𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖁𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝕯𝖔𝖎𝖘

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Domingo na Rocinha 🗓️
34,8° | 15:27 ☀️

Maria Eduarda - Duda

Acho que só trago acontecimentos ruins para a Rocinha. Quando estávamos terminando o almoço ouço um grande barulho de fogos. Estranhei na hora e perguntei para Sirius oque estava acontecendo. Ela disse que era invasão. Depois daquele momento liguei um modo automático. A Sirius e a PA acharam melhor se dividir. A Julia saiu com a PA no carro e a Sirius foi comigo a pé cortando caminho na mata. A Sirius chamou o Antares no radinho e ele confirmou que era o B.O.P.E que estava invadindo a favela. Na hora caiu a ficha que a tal operação que meus pais estavam prestes a deflagrar era na Rocinha. Parecia que estava vendo um filme de terror passar em frente aos meus olhos. Enquanto estávamos bem dizer se arrastando no meio da mata para chegar na rua da casa da Sirius. Podia ver os policiais invadindo as casas de moradores inocentes e os matandos como se fossem animais em abatedouros. Eu estava pasma e ao mesmo tempo muito irritada. Podia sentir um sentimento de revolta crescer dentro do meu peito. Já estava prestes a me formar em Direito e atuar como advogada, e não fazia a menor noção do genocídio cometido de forma "legalizada" na Rocinha. Parece que um véu se rasgou e eu pude ver a realidade nua, crua e dolorosa. Quando a Sirius disse que já tínhamos chegado na rua da casa dela pude sair um pouco do modo automático. Ela abriu o portão e já tinha dez vapores fortemente armados prontos para fazer a minha segurança. Mas eu não me sentia segura. Porque eu tinha quase certeza que ela teria que sair para proteger o morro. Logo a confirmação veio. Um vapor entrou e disse que o Pesadelo e o JK estavam chamando ela. Eu estava com um presedimento horrível. Não queria de jeito nenhum que ela saísse por aquele portão. Mas não deu para impedir. Quando a Sirius abriu o portão logo temos que cara com várias viaturas do B.O.P.E. e um policial que possivelmente era o comandante. Ele começou a mandar os vapores abaixarem as armas e me ameaçou para atingir a Sirius. Eu não consegui mais ver tanta ilegalidade na sua conduta e acabei resolvendo me apresentar.

Duda: Primeiramente o senhor sabe com quem está falando? Meu nome é Maria Eduarda Simões. Tenho certeza que o senhor sabe quem eu sou - Falo alto.

Eu pude perceber que a expressão corporal do comantande mudou na hora que me apresentei. Então resolvi continuar a falar.

Duda: Acho que seria interessante para imagem do B.O.P.E o meu relato e meu depoimento sobre como o senhor está comandado está operação. Aliás, retiro oque disse. Isso não é uma operação e sim uma chacina - Falo alto com um tom de deboche - Fale alguma coisa policial. O gato do nada comeu sua língua?

Quando penso que as surpresas desse dia miserável tinham acabado. Parece que o destino ainda quis me pregar mais uma peça. Só posso ter jogado pedra na cruz.

Policial: Maria Eduarda é você? Oque porra tu tá fazendo aqui na Rocinha? - Fala tirando a balaclava que estava no seu rosto.

Duda: TIO ROBERTO, ENTÃO É O SENHOR O COMANDANTE DO B.O.P.E? Falo gaguejando por conta da surpresa.

Sirius: QUE HISTÓRIA É ESSA DE TIO? - Fala perguntando alto.

Com.Roberto: Oque caralho tá acontecendo aqui Maria Eduarda Simões? Porque tu tá do lado dessa criminosa? - Fala irritado.

Sirius: Ela tá do meu lado porque é minha mulher, seu arrombado. Tá vendo não ou tá cego? - Fala seria.

Com.Roberto: É verdade isso Maria Eduarda? - Fala rápido.

Duda: Sim, é verdade Tio Roberto. A Sirius e eu estamos juntas - Falo gaguejando.

Com.Roberto: EU IA SÓ TE PRENDER SUA BANDIDINHA DE MERDA. MAS AGORA QUE SOUBE QUE TU ESTÁ COM MINHA SOBRINHA EU FAÇO QUESTÃO DE TE MATAR - Fala alto e engatilha deu fuzil.

Sirius: TENTA A SORTE SEU MERDA - Fala gritando engatilhando também o seu fuzil.

Os vapores vendo aquela cena engatilham as suas armas e os policiais que estavam dentro das viaturas do B.O.P.E saem dos carros e também ficam em prontidão. Estava no meio do fogo cruzado, ou arranjava um jeito de fazer a Sirius sair dessa ou todos iriam morrer.

Duda: Vamos conversar tio. Eu vou com o senhor e o senhor deixa a Sirius ir - Fala levantando os braços em forma de rendição.

Duda: Tá doida pretinha. Eu não vou deixar você ir com esse merda para canto nenhum - Fala marrenta.

Com.Roberto: Merda é você sua bosta. Aposto que você não sabe quem são os pais da Maria Eduarda, não é sua otária? - Fala me encarando.

Sirius: Então me fala quem eles são - Fala encarando meu tio.

Duda: Sirius eu posso - Falo sendo interrompida pelo meu Tio Roberto.

Com.Roberto: Os pais dela sua merda, são os responsáveis por autorizarem essa operação. O pai dela é Pedro Simões, um promotor do Rio de Janeiro e a mãe dela é Maju Simões, uma juíza federal. Acho que eles não vão te de conhecer. Já que tu vai estar a sete palmos debaixo do chão - Fala gargalhando.

Quando meu tio Roberto terminou de falar, pude ver o ódio tomando conta da Sirius. Ela se transformou em alguém que não fazia ideia que existia.

Sirius: PORQUE TU NUNCA ME DISSE QUEM ERAM SEUS PAIS MARIA EDUARDA? EU NÃO QUERO TE VER NUNCA MAIS - Fala se afastando de mim.

Duda: Eu posso explicar Sirius - Falo sendo interrompida.

Sirius: EU NÃO QUERO SABER DE MAIS NADA QUE SAI DA TUA BOCA. SAIBA MARIA EDUARDA QUE APARTIR DE HOJE TU É CONSIDERADA UMA TRAIDORA DE MERDA - Fala gritando - AGORA SAI DE PERTO DE NIM.

Duda: Tá certo Sirius. Se você não quer me ouvir problema é seu. Mas vou lhe provar que você está sendo injusta comigo. Você ainda vai me pedir perdão de joelhos - Falo segurando minhas lágrimas indo em direção ao meu tio Roberto.

Com.Roberto: Boa escolha minha sobrinha querida. Agora vou terminar oque eu vim fazer - Fala carregando a arma.

Duda: Não faz isso tio. Eu só quero ir embora - Falo chorando segurando seu fuzil.

Entre a nossa discussão no meio do fogo cruzado, o radinho da Sirius é acionado passando uma mensagem alta e clara.

Radinho On 📳

Antares: Sirius o reforço tá chegando. Conseguimos eliminar os alemão que tavam querendo chegar na boca. Tamo descendo aí parceira - Fala rápido.

Radinho Off 📴


Sirius: Agora sim o fogo cruzado vai ser justo - Fala em tom de deboche encarando meu tio Roberto.

Duda: Vamos embora logo tio. Dá a ordem para o B.O.P.E recuar - Falo tentando empurrar meu tio.

Com.Roberto: Dessa vez tu escapou filha da puta. Mas na próxima eu vou te matar sua desgraçada - Fala apontando o dedo em direção a Sirius e dando o sinal de recuo para os policiais do B.O.P.E.

Os policiais obedeceram o comando e entraram novamente nas viaturas do B.O.P.E.

Sirius: Será um prazer seu alemão de merda te matar com minhas mãos da próxima vez - Fala encarando meu tio - Vapores recuar - Fala alto.

Quando já estava abrindo a porta da viatura para entrar, a Sirius grita algo que nunca imaginei ouvir da boca dela.

Sirius: O JK TINHA RAZÃO SOBRE VOCÊ MARIA EDUARDA. VOCÊ NÃO É DE CONFIANÇA. ATÉ AS PUTAS DAQUI DO MORRO TEM MAIS VALOR QUE VOCÊ - Fala gritando do portão.

Aquela frase "O JK tinha razão sobre você" ficou ecoando na minha mente várias e várias vezes. Comecei a sentir meu corpo desfalecer e minha boca ficar seca. Senti meu tio Roberto me segurar e me colocar dentro da viatura blindada do B.O.P.E. Vi meu tio apontar o fuzil dele em direção ao portão da Sirius e ouvi um disparo. Antes de desmaiar, ainda pude ver com minha visão turva, o corpo da Sirius no chão e os Vapores fechando o portão da casa dela. Será que isso foi um grande pesadelo? Ou realmente o amor da minha vida morreu com ódio de mim?

...

*Eae gente? Será que isso tudo foi só um pesadelo?
*Comentem oque vocês acharam do capitulo...







Dona do Morro e Sua AdvogadaOnde histórias criam vida. Descubra agora