As preces de um herege

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"As preces sinceras de um herege arrependido, muitas vezes é um pedido mais sincero que muitas ovelhas do rebanho guiado pelo pastor. Pois uma ovelha negra desgarrada de seu rebanho já passou por muitas coisas e admitem quando estão erradas, ao contrário das ovelhas do rebanho, que seguem um padrão preestabelecido cheio de hipocrisia, preconceito e julgamentos injustos contra aqueles que são diferentes um dos outros."

Thomas Morland, diretor de Maleficis Turrim



Um dos primeiros parágrafos do diário de Thomas Morland ainda ecoavam pela mente perturbada do jovem mago, mesmo após já ter terminado de ler semanas atrás, esse parágrafo havia o marcado de tal modo que o fez ver o mundo pela primeira vez pela lente preta e branca dos membros da família Rosalian e Morland. A primeira vida de Thomas Morland havia marcado de forma tão profunda, macabra e até mesmo fúnebre a sua vida, ele havia perdido tudo e todos aqueles que ele amava no decorrer daquela vida miserável que ele havia vivido com suas amadas filhas.


Ele havia cometido inúmeros erros que causaram a morte de muitos integrantes da família e a perda de posicionamento político em Rosalian, o que afetou de forma definitiva o futuro dos reinos que rodeavam o reino que foi consagrado a deusa Iustitia.


O próprio defunto em muitas partes do seu diário pessoal comenta em muitas passagens, o quão tolo ele foi em acreditar que o poder íberico que ele tinha em mãos não era mais importante que sua família, sendo assim, não é surpresa você pensa que adicionando um punhado de imaturidade e uma grande quantidade de inocência era um feitiço desastroso para a ruína de todos. Ser um Morland significa que você já nasceu com um peso sobre os ombros, o peso de ser detentor do poder e da ordem.


Cada morte, cada lágrima, era uma nova ferida mal cicatrizada que marcava a sua alma. Havia encarado as facetas da sua deusa mãe tantas vezes, que a sepultura dos seus entes queridos havia se tornado sua morada definitiva ainda em vida, é triste imaginar que mesmo em sua segunda vida ele carregava o peso dos seus erros.


Mas para ser sincero, Ravel acreditava que nenhuma dessas perdas foram tão dolorosas quanto a morte de sua primogênita e seu neto. Ela havia sido morta pelo rei Aelor, seu marido, no mesmo dia em que havia trazido uma vida a este mundo cruel.


O seu destino foi selado no começo do inverno, Cassandra havia acabado de presenciar o momento mais feliz e emocionante de sua vida, a vinda da primeira criança que havia nascido saudável e viva para a sua alegria.


A criança que a rainha de Rosalian dera a luz era uma criança robusta e saudável graças a bondosa Deusa Beatus, possuia fartos cabelos negros como a noite e belos olhos heterocromáticos, nas cores azul e castanho. Era evidente que aquela criança não carregava o sangue de Aelor Rosalian, aquele bebê era filho de seu sobrinho, Seabastian Callisto Rosalian Renoir, rei atual de Alfidia.


Horas depois, o rei de Rosalian adentrou o quarto em que a rainha das rosas estava descansando com seu filho recém nascido nos seus braços de forma abrupta, as parteiras e a sua mãe tentaram interferir a sua entrada no quarto para ela e o bebê, mas ele não dera ouvidos a nenhuma delas. Adentrou no quarto de forma abrupta e logo começou a bombardear sua esposa, a chamou de nomes absurdos por ter tido um relacionamento extraconjugal com seu sobrinho sobre o mesmo teto que ele.

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⏰ Última atualização: May 20 ⏰

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