Capítulo 7 - O ônibus e a livraria

66 15 70
                                    

Depois de alguns dias, Natália continuou encontrando o rapaz da livraria no ponto de ônibus, e até mesmo nos Correios. Porém nesse dia, novamente ele se sentou ao lado dela no ônibus.

Ele abriu a mochila que carregava e ela viu que ele também estava lendo um livro dos que ela tinha se apaixonado.

"Será que ele também gosta das histórias desse escritor?", pensou. "Parece que sim, então ele também deve ser cristão."

Depois de voltar para casa, sua irmã estava tomando café na cozinha. Natália resolveu ir conversar com ela. Se sentou em silêncio por alguns segundos.

— Júlia, quando alguém senta do seu lado no ônibus, mesmo tendo outros lugares livres, será que essa pessoa gosta de você?

— Quê??? Tem algum menino te perseguindo por aí? Me fala quem é que eu já dou um jeito nele! — respondeu, dando socos no ar.

— Fala baixo! Nossa mãe vai escutar e já vai achar que estou me casando...

— Mas Nat, se ele se sentar do seu lado de novo, com certeza não tem boas intenções, você precisa se proteger!

— Acho que você está exagerando, ele não parece nenhum doido.

— Esses são os piores, você nunca assistiu isso nos filmes?

— Não...

— Ah, eu não sei porque te faço esse tipo de pergunta, você nunca assiste nada mesmo — Júlia balançou a cabeça.

No outro dia, Natália foi para o ponto de ônibus procurando ver se o rapaz estava lá, mas nesse dia ele não apareceu.

Depois que chegou em casa, Júlia correu perguntar se ele tinha se sentado de novo com ela.

— Não, hoje ele não apareceu no ponto de ônibus e nem nos outros lugares.

— Tinham outros lugares em que ele te perseguia também? — perguntou com expressão surpresa.

— Sim... é... eu já disse que ele não é nenhum doido! Mas o vi na livraria, nos Correios... Mas ainda não o vi em...

— Deve ter sido preso então!!! — Júlia a interrompeu.

— Até parece... Ele deve estar trabalhando. Sabe o que eu vi na mochila dele no ônibus? Um livro do E.Z. Então ele não pode ser um doido.

— Pode ser que não... mas de qualquer forma, se ele falar com você, não expresse tão facilmente sua paixonite, porque você demonstra tudo o que pensa.

— Não é para tanto, né? Eu consigo me controlar.

Quando Ele nos EncontraOnde histórias criam vida. Descubra agora