4 - Pobre de nascença, Senhor!

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Matheus Oliveira
⚜️

Nasci no interior de Minas Gerais, numa casinha de velhinho, acordava cedinho, cedinho sô.

O ônibus que levava nós era todo cagado, cagado mesmo. A escola era uma pública toda bagunçada doido.

Até que, minha mãe, cientista, começou a ficar bem famosinha, foi do nada tá doido. E então, minha mãe com a fama dela recebeu um e-mail do Colégio Educate, no caso, uma das maiores escolas de classe alta do País.

E então, era só eu estudar pra caramba que eu consegui entrar. Eu passei no mínimo seis meses estudando, no final eu consegui passar por pouco. E então minha família mudou pro Rio de Janeiro, e hoje em dia eu estudo numa escola de alto nível prestigiada no País.

— Uai, mas você nunca comeu feijão tropeiro? — Ele me olhou com uma cara de cu — Você entende o significado da palavra estudar? — Eu e ele estávamos estudando na escrivaninha do quarto.

Eu bufo, e bato a cabeça na mesa — Trem ruim demais, por que eu preciso estudar isso? — Ele revira os olhos — Pra não ser expulso.

Eu arqueio as sobrancelhas — Como assim? — Ele suspira e começa a falar — Se você tirar menos de seis mais de dez vezes, você é expulso. —

Como assim? Eu tô fodido pra caralho, minha mãe trabalhou tanto pra eu conseguir isso, minha vó também. E eu vou estragar isso só por causa de ser pobretão, sem futuro e burro?

Nas aulas, não consigo me concentrar. Toda vez que o professor começa a falar as coisas, eu simplesmente não consigo entender, eu preciso que a pessoa me explique quarenta vezes a mesma coisa pra entender.

Meu cérebro funciona diferente, ele funciona devagar.

O Bento chega no quarto, ele estava com uma roupa branca sem regata, e então olho pro Artur e ele não consegue tirar os olhos dele.

— Artur. Fecha a boca, cê vai se babar todo parça — Ele se assusta — Vai te fuder!

O Bento deita na cama e dorme.

Ele deve ter tido um dia cansativo, eu até entendo.

— Tamo junto aí, agora eu vou dormir, beleza? — Desde que ele conheceu o Bento, ele tá mais.. Como eu posso dizer.. Mais estranho.

Ele se levanta e deita na cama dele — Posso desligar as luzes? — Pergunta ele — Pode, eu só ligo a luminária que eu fico ficha.

Ele desliga as luzes e então ligo a luminária, agora é só estudar, primeiro, como eu faço isso?

Até que escuto o som da mensagem no celular, e abro rapidamente o celular.

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