Prólogo

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Ela gritava. Seus gritos eram tão fortes, que me doíam por dentro. Meus ossos pareciam tremer, diante a tanta angústia que ela me parecia sentir. Não aguentei mais, ficar do lado de fora do quarto esperando, enquanto os gritos dela ecoavam por todo o castelo e me rasgava por inteiro. Eu precisava saber como ela estava e por isso, abri a porta num baque, o que assustou algumas das mulheres que estavam lá, exceto por Amélia, que olhava para o que ela fazia.

Então, junto aos gritos que Madalena havia dado, por todo esse tempo, o choro do bebê foi ouvido. Amélia segurava meu filho em seus braços e sorria, dizendo que era um menino. Madalena parou de gritar e olhava para a criança, que agora Amélia lhe dava. Eu me aproximei, tentando ignorar todo o sangue derramado naquela cama, tentando ignorar que aquilo não era normal.

Madalena olhou para o nosso filho, depois olhou para mim, com um sorriso enorme. Ela estava pálida demais, cansada, suada. Tentei não me preocupar, e focar apenas na criança. Então eu vi os olhos azuis. Eram os mesmos olhos azuis que me deixaram apaixonado. Ele tinha os olhos de sua mãe, como eu sempre havia sonhado. Mas seu rosto...

- Se parece com você, meu amor. - Madalena disse, com a voz fraca.

- Maxmillian... olá filho. Meu tão sonhado menino.

- Pegue!

Me abaixei e o peguei com cuidado. Olhava sorrindo, para aqueles lindos olhos azuis, que estavam vidrados em mim. Eu finalmente carregava em meus braços, o filho que um dia me tiraram, de forma tão violenta. Max era lindo, era tudo o que eu sonhava e mesmo que Madalena dissesse que ele se parecia comigo, ele era muito melhor que eu, mais bonito que eu.

- Eu te amo tanto, meu pequeno.

Olhei para a mãe dele, notando que ela sorria. Então olhei para Alan, que havia entrado comigo, me aproximando dele e mostrando o meu filho. Alan sorriu e disse que ele era idêntico a mim. Discordei dele, mas não parava de sorrir feito um idiota, olhando meu menino em meus braços.

Foi então que Amélia chamou por Madalena, três vezes. Madalena não respondeu. Seus olhos estavam fechados e sua cabeça caída de lado. Moira se aproximou e pegou Max de meus braços. Madalen estava viva, mas por pouco tempo. Olhei para Amélia preocupado e ela começou a tentar estancar o sangue, que não parava de sair. Mas os sinais de vida de Madalena, ficavam cada vez menores e eu me recusava a perder o amor da minha vida, outra vez. Ainda mais agora, com nosso filho nos braços. E independentemente se o que eu iria fazer agora, fosse infame, eu não poderia deixa-la morrer.

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