Há intrometidos que vem para o bem

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Bem vindes! Espero que gostem, boa leitura :)

Capítulo IV

Há intrometidos que vem para o bem

De graça até injeção na testa! — N. Y.

DAICHI

Se encontrar escondido com Suga estava cada vez mais difícil.

Com as primeiras provas chegando e o campeonato se aproximando, estávamos lotados de coisas pra fazer.

Então, até hoje não conseguimos ter nosso primeiro encontro.

Eu sei que esse é o motivo dele estar meio desanimado essa semana.

Ele está debruçado sobre a sua mesa, encarando o relógio como se magicamente o sinal fosse tocar, mesmo faltando meia hora para o fim da aula.

Tínhamos sempre quinze minutos antes do treino para ficarmos juntos. Às vezes, depois do treino quando estamos indo para casa, mas sempre perdemos a hora e chegamos tarde em casa.

Suga estava um pouco estressado com todas essas coisas acontecendo.

Me sentei na carteira à sua frente, virando o corpo para o cutucar.

Ele ergueu a cabeça na minha direção.

Ele é muito bonito, de fato. Sinto vontade de beijá-lo agora.

— A gente pode tentar sair no fim de semana, Koushi — falei e ele assentiu. — Vai ter um filme…

— Do que estão falando? — Asahi perguntou, retornando à sala.

Senti Suga ficar tenso e voltar a se curvar na carteira.

— Nada, sobre o time — ele murmurou, escondendo o rosto entre os braços.

Ele não queria que falássemos nada para o time por enquanto. E bem, eu concordo que eles são por vezes escandalosos e exagerados, mas talvez fosse muito mais fácil de lidar se eles simplesmente soubessem sobre nós.

— Agora que decidiu voltar, temos que mudar muitas estratégias — falei, tentando amarrar a história que Suga começou.

Asahi acenou positivamente, se sentando em sua carteira.

Mirei Suga novamente. Eu teria que dar um jeito nisso.

Levei uma das minhas mãos ao seu cabelo e fiz um cafuné leve, fazendo ele relaxar um pouquinho.

Ele ergueu a cabeça devagar. Seus olhos quase fechando diante ao carinho.

— Eles vão notar — ele sussurrou, mas não afastou minha mão.

Sua expressão mudava totalmente quando ficava manhoso desse jeito. Eu nunca tinha notado que ele era fofo assim.

— Amigos também fazem cafuné — argumentei e ele cedeu, se deitando de novo.

Sorri ameno.

Queria que ele cedesse logo, mas posso entender seu receio.

Antes achei que ele estivesse me enrolando, mas depois de uma semana, eu entendo seu medo de se assumir assim do nada.

Quanto tempo ele não reprimiu isso pra si mesmo? Eu tinha que ser um pouco compreensivo.

A nossa última aula passou como se uma tartaruga empurrasse uma lesma morro abaixo. Lenta e torturante.

Suga estava cochilando pelo meu carinho em sua cabeça, mas assim que o sinal tocou, ele levou um susto pelo barulho e acordou.

— Te encontro lá — sussurrei em seu ouvido, antes de buscar minha mochila e sair da sala.

Cão que não ladra, morde. (Daisuga)Onde histórias criam vida. Descubra agora