Dois dias depois, Natália novamente foi ao ponto de ônibus, agora após ter pensado seriamente sobre o que sua irmã disse (não demonstrar sua paixonite).
Assim que chegou, viu que quem estava procurando vinha em direção aonde ela estava. Começou ficar um pouco nervosa por causa das falas da Júlia, pensando se tinha mesmo se apaixonado.
Quando ele chegou no ponto de ônibus, tinham muitas pessoas lá, mas Natália nem notou. Quando o rapaz chegou perto dela por não ter muitos lugares para ficar, Natália estava tão ansiosa que falou sem pensar:
— Eu tenho namorado! — olhou para ele rapidamente.
— Eu acredito que pode ter — sorriu, após ter respondido seriamente.
Natália olhou para ele novamente depois dessa fala, e assimilou o sorriso dele com o da mulher que a cumprimentou na primeira vez em que foi na igreja.
"O sorriso dele parece tão sincero como o da Maria", pensou.
Logo o ônibus chegou e ela nunca se sentiu tão aliviada por poder sair de uma situação. Quem dera se fosse assim tão fácil! Na realidade o rapaz continuou a conversa.
— Como você se chama?
— Natália — respondeu, olhando para longe enquanto os outros passageiros entravam.
— E eu me chamo Joseph — riu, parecendo perceber o desconcerto da conversa.
Natália acenou com a cabeça. Depois de entrarem no ônibus, ela continuou pensando no porquê disse a ele que tinha namorado. Que ideia maluca!
Ela normalmente sabia como mascarar muito bem seus pensamentos, porém sua irmã estava certa. Além de ter mesmo se apaixonado, também não conseguia ignorar a existência dele.
— O que você faz, que sempre está cheia de pacotes? — ele perguntou, interrompendo os pensamentos dela.
— Eu faço... cadernos.
— Cadernos? Que interessante!
— E você, o que faz que sempre está em vários lugares? — depois de perguntar, ela pensou que agora tinha deixado claro que reparava que ele estava nos mesmos lugares que ela.
"Que vergonha!", pensou.
— Como estou sempre em vários lugares, eu também faço várias coisas... — parou de falar por alguns segundos. — Hoje estou indo enviar pacotes também, da livraria.
— É mesmo! Você trabalha lá? — Natália perguntou com entusiasmo, esquecendo que queria evitar a conversa.
— Sim, gosto muito de lá! Sempre quis trabalhar com livros.
Logo o ônibus chegou no destino de ambos e então desceram. Natália decidiu não falar mais, porque percebeu que estava muito feliz por ter encontrado alguém que também gostava de livros. Além de que, se continuasse a conversa, ia acabar desmentindo que tinha namorado.
Chegando no local de postagens, ele abriu a porta para ela, que agradeceu com um aceno. Enquanto esperava, embora ela não queria conversar, todos os seus pensamentos eram se aquele rapaz era alguém que Deus aprovaria para ser seu namorado.
Sabia que era cedo demais, porém era óbvio que gostava dele.
"Será amor à primeira vista?", pensou.
"De qualquer forma, preciso saber se ele é alguém que também ama a Deus."
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Quando Ele nos Encontra
EspiritualNatália vivia tentando parecer perfeita, e foi assim que conseguiu um grande número de seguidores na internet e clientes dos seus lindos cadernos, que pareciam bolos enfeitados. Porém ela não era feliz agindo dessa forma, pois muitas das suas atitud...