Primeiro - Party Party Yeah!

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Min Yoongi não era fã de agarração em público.

Poderiam xingá-lo do que fosse, viado, submisso, brat, mas exibicionista era algo além de seus limites, muito além de seus limites. Vez ou outra o Jung reclamava de não andarem de mãos dadas, mas a mente anti-romance do Min achava aquilo um absurdo antes mesmo de considerar a ideia.

Kim Taehyung era o oposto de seu melhor amigo. Já tinha tirado a camiseta do namorado no meio da pista de dança. Os dois só pararam de se esfregar quando um homem aleatório derramou cerveja em Jungkook, e Taehyung, ao invés de ficar puto com a situação, aproveitou para secar o namorado com a língua. Yoongi ainda se sentia envergonhado, mas, diferente das outras pessoas, não conseguia sentir desgosto por Taehyung. Se conheciam tão bem, há tanto tempo. Talvez o Kim fosse uma maldição para a sua moral.

Além de não ser fã de agarração, odiava festas. E essa era particularmente pior porque, além de conhecer a maioria das pessoas – o que lhe impedia de não socializar a noite inteira –, seu irmão estava lá. E isso significava que estaria responsável por Kim Namjoon até o amanhecer, onde vomitaria litros de cerveja barata ou, a língua de Jackson Wang.

Namjoon e Yoongi não tinham personalidades muito diferentes, eram fechados, céticos, antipáticos. Mas quando se tratava do seu ex-namorado favorito, Namjoon perdia totalmente e linha e ficava disposto a experimentar de tudo que fosse com o imigrante. Eles praticamente estavam dando um show no sofá e algumas pessoas nem se preocupavam mais em disfarçar que estavam assistindo. Se ao menos Namjoon rendesse algumas notas, não estaria tão bravo assim.

Mas na verdade, o motivo de Yoongi estar bravo esta noite não é nenhum dos citados acima. Ele pode não curtir agarração em público, o que não quer dizer que não tenha vontade de arrastar Jung Hoseok para um canto e fazer de tudo enquanto uma parede desconhecida os observaria. Porém, Hoseok, como o cavalheiro respeitoso que é, mal lançou olhares para Yoongi durante a noite, afinal, o mais velho não gostava. Jung estava feliz, pulando com um copo de energético em uma rodinha de amigos recém- formados. Min não seria egoísta ao ponto de estragar a noite, mas era domingo, e eles mal tinham dormido juntos durante a semana em meio aos plantões de Yoongi e os picos de criatividade noturnos de Hoseok. O mau-humor do baixinho seria facilmente resolvido com uma encarada na parte baixa das costas e um puxão de cabelo, mas isso não aconteceria, nem ali, nem quando chegassem em casa, pois Hoseok iria ter gasto todas suas energias em uma festa babaca, sem sentido e fútil.

– Cê sabia que o Taehyung não gosta de mim?

Park Jimin estava ao seu lado, em um estado miserável, possivelmente pior que o seu. O veterano do curso de psicologia bebia algo que Freud não

aprovaria, em quantidades questionáveis e totalmente maléficas à saúde.

– Ah, o Tae pode ter uma atitude de Regina George, mas ele gosta de todo mundo.

– Eu era apaixonado por ele no ensino médio – Continuou, ignorando o comentário do Min –, e ele deixou bem claro que me desprezava quando partiu meu coração.

Mesmo possuindo as melhores fontes de fofoca, Yoongi não sabia disso. E nem teria como saber, Taehyung não é do tipo de humilhar as pessoas, e provavelmente manteve segredo sem nem o Park ter que pedir.

– E daí ele me vem, do nada e...

Jimin não completava a frase nunca, e aquele era o único entretenimento de Yoongi, que já estava despreocupado com os sentimentos do amigo e só interessado na fofoca.

– O que ele fez? Vai ser necessário castração ou uma vasectomia dá conta?

O mais novo forçou um riso nasal, que apenas deixou sua visão mais melancólica.

GUNSHOT | sope longficOnde histórias criam vida. Descubra agora