Alguns dias depois, Joseph viu Natália caminhando na rua e correu até ela, diminuindo os passos enquanto chegava mais perto.
— Oi — ele disse, sorrindo.
— Oi, tudo bem?
— Tudo, e você?
Os dois continuaram caminhando alguns metros, até que ambos falaram ao mesmo tempo.
— Ss...
— E...
— Sabe aquele dia do evento? — Joseph continuou. — Não é que eu tenha medo de gatos...
— Ah, sem problema! — Natália respondeu, rindo. — Todas as pessoas têm seus medos.
— Eu já disse que não tenho medo — respondeu, cerrando os olhos e rindo logo depois. — Já que aconteceu, vou te contar... Quando eu era criança eu gostava muito de gatos e não tinha muitos amigos, então meus pais me deram um gatinho, o Pinguim. Só que ele ficou muito doente e não foi possível salvá-lo, então... — Ele parou de falar.
— Então você ficou tão triste que não consegue mais chegar perto de gatos?
Joseph acenou que sim com a cabeça. Natália sorriu de canto e continuou andando.
— Está na hora de superar isso! — Disse, enquanto se virava para ele. — E eu já sei como te ajudar, você pode tentar pegar o Fofinho de novo!
— Fofinho!? Você colocou o nome do gato de Fofinho? — perguntou, rindo.
Quando ela abriu a boca para explicar o motivo do nome, sentiu que tinha algo em suas costas.
— Tem alguma coisa em mim — Natália disse, com os olhos arregalados. — Tira, tira... — continuou, franzindo a testa.
— Ah, é um lagarto pequenininho — Joseph o pegou. — Olha, ele também é fofinho!
Natália começou andar mais rápido para se distanciar deles, e Joseph também aumentou o passo enquanto ria da situação.
— Ele deve ter saído das plantas que tinham naquele muro ali atrás — ele disse.
— Eu não sei de onde ele saiu, mas não quero ver ele de novo! Argh! — Natália gritou de uns três metros à frente.
Eles logo chegaram na esquina onde virava para a igreja.
— Ah, e onde você mora, que veio desde lá atrás comigo? — ela perguntou, com uma sobrancelha erguida e olhos semiabertos.
— Eu moro um pouco antes da sua casa — respondeu, rindo e largando o pequeno lagarto no chão perto das árvores.
Depois que acabou o culto, voltaram conversando sobre o que foi pregado. Quando ela chegou em casa, seu pai perguntou por quê ela não os convidou para ir na igreja também.
— Ela é assim mesmo, pai! — Júlia disse, enquanto mordia o sanduíche que estava comendo. — Ingrata, é isso que ela é! No dia que a irmã dela tem trabalho de escola até de noite, ela decide sair e nem convida ninguém.
Natália se virou para o pai, sem responder as provocações da irmã.
— Pai, você deveria ter dito que queria ir na igreja também. Eu saí e nem pensei em convidar vocês, me desculpa.
— Tudo bem, Nat. Na próxima vez, vamos todos!
Por dentro, Natália estava explodindo de felicidade, porque seus pais tinham sido alcançados pelo amor de Jesus também. "Ter os levado naquele culto foi realmente uma boa ideia!", pensou.
— Vocês viram as notícias? — Denise interrompeu, enquanto olhava o celular. — Já está chovendo há alguns dias e estão dizendo que vai chover muito mais. Chuva concentrada e volumosa, diz aqui.
— E já choveu desse jeito antes? — Júlia perguntou.
— Já, há mais de oito anos, chegou a alagar todas as ruas de baixo aqui no bairro.
— Eu não lembro mesmo, era criança — respondeu enquanto balançava a cabeça.
— É verdade, eu também era adolescente, não me lembro muito bem — Natália disse, enquanto preparava seu sanduíche.
Naquela noite, nem eles e nem o resto das pessoas da cidade dormiram bem. Todos estavam abalados com a quantidade de água que caía do céu.
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Quando Ele nos Encontra
EspiritualNatália vivia tentando parecer perfeita, e foi assim que conseguiu um grande número de seguidores na internet e clientes dos seus lindos cadernos, que pareciam bolos enfeitados. Porém ela não era feliz agindo dessa forma, pois muitas das suas atitud...