insegurança.

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Todos dizem que o medo é natural, sentimos medo por sermos humanos, por sermos falho

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Todos dizem que o medo é natural, sentimos medo por sermos humanos, por sermos falho. Mas pouco se diz do quão desgastante é ser uma pessoa medrosa. Geralmente, esse sentimento mexe com minha autoestima. Eu nunca sei se estou boa o suficiente, se minha roupa estar boa, se irão gostar de mim do jeito que sou, se vão julgar-me. O medo me faz uma pessoa triste e miserável.

E por mais que eu o esconda, ele ainda estar aqui, como uma sombra.

Minha autoestima era como o vento, às vezes presente, às vezes ausente; incapaz de controlá-la. Em dias ensolarados, trazia uma brisa refrescante, mas em dias chuvosos, causava arrepios. Acho que hoje é um desses dias chuvosos.

Sentada em frente ao espelho, olhava  cada detalhe de meu corpo. A luz suave do abajur iluminava o quarto de forma cálida, mas não conseguia acalmar a tempestade em que havia em meu interior.

Cada olhar fazia meu coração acelerar, meus olhos corriam por minha estatura física, captando todas as imperfeições que eu acreditava ter. A maquiagem meticulosamente aplicada agora parecia uma máscara prestes a derreter sob o peso das minhas inseguranças.

Esperei ansiosamente pelo dia em que conheceria o Raphael. Ele sempre me pareceu um sonho distante, e eu mantinha a esperança de encontrá-lo, mesmo que apenas em meus sonhos. No entanto, agora que finalmente terei essa oportunidade, sinto-me tão... vulnerável?

E se ele não gosta-se de mim? De como sou? E se eu fosse rejeitada?

Neves, meu ex-namorado, ainda estava presente em minha mente, como um fantasma que se recusava a partir, todas as vezes que penso em supostos relacionamentos.

Ainda não esqueci da maneira que me sentir humilhada aquele tempo. Hoje em dia, eu sei que me livrei, mas naquele tempo era tão dolorido.

Lembro do quão desgastante era a nossa relação, o são Paulino vivia escondendo-me dos amigos, nunca me levando para eventos importantes, sempre me fazendo sentir inferior, como se eu fosse um segredo vergonhoso.

Essas lembranças tornavam a perspectiva de conhecer Raphael em um desespero que não conseguia conter. E se ele reagisse da mesma forma? E se ele visse em mim o que Neves via?

Mais que droga!!! Essa era a minha pior versão. Odiava ficar me vitimizando, e é por isso que escondo tamanhos sentimentos ao dobro de sete chaves.

—  Ainda não estar pronta? — Ouvir a voz de clara se instalar no quarto assim em que a mais velha entrou no quarto.

Suspirei, deitando-me na cama.

— Eu não vou mais. — constatei firme.

— Você não, o que? — franziu o cenho, inclinando a cabeça um pouco a frente. — Nem fudendo eu vou deixar você fazer isso.

— E por que não?

— Porque fui eu a te escutar falando do Raphael por um ano e meio, era o veiga pra  aqui, o meio-campista do palmeiras pra lá, e agora que finalmente estar tendo a oportunidade, quer desperdiçar-la? 

Aposta-Rei - Richard Rios.Onde histórias criam vida. Descubra agora