável para quem a olhasse.
Esse apreço por roupas extravagantes, era a maneira de garantir atenção pelo resto da noite e ser comentada como " a dona da império" e, consequentemente, dona da porra da minha vida.
— Vista sua fantasia o mais rápido possível e vamos - ordenou, virando as costas.
— Eu não consegui encontrar minha fantasia, acho que alguém a pegou.
A risada cínica de Rúbia sobrepesou o ar, virando-se e apontando um dedo acusador para Jennie.
— Já tentou perguntar pra essa inútil? É ela que sempre "cuida" dos figurinos.
Paralisei nos primeiros segundos. Ouvir Rúbia tratar minha melhor amiga assim, sem motivo algum me encheu de raiva.
Essa víbora que sempre passava o dia inteiro naquele escritório: desviando lucro das novatas, fumando, bebendo e dando pra qualquer bêbado que flertasse no bar, achava mesmo que tinha moral para abrir a boca?
— Rúbia... - sorri sem mostrar os dentes. — Por que a senhora não vai se foder?
— O quê? - me olhou rápido. — O que deu em você? Seu pirralho abusado! Tenha mais respeito comigo ou...
— Ou o quê? Vai me demitir? Ah, não! você não pode. - fiz biquinho, me aproximando com cautela, e falando tudo que guardei por muito tempo. — Vê se acorda Rubia! Sem Jennie, sem Angel, sem Park Jimin os clientes vão embora! O seu império vai à ruína. - minhas palavras saiam afiadas, quase como uma ameaça. — Então, é você que deve aprender a mostrar mais respeito por mim e, principalmente, pela minha amiga.
Tudo que recebi de Rúbia pós afronta devolvida, foi seu ódio silencioso.
Deixando claro que não seria intimidado, passei rente a ela com passos firmes e de cabeça erguida.
Fora do camarim, corredores se estenderam à minha frente, vastos como eram. Por um instante, me senti na obrigação de encontrar meu figurino, só para fazer Rúbia retirar o que disse sobre Jennie.
Disposto, fiz algumas curvas e segui até o último quartinho do último corredor. Lá, costumávamos guardar tudo, desde cobertores e traves até preservativos e brinquedos eróticos.
No entanto, ao chegar, percebi um murmúrio de vozes saindo porta entreaberta. Quando dei uma espiada pela fresta, vi algumas pessoas, mas foi um homem tatuado, de estatura alta, usando um terno preto, que prendeu minha atenção. Ele era tão lindo...
Mas do lado de fora, era difícil ouvir o que dizia. Somente o ódio estampado em seu olhar voltado para um rapaz que se encolhia de medo, dava-me dicas sobre o clima tenso que prevalecia ali.
Num movimento rápido, o homem tatuado puxou uma arma da cintura, fazendo meu coração disparar em um desespero mudo.
— Ficou doido, Jungkook!? A boate está lotada! - o suposto braço direito, o repreendeu desesperado.
Jungkook manteve as mãos firmes no gatilho, ignorando os apelos, pressionando a arma contra a têmpora do rapaz.
— Yoongi, eu quero ouvir da boca desse filho da puta quem é o maldito Don - sua voz firme, me causava arrepios.
— Jeon, a gente não pode se expor desse jeito, cara! Ele já confessou onde estão os documentos sobre o seu pai. O que mais você quer caralho? Perder o cargo? Se alguém da hierarquia descobrir que quebramos os códigos de honra, a gente tá fudid-
Dois disparos ecoaram sem aviso, fazendo todo mundo parar no lugar.
Yoongi prontamente reclamou com Jungkook. Ao lado deles, uma mulher de franja virou o rosto em direção à porta, com repulsa pelo sangue do rapaz que escorria pelas paredes. Era nojento. Seu corpo estava na cadeira enquanto partes do cérebro encontravam-se despedaçadas pelo chão.
— Ei! Você! - Lisa gritou, atraindo todos os olhares para mim.
Fui pego completamente desprevenido. Dei passos para trás, mantendo meus olhos fixos neles. E no momento que Jungkook e Yoongi se prepararam para correr, apressei meus passos e sai correndo o mais rápido possível, sentindo aquela adrenalina absurda.
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O MESTRE MANDOU
Romance" 𝘖 𝘮𝘦𝘴𝘵𝘳𝘦 𝘮𝘢𝘯𝘥𝘰𝘶: 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘢𝘣𝘳𝘪𝘳 𝘢𝘴 𝘱𝘦𝘳𝘯𝘢𝘴 𝘦 𝘤𝘰𝘭𝘰𝘤𝘢𝘳 𝘢𝘴 𝘮𝘢̃𝘰𝘴 𝘢𝘵𝘳𝘢́𝘴 𝘥𝘢 𝘤𝘢𝘣𝘦𝘤̧𝘢." Park Jimin trabalha secretamente em uma boate striptease. O loiro precisa seduzir um cliente misterioso em troca...