Um bom atacante à casa torna

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Bem vindes! Só gostaria de dizer que karma é uma coisa que não se brinca... Boa leitura! :)

Capítulo III

Um bom atacante à casa torna

Quando se deseja demais, o karma vem em dobro — S. K.

SUGAWARA

Eu acordei meio desnorteado essa manhã, mas só percebi quando tentei vestir meu tênis pelo braço, em vez do pé.

Tudo parecia estranho, como um sonho.

— Filho, tá tudo bem aí? — Meu pai perguntou, parado na porta.

Assenti, jogando a mochila nas costas.

Ele me olhou estranho.

— O que foi? — perguntei e ele apontou para minha camiseta.

Olhei para baixo, estava do avesso.

Suspirei.

O que tinha de errado comigo hoje?

— Tá com a caixinha fora do lugar? — perguntou, rindo baixo.

— Acho que tá tudo fora do lugar — murmurei, tirando a camisa para colocar do lado certo.

— Lave o rosto com água gelada, vai te ajudar a acordar melhor — falou, antes de se desescorar da porta. — Mas não demore muito, seu amigo tá esperando lá embaixo.

Eu estava passando a camisa pela cabeça quando senti meu corpo paralisar.

— Que amigo? — perguntei, sentindo meu coração dar uma acelerada brusca.

— Daichi, ele tá lá embaixo conversando com sua mãe — falou, se afastando. — Se apresse para não atrasar.

Ele desceu as escadas, me deixando paralisado ali no meio do quarto com a camisa na metade do corpo.

Normalmente nos encontramos no caminho, ele nunca vem até minha casa.

Asahi normalmente passa aqui antes, porque é caminho, mas Daichi nunca fez isso.

Além disso, eu realmente não sei se o que aconteceu ontem foi só um sonho.

Ele me beijou.

E disse que gosta de mim.

— Deve ter sido um sonho… — sussurrei.

Mas ainda não fazia sentido. Consigo me lembrar claramente disso.

Respirei fundo, mas meu coração continuou acelerado.

Eu ia perder a cabeça.

Preciso urgentemente de um psicólogo, isso sim.

— Vai ficar aí o dia todo? — Dei um pulo para trás quando ouvi a voz de Daichi. — Vamos perder a primeira aula.

Ele estava escorado na porta, me encarando com os braços cruzados.

— Desde quando tá aí? — perguntei, sentindo meu rosto esquentar.

Ele riu.

— Tempo suficiente pra assistir você com essa cara assustada — falou, se aproximando. — Vamos.

Assenti, buscando minha mochila.

Passei por ele, atravessando a porta em direção a escada.

— Aliás, Suga — ele falou, me seguindo pelas costas. — Não foi um sonho.

Cão que não ladra, morde. (Daisuga)Onde histórias criam vida. Descubra agora