cobaias

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Não consegui tirar a gente de lá. Na verdade, não consegui fazer nada mais do que ouvir o que eles estavam negociando com o policial Soobin. Tentei contar para o Hao, mas ele parou de me responder. Acho que não estamos mais no mesmo lugar.

- Ora, ora, o que eu faço com você?

De repente sinto as imagens se formarem novamente frente os meus olhos. Consegui respirar profundamente, pois nem isso eu estava conseguindo fazer devido a tenção.

- Onde está o Minghao?

- Calma, ele está bem. Agora vamos fazer alguns experimentos, tá bom?

- Não! Eu quero ver o Minghao – tentei me mexer, mas ainda estava preso – MINGHAO! – gritei – XU MINGHAO!

- Cale a boca agora mesmo! – colocou um pano entre meus lábios enquanto segurava com a mão.

Recordo-me pouco de tudo o que aconteceu depois disso. Foi tudo muito estranho e eu estava um pouco grogue. Fui levado até uma sala e então pude finalmente ver o Xu. Ele estava lucido, mas devido nossa situação, fomos colocados em salas diferentes que era dividas apenas por um vidro transparente.

O vi se aproximar e tocar no vidro com uma feição nada boa.

- Minghao... – sussurrei fraco.

Parei de escutar. Não sentia forças. Mas, ainda podia ver tudo em minha volta. Eles estavam testando o Xu, querendo saber da sua capacidade, mas ele se negava a realizar os seus pedidos.

Comecei a ficar inconformado com tudo aquilo. Mesmo fraco, tentei me mexer, até mesmo me levantar, mas isso não funcionava e eu só conseguia sentir raiva. Muita raiva... então chorei pela minha fraqueza. Chorei por não poder ir lá e resgatar o meu garoto...

Colocaram-me em um quarto e não pude ver Minghao mais uma vez.

Eu só descobri que já era tarde da noite quando olhei pela minúscula janela do quarto e percebi as estrelas no céu. Então me sentei na pequena cama que tinham preparado para mim. Tentei controlar-me, mesmo que diante do espelho em minha frente eu visse meu corpo fraco e tremulo. Me pergunto se o Xu está assim também.

Sabe, agora nessa situação, não me vejo como um guerreiro, fugitivo, ou um ser sobrenatural. No dia de hoje, sou uma pequena criança. Crianças não têm noção do perigo. O medo, é um sentimento contraditório. São movidos pela curiosidade. Eu me movi pela curiosidade, sim, senti medo, mas ignorei o perigo e fui seguindo em frente. Agora estou aqui. Sou uma criança perdida.

Penso nos meus pais, no Soonyoung, no Chan, no senhor Lee... será que estão pensando na gente?

“Junhui...”

A voz fraca de Minghao ecoa pelos meus ouvidos. Ele está ferido.

“Minghao...”

Eu também estou fraco.

“Você está bem?”.

“Sim! Onde você está? Eu faço qualquer coisa para ir até você...”

“Estamos em condições ruins, Junhui... não podemos... dar um paço a frente...”

“Preciso te ver...”

“Que tal... você me contar uma de suas histórias? Para mim dormir...”

Penso sobre isso e dói meu coração ouvir sua voz tão triste. Tenho certeza que os seus olhos também são melancólicos. Como da primeira vez que nos vimos.

“Já leu Capitães da Areia?”

“Não... um dos poucos que não peguei da prateleira lá de casa...”

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⏰ Última atualização: May 23 ⏰

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carpe diem - junhaoOnde histórias criam vida. Descubra agora