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Ayanna

Senti ele segurar com uma mão os meus braços que agarravam com toda força o corpo dele, e eu só fui entender o porquê disso quando ele tirou a moto do chão, empinando. A adrenalina era tanta, que meu coração parecia que ia sair pela boca, e eu nem vou reclamar o fato dele não ter medo de morrer, ele era bandido, lidava muito bem com isso todos os dias.

Em outras ocasiões eu até adoraria tudo isso, eu amo adrenalina e, sentia que precisava dela pra minha vida fazer sentido, só que eu tava bem puta, e não era pela velocidade que a gente tava ou pelas loucuras que ele fazia comigo em cima da moto, fiquei puta mesmo foi com audácia dele de achar que poderia me levar assim na madrugada, sem mais nem menos.

Eu: tu tá maluco!? — tiro o capacete e grito quando ele estaciona a moto em frente à um quiosque fechado. Ele desce tirando a chave da ignição, rodeando a moto com um sorriso do caralho no rosto.
Tinha até esquecido que eu tava brava com esse filha da puta.

Ret: não gostou? — ele pergunta sem tirar o sorriso da cara, me viro e me sento em um banquinho de concreto que tinha ali, cruzando os braços com frio.

Eu: que ódio! — fecho os olhos respirando fundo — cara, tu tem problema? — encaro ele encostado na moto, com as pernas esticadas e os braços cruzados — sério mesmo, eu juro pra tu que meu ódio nesse momento me faz esquecer que tu é bandido.

Ret: então é bom fixar isso na tua mente, moreninha — ele aponta com o dedo indicador pra cabeça dele — tu não vai querer que eu refresque pra tu. — desço meu olhar pro volume da arma na cintura dele.

Agora deu o caralho mesmo.

Eu: vai atirar em mim, é? — me levanto gargalhando, passando meu olhar pela rua quase deserta e sentindo uma pequena porcentagem da raiva ir embora, mas ela logo volta quando observo a falta de expressão dele que já dizia tudo — vou ligar pra polícia, isso é sequestro.

Ret: cuidado com essas brincadeiras de ameaça, garota, tá lidando com garotinho não. — ele aponta pra mim, todo sério.

Eu: e quem disse que eu tô brincando? — arqueio a sobrancelha esquerda, mantendo uma distância dele, curta mas, distante. Como se isso fosse impedir dele avançar em mim em questão de segundos.

Eu nem digeri nada, nem deu tempo, quando vi ele já tava com uma mão no meu pescoço, me segurando. Ele foi afrouxando o aperto aos poucos, e em seguida levou a boca até o meu ouvido direito, me fazendo arrepiar com o suspiro pesado que ele dava com a boca entreaberta.

Ret: tu não brinca comigo, garota, que tu não aguenta — ele diz baixinho, entredentes — eu sei que tu ama uma adrenalina, é disso que meninas como você gosta — ele afirma e eu tento tirar a mão dele do meu pescoço, sentindo ele firmar ainda mais o aperto — não vem querer dar uma de santa comigo que não cola.

Eu olhava ele no olho, prestando atenção em cada palavra que ele falava. Ret me deu uma última olhada antes de avançar direto na minha boca, com toda euforia e rispidez, conseguindo ser ainda mais bruto que a primeira vez.

A nossa língua parecia fazer sexo, era um beijo tão sexual, imoral, quase como um pornô ao vivo. Ele foi descendo uma mão pela minha bunda, apertando, enquanto ainda me segurava pelo pescoço, só que sem tanta força, o que me fez soltar um suspiro pesado pela excitação que aquilo me causou. Ele se afastou, fazendo um estalo ecoar junto com o bagulho do mar, aquilo parecia cena de filme.

Ele soltou o meu pescoço, me puxando pela mão até o outro lado do quiosque fechado. Sorri sorrateiramente quando percebi qual era a intenção dele. Fiz um sinal pra ele esperar e me sentei no banco de concreto tirando os meus saltos e os deixando ali no cantinho, junto com a minha bolsa, voltando a segurar na sua mão, me deixando ser levada inteiramente por ele.

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