Blefando?

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havia algo em mim que dizia que deveria ir até ele, tentar uma conversa, talvez tomar-lo em meus braços e acalma-lo

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havia algo em mim que dizia que deveria ir até ele, tentar uma conversa, talvez tomar-lo em meus braços e acalma-lo. Apostava todas minhas fichas que a essa hora o palmeirense deveria estar a chorar ou, quem sabe a se lamentar pelo pelo fim do Palmeiras na libertadores esse ano.

Não nego que, a eliminação dos porcos arrancou-me bons risos, principalmente com a resenha em que meu avô e eu fizemos nos momentos finais do jogo, mas após a entrevista de Richard, me vi completamente desanimada. Havia algo nele que me incomodava; odiava ver-lo triste, e eu nem sei explicar o motivo disso mexer tanto comigo, mas mexia.

Por isto, arrumei uma desculpa qualquer a meus avós, peguei um uber e quando dei por mim, ja estava em frente a sua casa. Talvez estivesse precipitada quanto a essa decisão, eu ao menos avisei que viria, talvez fosse melhor retornar de onde eu vim, mas, por outro lado, não queria perder a viagem. Então, Então, ainda mesmo que receosa, toquei suavemente a campainha.

Me virei de costas, admirando o seu jardim que como sempre estava impecável, enquanto o esperava.

Assim que a porta se abriu, ouvi um barulho suave, como um estalido discreto que rompeu o silêncio. Virei-me lentamente, com o coração batendo descompassado.

E então o vi, Richard, parado na soleira da porta;  O cabelo castanho estava levemente desarrumado, seus olhos castanhos geralmente tão vibrantes, carregavam um brilho apagado e sombrio, cercados por um cansaço evidente. Havia algo de devastador em sua expressão,  um misto de tristeza, frustração e cansaço que me deixou sem palavras por um instante.

Ele estava exatamente como Havia projetado.

— Oii? — ele falou, levemente.

— Eu- me desculpe... — me calo rápido, quando sinto seus braços fortes me puxarem para dentro do ambiente e sem que eu pensar-se muito, o jovem me prendeu em um abraço forte. Sentir a necessidade daquele abraço não so por sua parte, mas por mim também.

Sentir o seu cheiro invadir minhas narinas, e eu não nego que gostava do  seu cheiro. Gostava mais do que se deveria.

— Você estar bem? — Indaguei, preocupada.

— Estou, mas ainda acho que eu deveria ter feito mais pelo time. Eu não poderia ter errado aquele pênalti, Lore...

Lhe afastei suavemente, para olhar-te nos olhos. Notei que estavam um pouco alterados, vermelhos. Ele havia chorado certeza. Não posso dizer que o entendo como jogador, mas como torcedora eu sabia exatamente o que ele sentia...

— Todo mundo erra Rich, até os melhores... — acomodei as mãos em seu rosto, acariciando suas bochechas com um certo carinho.

Ele sorriu forçadamente de canto.

— Melhores? — suspirou. — Os melhores não pipocam, como Pipoquei.

— Para mim, você é o melhor. Sempre será, só não conta isso pra ninguém se não eu acabo com sua raça. — Brinquei e pela primeira vez desde quando cheguei, o vi gargalhar. — Gosto de te ver assim, sorrir. Seu sorriso é bonito, Montoya...

Aposta-Rei - Richard Rios.Onde histórias criam vida. Descubra agora