XVI

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Carta de Abraham Van Doth

Nobre Príncipe Vlad Dracula,

Com a mais profunda reverência e respeito, dirijo-me a Vossa Alteza, o guardião do nosso reino e defensor da Ordem do Dragão, na qual deposito toda minha lealdade e admiração. É com grande alegria e honra que escrevo esta missiva para comunicar um evento que, acredito, será de grande importância tanto para o nosso reino quanto para a sagrada Ordem que nos une na fé cristã.

Minha filha, Maria Madalena, a quem a Providência abençoou com virtudes dignas da nobreza, foi escolhida por Vossa Alteza para ser sua noiva. Este enlace não é apenas uma união entre duas almas, mas um fortalecimento dos laços que unem nossas casas e um testemunho do compromisso de nossa linhagem com a defesa dos valores que prezamos. Estou profundamente grato por esta oportunidade e reconheço a grandeza de tal honra.

Neste espírito, gostaria de informar que Maria Madalena partirá esta noite, acompanhada de um grupo de guardas mercenários, e de dois dos seus irmãos, que a protegerão em sua jornada até o seu magnífico castelo. Ela se prepara para este momento com o coração pleno de fé e esperança, ciente da responsabilidade que agora lhe cabe, como futura princesa. Sua devoção à família e ao reino é um reflexo do que ensinei e um testemunho de sua educação.

Rogo a Vossa Alteza que receba minha filha com a mesma bondade e respeito que sempre demonstrou, pois ela vem não apenas como noiva, mas como uma mensageira da união e da paz que tanto desejamos para nossos povos. Que este matrimônio fortaleça os laços de fraternidade e coragem entre nós, assegurando que a Ordem do Dragão continue a brilhar como um farol de justiça e fé em tempos de incerteza.

Ao encerrar esta missiva, deixo meus melhores votos a Vossa Alteza, desejando que seus dias sejam longos e repletos de conquistas. Que o Senhor o guarde e o proteja em todas as suas batalhas, como o valoroso defensor do cristianismo e da honra.

Com estima e devoção,

Abraham Van Doth,
Pai de Maria Madalena




Termino a carta, rindo. Ele aparentemente não havia conseguido se expressar com a nobreza que queria, quando a pedi em casamento, então o fez na carta, algo que foi pensado por ele. Certamente ele elaborou cuidadosamente a carta e deve tê-la escrito algumas vezes. Apesar de minha diversão com isso, estava feliz que minha amada Maria Madalena, viria para cá, hoje. Tendo terminado de rir, olhei para meus nobres amigos e disse:

- Mandem preparar o quarto de Maria. Jade e Samara serão suas damas de companhia, como haviam me pedido. - Elas sorriram. - Preparem um bom jantar para ela e... ah, vamos comemorar! Minha amada finalmente virá para mim!

Eles riram e Moira logo veio me abraçar. Ela estava feliz que eu finalmente iria me casar. Disse que iria ajudar a preparar o quarto de Maria, que queria para ela, o melhor e mais  bonito quarto.

Pela noite,  começou a chover. Eu estava olhando a chuva pela janela de um corredor, observando a lua cheia, entre as nuvens. Os lobos uivavam, em devoção a mim e eu sorria. Logo mais, estaria contemplando noites assim, ao lado dela, casado com ela. Mal via a hora disso acontecer. E enquanto eu observava a chuva e sonhava acordado, ouvi um grito estridente de uma mulher, vindo da floresta, seguido por outros gritos, incluindo um pedido de socorro.

Era ela, Maria Madalena. Reconheceria sua voz de qualquer distância. Desesperado, saltei da janela e fui voando até a floresta, sendo guiado pelo som de sua voz e seu choro. Mas por que ela estaria ali? Seu pai disse que ela viria protegida. O que houve?

Independentemente do que houve, aos pés do morro, me deparo com lobos a atacando. Eu grito, os mandando se afastarem dela, indo imediatamente pega-la no colo. Maria estava ferida. Continha mordidas no braço esquerdo e nas pernas. A testa tinha uma pequena ferida, as mãos estavam machucadas e seu vestido estava sujo e rasgado. Ela tremia de frio, dor e medo.

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