𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖀𝖒

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Sábado na Rocinha 🗓️
34° 🥵 | 14:00hrs ⏰

Sírius

Meu nome é Leticia, mas geral aqui na Rocinha só conhece meu Vulgo Sirius, apesar da pouca idade já sou muito conhecida. Ninguém do movimento acredita que eu tenho só 21 anos, pois tô no mundo do crime há um bom tempo. Cês devem estar se perguntando se eu gosto de viver essa vida ou porque eu escolhi ela. O mundo do crime nunca foi "creme", principalmente no RJ. Aqui as coisas nunca foram fáceis e nunca serão. Mas para mim foi uma escolha natural, pique Dna, aqui a disposição sempre correu no sangue. Minha Mãe Luzia e meu Pai João - Vulgo Terror morreram nos meus braços quando eu tinha 14 anos. Devido a uma invasão do B.O.P.E na Rocinha. Eu mesmo sendo uma criança sabia que meu pai era bandido, porque todas as crianças podiam sair suave da barreira e eu nunca pude. Meu pai sempre teve medo que os "alemães", como ele falava me pegasse para chegar até ele. Então dificilmente eu poderia sair da Rocinha. Passando a visão teve uma vez que na excursão do colégio meu pai o Terror mandou um vapor ficar me vigiando de longe e acabou que vapor matou um alemão que estava me vigiando. Depois disso a casa caiu, nunca mais passei da barreira. Agora cês devem estar querendo saber com quem eu fiquei depois que meus pais de sangue morreram. Bom, eu fui criada pelo melhor amigo do meu pai o Pesadelo, que hoje é o Dono da Rocinha, ele me ensinou tudo sobre o crime e sempre falava da amizade que ele tinha com o meu pai. Mas nunca achei que ser filha adotiva é fácil, o Pesadelo sempre botou "pesadelo" para eu me sair bem na escola, sempre fui a melhor da turma, principalmente em matemática, daí uso essas qualidades hoje na vida do crime, sou responsável pela contabilidade do Morro da Rocinha.

Sirius: Passa a visão meu crias - Digo entrando na boca.

Pesadelo: Fala aí, tlg que hoje vai ter baile né, tô querendo saber se já está tudo nos esquemas Sirius?

JK: Chegou a ladrinha de pai - Fala sussurrando.

Sírius: Falasse oque aí JK?

JK: Falei que o Pesadelo quer saber se tu já organizou o baile, cê sabe que ele só confia em você para isso - Fala com voz irônica.

Sírius: Ah sim, fica mec Pesadelo, o baile de hoje tá no esquema, hoje é dia de fatura muito e pegar muita novinha - Falo animada.

Pesadelo: Isso aí minha parceira, hoje nos vai fazer a festa mais foda de todas as favelas do RJ.

Sirius: Claro que sim aliado, agora deixa eu ir que vou cortar meu cabelo que tá uma juba já - Falo saindo da boca cumprimentado geral com dois toquinhos e dou salve geral para os vapores que estavam fazendo a segurança da boca.

Chego no Salão da Julia. Já tinha dado um toque para ela para saber se ela tava ocupada com trabalhos da faculdade hoje, ela disse que não, então marquei 10 e vim voando para o salão. Sempre venho cortar aqui, ela é a única menina do morro da Rocinha que dá um talento no cabelo. Então dou aquela força. Fora que nós se conhece dês de criança, a mãe dela era amiga da minha mãe de sangue, então nós sempre brincava juntas.

Sirius: Passa a visão Julia.

Julia: Manda Sirius, sorte sua que hoje o professor não passou trabalho, se não se ia ficar com esse cabelo aí todo desarrumado, apesar que não faz diferença cê é feia com ou sem régua - Fala rindo.

Sirius: Quer tirar bandida Júlia? Tá com medo de morrer? - Falo sem risadinha.

Julia: Único medo que eu tenho de você é da sua feiura - Fala rindo.

Sirius: Ah é né, tá rindo, então essa régua de hoje vai ser por conta da casa - Falo debochando.

Julia: Só vou fazer esse agrado a você porque quero lhe pedir um favor - Fala com cara de cachorro abandonado.

Sirius: Tá vendo como tu é, nega interesseira, vai dá logo o papo - Falo com uma voz irônica.

Julia: Tu sabe que eu faço faculdade na Puc e tu sabe que eu mal tenho amigas, porque eu só vivo estudando direito ou trabalhando aqui no salão.

Sirius: Sim eu sei, mas fale logo onde cê quer chegar que eu não tenho o dia todo, vou ter que comprar uma roupa nova para ir para o baile a noite - Falo tentando adiantar oque realmente a Julia quer me pedir.

Julia: Tá bom chata, já entendi que cê é muito ocupada. Então como eu falei eu tenho poucas amigas e uma das poucas amigas que eu tenho é meu patricinha sabe, só que ela é muito gente boa e confiável, aí tô querendo saber se cê autoriza ela passar da barreira e subir o morro para ir comigo ao baile de hoje, pfvr Sirius - Fala com uma voz fofa.

Sirius: Única pergunta do interrogatório, onde essa sua tal amiga mora? Se disse que ela era patricinha mas não falou onde é a goma dela.

Julia: Ela mora no Leblon - Fala com voz baixa.

Sirius: Deixa eu ver se eu entendi, tu quer trazer uma patricinha do asfalto que nunca subiu o morro da Rocinha e quer levar ela para o maior baile da favela no ano e quer que eu autorize a subida dela? - Falo com uma voz séria.
Julia: Sim, mas eu me responsabilizo - Fala com a uma voz fofa.

Sirius: Tá bom minha cria, eu autorizo, só que se der merda vai ser tua conta em risco e eu não vou poder de ajudar, tu tlg como é as paradas - Falo olhando nos olhos de Julia.

Julia: Valeu Sirius, vou avisar a ela e por conta desse seu favor não vou chamar você de feia durante 1 semana - Fala animada.

Sirius: Vai te foder - Falo rindo e dou dedo.

Julia acabou meu corte e eu fui na loja que peças aqui no morro comprar meu traje para o baile de hoje. Hoje o baile promete.

Na régua.
Storys Instagram @Sirius

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...


*Será que esse baile vai render?





Dona do Morro e Sua AdvogadaOnde histórias criam vida. Descubra agora