Cap.33 Em uma era Tão Tão Distante...

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INÍCIO DE TUDO

      Em uma era, tão, tão distante, uma jovem de longos cabelos brancos e brilhantes olhos violetas, andava por um vasto jardim perfumado, ela não sabia, mas estava sendo observada de longe por olhos cobiçosos que não deveriam lhe olhar de tal maneira.

A  jovem que carregava uma cesta com flores cintilantes, cantarolava baixinho em um ar de inocência que escondia sua ferocidade. Quem lhe visse de longe, pensaria que era apenas uma princesa sem malícia do que havia no mundo.

Mas, no Alto Mundo só se viviam Deuses e como tal, ela também o era.

— Tiana, Tiana... — Ela se assustou com a voz que lhe chamava tão eloqüentemente.

— Cefrea, pare de correr e gritar, estamos em um ambiente sagrado. — Com uma voz calma e doce, a jovem deusa falou com a outra.

A mais velha, Cefrea, deusa dos Espíritos e da Colheita, ignorou a mais nova, ansiosa demais para lhe contar a mais nova novidade do Alto Mundo.

— Você não sabe o que acabei de ouvir. — A mais velha disse em tom de perplexidade.

Tiana não se interessou tanto, pois todos sabiam que Cefrea era dona de uma personalidade dramática e muitas vezes fazia uma pequena informação se tornar uma notícia de proporções maiores.

— Sério, dessa vez até eu estou surpresa com as ideias de Erlon, pois depois que foi decidido em comunhão acordo pela renegação de Telis, não imaginei que ele fosse capaz de voltar atrás depois de tantos anos. — O que a outra falou, finalmente tomou a atenção de Tiana que passou a querer saber mais sobre o que se tratava essa tal novidade.

— Você faz arrodeios demais, Cefrea, conte-me logo o que é essa tal novidade e no que ela impacta a saída de Telis do Alto Mundo. — Tiana era exímia na arte de esconder suas expressões, tanto que a outra jamais imaginaria que ela ficou estranhamente interessada no que tinha a dizer, apenas porque a mais velha citou um nome que lhe chamava atenção.

— Ao que parece Erlon concedeu a Telis o direito de visitar o Alto mundo sempre que quiser, mas essa concessão só vai ser permitida se ele continuar comandando o Reino Sombrio de forma que não cause um caos ao equilíbrio cósmico. — A mais velha falava empolgada em repassar o que havia acabado de descobrir.

Era estanho que Cefrea não fosse uma deusa mensageira, pois era nítido para todos que seu maior prazer era escutar conversas alheias e repassar essas informações com entusiasmo.

— Meu pai com certeza tem suas razões para ter dado essa concessão a Telis, talvez ele tenha visto que meu irmão não mais representa o mal, apesar de seu sangue impuro. — Ela disse por uma ótica diferente da qual a outra pensava.

Todos sabiam que Telis tinha sido banido após começar conspirar contra o próprio pai. O coração puro e sangue divino se
corromperam ao ponto de as Tecelãs do destino precisarem avisar a Erlon da mudança em sua essência.

Telis, até então era um Deus sem definições, ninguém sabia qual era seu propósito para o mundo e logo mais foi revelado, em uma rebelião premeditada, que Telis era Deus da Morte e da Guerra.

Foram tempos difíceis, lembrou Tiana. Seu irmão, que até então ela venerava, foi banido de sua casa e jogado em um reino estranho onde todas as criaturas abomináveis e defeituosas que os deuses faziam eram jogadas. Lá, no então chamado Reino Sombrio, Telis fez seu próprio Baixo Mundo e se tornou senhor de tudo que não prestava.

A Híbrida Caçadora (Livro 1 da série: Destinados)Onde histórias criam vida. Descubra agora