Aparentemente, Maria é louca! No mesmo instante que está carinhosa, ela muda completamente e se afasta de mim. Talvez seja porque ao chegar em casa, ela se lembrou que deveria me odiar. Mas independentemente, lá estava Maria, sendo louca e inconstante. Mudou totalmente ao sair da carruagem. Creio eu que ela se lembrou que estava sendo hostil comigo e também que deveria manter essa pose diante dos outros. Se juntou rapidamente a Samara e Jade, mas para seu incontentamento, ou sua felicidade, já que eu julguei que ela faz tais coisas, por querer minha atenção, ainda mais por estar com ciúmes de não ser minha primeira esposa, na cabecinha dela.
Porém eu a sigo e passo por ela. Jade e Samara, logo começam a me seguir, fazendo com que assim, Maria tenha de ir junto comigo. Eu havia mudado o quarto dela de lugar. Antes, ele ficava dois andares abaixo do meu. Agora, ele estava ao lado do meu quarto. Havia uma pequena porta nele, que dava livre acesso ao meu quarto, ambos eram ligados. Minha ideia sempre havia sido coloca-la ao meu lado, logo no começo. Mas a deixei naquele quarto no primeiro momento, por ser mais rápido de chegarem para cuidarem dela.
Como vi que ela seria hostil, decidi deixá-la nele, até que nos casassemos. Então havia chegado o momento. Quando passamos pela entrada do corredor que levava ao seu antigo quarto, Maria entrou, mas voltou ao ver que Jade e Samara haviam me seguido, mesmo ali. Agora ela andava confusa, apenas seguindo todo o restante. Eu queria poder ler sua mente para saber o que se passava na cabeça dela.
Depois de tanto andar (me arrependo as vezes, de ter feito esse castelo tão grande), chegamos. Parei diante dos quartos e Maria me olhava sem nada entender. Estava confusa mas também já estava levemente irritada. Eu queria rir de suas feições que continham esse mix de emoções confusas. No entanto, controlei meu riso e, com um sorriso contido em meus lábios, disse a Maria que:
- Meu amor, este - indiquei com a mão a porta atrás de mim, a minha esquerda - é o seu quarto. E este - indiquei a porta a direita - é o meu. - Abri a porta do dela e entrei, chamando por ela, que agora estava completamente irritada. - É o segundo maior quarto do castelo, perdendo apenas para o meu. Todas as suas coisas já estão aqui e temos aquela porta ali, que dá acesso ao meu quarto. Quando precisar de mim, é só atravessa-la. Ah, e temos uma área de banho bem aqui - fui em direção a um portal, que levava até uma pequena sala de banho, com uma banheira feita no chão - com tudo preparado para o seu banho. No meu quarto também temos uma assim. E esses buracos ao lado dela, são para colocar madeira e fogo, aquecendo a água. Verá como é bom. Ali tem um biombo e um espelho grande. Seu quarto também tem um biombo para sua troca de roupas e espelhos. Satisfeita?
Eu já esperava um "não" bem alto e irritado.
- Por que me mudou de quarto? - Perguntou-me ela.
- Esse quarto sempre deveria ter sido o seu. Mas como chegou ferida, te deixei no melhor quarto de rápido acesso e optei por deixa-la permanecer no mesmo, até que se casasse comigo. Agora é minha esposa, princesa da Romênia e rainha de Halvegen. Seu sono, seu repouso, deve ser perto, ao lado do meu. Seja aqui ou na minha cama.
- Não vou pra sua cama.
Sorri confiante. Me aproximei lentamente e segurei de forma suave o seu rosto, acariciando a bochecha.
- Meu amor, você vai. Irá implorar por isso. Eu sei.
- Como pode ser tão arrogante?
- Não é arrogância e sim certeza. Ou acha que me esqueci do que nos ocorreu na primeira manhã de casados?
- Acho melhor os deixarmos sozinhos. - Diz Jade, já saindo e puxando Samara e Alan.
Assim que a porta se fecha, Maria diz:
- Foi um erro momentâneo.
- Erro? - Começo a me irritar. - Maria, eu vi em seus olhos e em seu rosto o quanto gostou de tudo. Não são suas palavras falsas, mentirosas e torpes que vão me fazer achar o contrário. - Me aproximo outra vez dela, seguro em sua cintura com uma mão e em seu pescoço com a outra. - Eu sei o quanto me deseja. Eu sei que seu corpo clama por algo de mim, que você ainda não conhece, que ainda não sabe o que é. Você é minha!
- NÃO!
Imediatamente gargalhei, me afastando dela. Ela ficou ainda mais brava por eu ter rido, me dando um tapa no rosto. Ali, o pouco de paciência que eu tinha, se esvaiu. Vi uma pequena caixa de joias, feita de vidro na minha frente, a peguei e joguei na parede que estava três metros atrás de Maria. O objeto se partiu em inúmeros pedaços e eu sentia meu rosto ficando vermelho de raiva. Maria estava assustada e eu, utilizando de meus poderes, fechei todas as janelas de uma só vez. Me aproximei dela, a segurei pelo pescoço e a empurrei contra a parede ao lado dela.
- Como ousou em fazer isso? - Quase grito.
Maria não responde, fica em silêncio. Suas feições vão mudando para raiva e ela cospe em meu rosto. Ali, eu imediatamente a segurei firme pelos braços e a joguei com força em cima da cama. Rasguei um pedaço do tecido de seu vestido e a amarrei forte, apertando bem seus pulsos e os nós, na cabeceira da cama, me levantando e indo embora. Ela grita comigo e eu volto para ela, pegando outro pedaço de tecido do vestido dela e a amordaçando.
- FICA COM A PORRA DA BOCA CALADA! ESTÁ INFELIZ? ÓTIMO! EU TAMBÉM ESTOU! - Saio de perto dela e vou em direção a porta. Antes de sair, me viro para trás e digo: - Vai ter que esperar de minha boa vontade para te tirar daí! Um castigo por ser tão ingrata e mal criada.
Provavelmente se se ela pudesse falar no momento, teria gritado comigo e dito que não era uma criança. Claro que no momento em que tudo aconteceu, eu não pensei em nenhum pouco no que ela teria me dito. Eu estava totalmente tomado pela raiva. Se fosse qualquer outra pessoa do mundo, exceto por ela, Jade, Alan, Laura e Samara, eu teria matado de forma brutal, quando senti o cuspe em meu rosto. Mas era impossível fazer algo com ela. Era impossível que ela machucasse de alguma forma. Então eu precisava castigá-la pelo que ela fez.
Sair completamente furioso do quarto e, ao chegar no corredor, gritei. Deixei que toda a raiva e a humilhação que ela me fez sentir, saísse em meu grito. Após isso, sair para caçar assassinos e estupradores em uma cidade vizinha a nossa. Por ser um ser imortal, com poderes, cheguei nela em questão de três horas. E cheguei em casa, sete horas depois.
Maria ainda estava amarrada, amordaçada e no escuro. Havia dormido e estava ainda dormindo, quando cheguei. No escuro, me sentei ao lado dela na cama e esperei que ela acordasse. Fiquei uma hora a observando daquele jeito, desejando que eu tivesse a amarrado à cama, daquela mesma forma, amordaçando-a, em outro contexto. Queria ter feito isso com ela nua e lhe proporcionado prazeres sexuais que nunca tive tempo ou oportunidade.
Os motivos? Eu sentia que ela, quando era Nemesis, precisava de... um pouco mais de preparo para isso. Porém hoje eu entendo que ela estava preparada o suficiente para tais experiências que eu lhe privei. Certamente agora, eu não faria isso novamente. Quando Maria se entregasse para mim, seria por inteiro. Ela seria totalmente e inteiramente minha. E se eu, sem lhe dar nenhum prazer em troca disso, já a prendo a cama, qual seria o problema em prendê-la, para lhe proporcionar prazer? Se ela futuramente aceitar, eu farei.
Mas não, não pense que farei logo de cara isso com ela. Vamos esperar um pouco para quebrar o castelo, como Nianna disse que faríamos. Eu sei que terei de ser paciente com ela, por mais que seja extremamente difícil. Eu a amo, mas há momentos em que ela torna tudo mais difícil, como por exemplo hoje. Sua atitude mal educada, teria custado sua vida se ela não fosse a mulher da minha vida. A sorte dela é que eu a amo demais e jamais tentaria algo contra ela. Eu nunca, jamais, conseguiria machucá-la. Prefiro morrer, do que cometer algum crime contra ela. Crimes Eu cometeria apenas por ela. Quer dizer, eu cometi muitos e sigo cometendo muitos por causa dela.
Então esperei pacientemente para que ela acordasse. Deixei que minha imaginação voasse longe, pensando em todas as coisas que eu queria fazer com ela. Pensei no quanto eu amava mas no quanto ela tornava tudo difícil. E esperei por uma hora, até que seus lindos e grandes olhos azuis abrissem para mim. Maria olhou em torno do quarto e quando me viu se mexeu na cama tentando se soltar. Eu sei que se ela não estivesse amordaçada, ela teria gritado.
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Tormenta
FantasyLivro 2 da saga de Halvegen Primeiro livro: Vingança Akela havia perdido sua esposa grávida, queimada como bruxa. Em vingança, destruiu toda aquela cidade e amaldiçoou o lugar, também castigando toda a humanidade com uma doença, chamada de peste n...