Décimo Oitavo - Regrets

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Min Yoongi raramente se atrasava para o trabalho.

Mas quando Jung Hoseok lhe oferecia um boquete de tão bom grado, ele acabava esquecendo das horas.

Yoongi acaricia as madeixas do marido, ajoelhado à sua frente, e dá uma conferida no horário, se assustando ao perceber que já eram dez horas.

– Porra, eu tenho que ir.

O mais velho refaz o nó de seu pijama cirúrgico e começa a fechar os botões de seu jaleco. Hoseok adorava foder ele assim, o "doutor Min" acabava sendo mais gostoso que seu marido em algumas ocasiões.

– Ei, você não vai me ajudar?

Hoseok limpa com o dedo o pouco de porra que escorria pela sua pálpebra, e Yoongi ri com a cena.

– Caralho, Yoongi, você é um péssimo ativo.

– Eu não sou ativo, Hoseok, essa é a questão.

– Na próxima vez também vou gozar na sua cara e depois abandonar.

Com pena, Yoongi vai até o seu bidê e busca um rolo de papel higiênico para limpar a cara do marido.

– Você fica tão bonitinho com a minha porra no rosto.

– Você fica irresistível com a minha porra no seu cu, mas nem por isso eu deixo de te ajudar, não é?

– Caralho, eu já te limpei, poc insuportável.

– Insuportável meu ovo. Cadê meu beijo de tchau?

– Você tá com bafo de pica.

Yoongi tampa o nariz, e Hoseok lhe lança uma feição entediada antes de roubar-lhe um selinho.

– Ninguém manda você ficar de pau sujo.

– Parô, meu pau não é nada sujo.

Os dois sorriem e Yoongi deixa o tempo de lado novamente para beijar Hoseok direito. Eles acabam se enroscando e, quando o mais velho volta a si, já está jogado na cama com o outro no meio das suas pernas.

– Hobi, eu preciso ir.

– A gente ainda não teve a foda de reconciliação.

– E o que acabamos de fazer, não conta?

– Pagar boquete pra passivo não é sexo, Yoongi.

O mais baixo empurra o corpo alheio e lhe mostra o dedo médio antes de calçar os sapatos.

– Hoje à noite, sem falta.

– Vamos ver se você vai merecer.

Hoseok lhe mostra a língua e Yoongi lhe dá uma última bitoca antes de sair. O bom é que Boquete pela manhã sempre lhe deixava energizado e de bom humor.

Yoongi chega na clínica Kim-Min – porque médicos não tem criatividade nenhuma – e não precisa bater o ponto, afinal, é dono do lugar. Só tinha uma consulta no dia, e depois disso, sairia de recesso. A situação em casa e o estado de Namjoon requeriam uma atenção a mais, e Yoongi não desejaria que seus problemas pessoais acabassem no caminho de sua profissão.

Chegando no seu consultório cheio de arco-íris e bichinhos de pelúcia, Yoongi senta em sua cadeira e confere a ficha da paciente. Uma adolescente, não muito mais velha de Soobin, maravilha. Min Yoongi havia aprendido a lidar com o seu amor pela pediatria, mas adolescentes eram seu calcanhar de Aquiles: armavam tanto barraco quanto os menores mas você não podia simplesmente usar bichinhos para acalmá-los, nem usar a força quando necessário.

O consultório já estava organizado. Yoongi se levanta e abre a porta da sala, chamando por Park Taemin.

O que ele não esperava era que o pai da menina fosse Kim Taehyung.

GUNSHOT | sope longficOnde histórias criam vida. Descubra agora