Aposta-Rei - Richard Rios.

Atraso.

03 De Agosto De 2023, São Paulo.

"Eu prefiro morrer a viver sem você"

- Crepúsculo? Em pleno 2023? Que patético. - Logo ao chegar, o jogador exclamou e pegou o livro das minhas mãos, lendo o conteúdo da página aberta.

Folgado!

- Qual problema? Crepúsculo é um clássico, Stephenie Meyer nunca sai de moda. - Retruquei, pegando o objeto de volta.

- Clássico? Esse livro é patético. - fez careta. - O mínimo que vai conseguir do Veiga com este gosto precário, é pena.

Arqueei uma sobrancelha levemente. Além de estar mais uma vez atrasado, para variar, o próprio ainda se acha do direito de humilhar-me?

- Eu não precisaria do livro, se não tivesse brigado com o relógio de novo. - revirei os olhos. - Você nunca sai pontualmente?

Richard havia chamado-me para vim até o shopping, não me disse o porquê, mas suponho que seja para falamos sobre a única coisa que nos uni; O seu amigo gostoso e sarado!

Por isto, estou aqui!

- Você reclama de mais, sabia? - ele puxou uma cadeira e se sentou a minha frente. - Eu sou um homem ocupado.

- Ae? E o que o homem ocupado estava fazendo que me deixou plantada quase duas horas de relógio?

Não era exagero nenhum. O jogador havia marcado as 15h da tarde e só apareceu as 16h e 45m. A partir de hoje, irei começar a sair de casa três horas depois do horário imposto por ele, já que o próprio nunca leva a sério o que impõe mesmo.

- Isto não vem ao caso agora. - coçou a garganta. - Acho que sei como lhe ajudar!

Franzi o cenho, um tanto quanto curiosa.

- Sabe? - ele balançou a cabeça positivo. - então fala, fala logo. - estava agoniada.

- Primeiramente, queria deixar bem claro que, não gosto de pressa.

Sério isso?

Então, o Montoya continuou;

- Segundamente, eu tenho um plano.

Plano? Tipo os infalíveis do cebolinha? O péssimo gosto para time era igual!

- Plano? - lhe questionei, receosa.

Richard balançou a cabeça positivo, batendo devagar na mesa, assim como a primeira vez que nos vimos naquele café. Era uma espécie de vício? Talvez...

- Eu vou lhe apresentar como uma amiga de infância a todos os meus companheiros de equipe, isto dera uma brecha para que apareça mais vezes, sem levantar suspeitas. - explicou-se o jogador, calmo. - Rapha estar na fase depre, você chega como que não quer nada e vapo...

Com a facilidade que ele explicava o seu tal plano, até fazia parecer fácil. Mas óbvio que não era! Como de repente, irei aparecer DO NADA como sua melhor amiga, ainda por cima de infância? Isso não faz sentido algum.

Aposto que ninguém vai acreditar nessa mentirada toda!

- Vapo? Como se as coisas fossem tão fácies assim...

- Para mim é. - sorriu de lado confiante.

Eu o encarei de cima a baixo, prestes a rodar os olhos mais uma vez. Era lógico que para ele tudo era mais fácil, ele era praticamente o mais novo mascotinho do Tik Tok, todo mundo o queria, e eu nem sabia o porquê. Apesar de bonito, ele nem era isso tudo...

Haviam outros mais bonitos, como o Rapha por exemplo...

- Richard, eu te chamei para ajudar-me e não para ficar se gabando. Além do mais, não vejo isso dando certo...

- Calma aí, gatinha. Eu nem terminei de falar ainda. Se liga, que o pai já pensou em tudo. - ele sorri de lado - Antes de vocês se verem, irei te mostrar tudo que ele gosta e não gosta, suas preferências, gosto, lugares... - ele esquiva-se um pouco na mesa, fitando a mim com firmeza. - Agora imagina o quão bom para ele neste momento seria encontrar alguém que tenha um papo do seu agrado?

Até que para um palmeirense, ele até que não era tão burro. Uau, isso sim é surpreendente.

- Então, basicamente você quer que eu finja ser sua amiga de infância para me aproximar do Rapha e tentar conquistá-lo? - perguntei, ainda tentando processar a ideia absurda de Richard.

- Exatamente! - ele respondeu, parecendo satisfeito consigo mesmo.

Revirei os olhos, tentando conter a vontade de dar um tapa naquele sorriso convencido do rosto dele.

- E como você espera que isso funcione? Não vai ser estranho eu aparecer do nada do seu lado, sendo que ninguém nunca ouviu falar de mim antes?

Richard levantou uma sobrancelha, como se a resposta fosse óbvia.

- Simples, eu vou te "apresentar" como uma amiga que cresceu comigo na Colômbia, mas que se mudou para o Brasil a muito tempo, e agora finalmente nos reencontramos. Não é perfeito?

Sua confiança era irritante, mas tive que admitir que a ideia tinha potencial. Mesmo que eu ainda duvidasse da eficácia.

- E como você vai convencer o Rapha de que somos amigos de infância? - continuei, ainda cética.

Richard deu de ombros, como se fosse a coisa mais simples do mundo.

- Vou falar tanto de você que ele vai acabar acreditando. E além disso, vamos passar bastante tempo juntos antes de te apresentar a ele. Assim, você vai conseguir entender melhor como ele é e como agir.

A ideia começava a fazer um pouco mais de sentido, mas ainda estava longe de me convencer completamente.

- E se ele descobrir que tudo isso é um plano Nosso? - perguntei, preocupada com a possibilidade de ser exposta e fazer papel de idiota na frente do cara que eu estava começando a gostar.

Montoya riu, como se aquilo fosse a coisa mais absurda que ele já tinha ouvido.

- Confia em mim, gatinha. Eu sei o que estou fazendo. E, se por acaso as coisas não saírem como planejado, sempre podemos inventar uma desculpa e fingir que nada aconteceu.

Revirei os olhos mais uma vez, mas sabia que ele tinha razão. Eu não tinha muitas opções além de confiar nele e torcer para que seu plano mirabolante desse certo.

- Tudo bem, Richard. Vamos fazer do seu jeito. Mas se isso der errado, eu juro que te taco um vaso na cabeça. - suspirei.

Ele sorriu, triunfante.

- Engraçadinha.

Escrevi esse cap morrendo de sono, eu não sei como ele tá, mas não se surpreendam se quando eu acordar, eu ler e apaga-lo. 🤡

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