Décimo Sétimo - Guilt

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– Você nunca me contou como o namorado do tio Nam morreu.

Yoongi e Soobin subiam pelo elevador de um dos prédios mais chiques de Seoul. Namjoon, mesmo que não se desse o crédito devido, havia ficado bem na vida. Pelo menos, financeiramente e profissionalmente.

– Por favor, Soobin, eu te peço, só por hoje, não inventa de falar merda na frente do seu tio, ele tá num momento difícil.

– E você acha que eu sou o quê? Um insensível do caralho? É lógico que eu não vou chegar lançando essas coisas pro homem, eu ein.

Yoongi respira fundo, as coisas eram muito mais fáceis quando Soobin tinha seis anos e saia perguntando por que tais pessoas eram tão feias. Assim como sua avó, Soo não possuía filtro algum, mesmo que seus pais se esforçassem para criar alguma decência no garoto.

Quando pisam fora do elevador, Yoongi sente um cheiro estranho, mas revela porque afinal, estavam no meio das pessoas mais ricas da cidade, mas quando Namjoon abre a porta e o cheiro aumenta, ele começa a ficar realmente preocupado.

– Yoongi, Soobin! Eu não esperava vocês por aqui. Yoongi, tá tudo bem bagunçado, eu acho melhor o Soo não entrar aqui.

Falou enquanto coçava a cabeça, dando a visão que o Min mais temia de seu antebraço: cheio de pontinhos vermelhos de furos antigos.

– É verdade. Soobin, liga pro seu pai.

– Liga você. Se quer me tratar como criança vai ter que fazer todo o trabalho.

O mais velho enche os pulmões e acaba tossindo pelo cheiro forte de maconha. Soobin abana o ar em frente ao seu rosto, mas não reconhece o cheiro, apenas que é ruim. Yoongi tira o celular do bolso e liga para "Hobi". Desde que começaram a namorar, o baixinho não havia mudado o nome do contato – embora vez ou outra Hoseok reclamasse de não ver um coraçãozinho ao lado de seu nome.

– Alô.

– Oi, Hoseok, você tá ocupado?

– Por quê? Aconteceu alguma coisa?

– Você pode vir buscar o Soobin? – Yoongi vira de costas, sussurrando a última parte – Viemos visitar meu irmão, depois eu te conto.

– Claro, em quinze minutos eu tô aí.

– Obrigado.

Yoongi espera o habitual "beijo, te amo", mas a chamada é encerrada.

– Vamos lá pra baixo.

– Tudo bem, eu espero vocês aqui.

– Nananinanão, o senhor vem com a gente. Precisa de uma vitamina D nesse corpo, tá quase tão branco quanto eu.

Sendo mais chato que a relutância de Namjoon, Yoongi consegue arrasta-lo para fora do prédio. Não duvidaria se alguns vizinhos nem o conhecesse, afinal, nunca parava em casa, e agora que as férias lhe obrigavam, não saía de lá de dentro, o que era uma pena, afinal somente para tênis o condomínio tinha três quadras.

O Kim oferece o maço de cigarros ao irmão, que faz que não com a mão e ganha um sorriso do filho.

– Eu e Hoseok estamos tentando parar com isso.

– Sem muito sucesso, né?

– Garoto–

– Meu pai chegou, tchau tio, tchau Yoon.

Soobin abana para os dois e entra feliz pela porta do passageiro – quando saíam os três juntos, Hoseok jamais deixava de sentar na frente para Soo fazer companhia a Yoongi. O mais velho encara seu marido por alguns segundos antes de dizer um "obrigado". Esperava receber algum elogio como "seu cabelo fica ainda mais bonito no sol, sexy", mas Hoseok arrancou sem nem lhe dar tchau.

GUNSHOT | sope longficOnde histórias criam vida. Descubra agora