Para um bom espertinho, meia atitude basta

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Olá, sejam bem vindes! Espero que aproveitem o capítulo de hoje  :)

Capítulo II

Para um bom espertinho, meia atitude basta

Você quem manda, Capitão! — D. A.

DAICHI

Cinco.

Esse é o total de vezes que Sugawara me evitou em apenas um dia.

A primeira foi quando estava chegando na escola, me aproximei para o cumprimentar e ele simplesmente saiu andando.

A segunda foi na primeira aula, quando o chamei para perguntar do dever de casa e ele simplesmente virou o rosto para o lado.

A terceira foi no intervalo quando o chamei para ir na cantina comigo e ele arrumou uma desculpa esfarrapada de ir chamar Asahi na sala ao lado, mas simplesmente não voltou.

A quarta foi quando o chamei para treinar saque no primeiro tempo do treino e ele simplesmente começou a treinar levantamentos com Tanaka.

A quinta está acontecendo agora. Estou realmente curioso para ver qual a desculpa que ele iria arrumar.

Éramos um trio nesse trabalho. Não tinha como ele escapar.

Nesse momento, já estava anoitecendo, mas tínhamos que fazer esse trabalho até segunda-feira.

Combinamos de ser na minha casa, então ele e Asahi vieram logo após o treino da tarde.

Sugawara até parecia um pouco mais relaxado agora.

Eu ainda estou com uma pulga atrás da orelha.

Por que só comigo?

Eu não lembro de ter feito nada que o desagradasse. Até porque era difícil fazer Sugawara se sentir deslocado, ele era bem sociável.

— Agora só faltam as figuras — Asahi falou, mostrando a cartolina amarela com todos os textos da nossa apresentação.

— Você escreveu torto, cara — Sugawara reclamou, dando um leve tapa na nuca de Asahi.

Eles estavam sentados na minha escrivaninha, enquanto eu estava na cama, recortando as figuras.

Vendo assim, pareciam fazer o trabalho em dupla.

— Tudo pronto, Daichi? — Asahi perguntou, virando para me olhar.

— Faltam duas — falei, me concentrando para cortar todas certinhas.

— Ajuda ele a terminar, Suga, eu vou ao banheiro — avisou, se levantando.

Mas Suga não moveu um músculo.

Suspirei. Ele estava esquisito demais.

Mas bem, eu não tinha tempo para perder.

Me levantei, sentando no lugar de Asahi. Quase senti seu corpo enrijecer ao meu lado.

Entreguei a última figura para ele, que pegou a tesoura sem dizer nada.

Tinha alguma coisa muito estranha.

Me inclinei, observando como sua respiração sumia quando estava perto do seu ouvido.

— Quer perguntar Asahi sobre voltar para o time? — perguntei.

Ele desviou o olhar, encarando meu painel de fotos e ignorando meu olhar em cima de si.

— Ah, é, claro, vamos falar com ele sim — disse, mas não olhou para mim em nenhum momento.

Cão que não ladra, morde. (Daisuga)Onde histórias criam vida. Descubra agora