Oitavo - Alone

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Algumas semanas depois...


— Você não vai ver ele hoje?

Jiwoo abraça os ombros do irmão, que sente sua barriga enorme o sufocar. Mais um lembrete das coisas que estava perdendo de viver com Yoongi. Mas ele não podia falar disso com sua irmã, não quando ela estava nesse estado.

— Não...

— Hoseok, já fazem dois dias.

— Eu sei, mas ele não quer me ver, eu estraguei tudo, mana.

— Você fica repetindo isso mas não me conta. Sabe que não tem como eu te ajudar assim, né Hoseok?

— Eu sei, eu sei — Suspirou —. Eu vou tentar visitar ele, mas se eu voltar de mau-humor não me vem reclamar viu?

— Você é sempre mau-humorado quando tá longe do Yoongi. E vê se traz ele pra cá hoje, ele me prometeu um parto em casa e eu tô sentindo que tá na hora.

— Você tem certeza de que vai querer isso mesmo?

— Você tá preocupado com a minha saúde ou só não quer ver sangue?

— Você é terrível.

— E você fede a pum.

Ambos riram. Jiwoo deixa um beijo em sua testa e vai embora. Hoseok pega seu celular com a tela rachada e sua carteira vazia e parte ao hospital, onde, novamente, não encontra Yoongi no seu quarto. Hoseok aprendeu uns caminhos para chegar na UTI neonatal, mas para sua surpresa, não encontrou Yoongi do lado de fora do quarto, mas sim, dentro, liderando um PCR na menininha. O coração de Jung pulou uma batida, e seus olhos se encheram de lágrimas, fazendo sua visão ficar turva, quando viu o monitor com linhas retas.

— Doutor Min, já fazem sete minutos.

— Ninguém vai parar.

— Yoongi, chega!

Jisoo passa pelo lado de Hoseok quase o atropelando, uma mulher chorosa a segue para dentro do quarto e agarra a menina. Yoongi tenta impedi-la, mas Jisoo é mais rápida.

— Meu bebê, não, meu bebê...

— Yoongi, vaza daqui.

— Eu não entendo.

— Essa é a mãe deles Yoongi, e você não está mais no caso.

Eles podiam ter uma carinha de joelho ainda, mas qualquer um perceberia que não eram nada semelhantes.

— Como assim? E por que ela tá aqui?

— Min Yoongi, você está passando dos limites.

— Meu bebê, meu bebê.

Abraçada ao corpo sem vida da criança, a mãe derramava lágrimas junto de seu outro filho, que sentia a dor de ter sua metade arrancada dessa vida, quase tão ruim quanto a dor das picadas diárias.

— Doutora Kim, me perdõe, mas essa mulher abandonou essas crianças no pós-parto.

— ELE ROUBOU OS MEUS FILHOS. VOCÊ JAMAIS REPITA ISSO NOVAMENTE!

Yoongi arqueou as sobrancelhas, incrédulo.

— Aonde a senhora deu a luz?

— Eu não te devo nada disso!

— Yoongi, fora daqui, agora!

— Qual o nome deles?

Silêncio. Um silêncio que doeu mais que os soluços do garotinho.

GUNSHOT | sope longficOnde histórias criam vida. Descubra agora