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Ayanna

Ele foi puxando o meu lábio inferior lentinho, enquanto adentrava os dedos pelos fios do meu cabelo puxando, fazendo o meu pescoço tombar pra trás, dando espaço pra ele tomar a minha pele com aquela boca quente. Era possivel ver algumas pessoas passando pela gente, mas nenhuma delas atreviam-se a olhar, passavam como se nada tivesse acontecendo. A sensação de ter ele lambendo o meu pescoço ali, tão exposto, tão obsceno, me causou uma sensação desgraçada de boa.

Senti ele subir com a língua pro meu queixo, indo em direção a minha boca de novo, dando uma mordidinha e iniciando outro beijo devastador, me fazendo sentir mais uma vez o gosto forte de maconha da boca dele. Ele foi descendo com as mãos bobas, dos meus seios até a minha bunda, dando leves apertos na minha cintura enquanto me beijava. Segurei a nuca dele com uma mão, arranhando com as minha unhas longas e afiadas, ouvindo ele suspirar pesado durante o beijo, fiz isso umas duas vezes e desacelerei o beijo segurando o rosto dele sobre uma mão, deixando um selinho na intenção de finalizar, e quem disse que ele aceitou? Ele me puxou bruto e começou mais outro beijo, mais rápido e ríspido dessa vez, sem enrolação, sem provocação, na pegação pura.
O meu corpo parecia que ia se fundir com o dele de tão colado que tava, eu já sentia o pau dele volumoso na minha barriga, o que me deixou ainda mais instigada.

E foi com duas buzinadas de uma moto específica que o beijo foi interrompido.
Era o Alex, ele tava lá na frente, mas devido ao escuro do terraço e o fato do homem alto tá praticamente me cobrindo com o tamanho dele o meu padrasto não me viu. Ele segurava o celular no ouvido, acho que tava tentando me ligar, e nem ia conseguir, eu tinha desligado pra dar a desculpa que tava descarregado e ficar mais tempo na resenha. Ret me olhou quando percebeu que eu parei o beijo e virou encarando o Alex, voltando a me encarar com um sorriso cafajeste nos lábios. Coloquei minhas duas mãos sobre o peito dele empurrando pra ele me soltar, e assim ele fez.

Ret: namoradinho chegou, limpa a boca pra ele não perceber. — ele fala sarcástico e solta a minha cintura, me fazendo desequilibrar do salto, quase cair.

Filho da puta.

Me desvencilho dele, e sem falar nada, aproveitei que uma pessoa tava saindo e saí junto pra disfarçar. O Alex me encarou meio impaciente, e guardou o celular no bolso.

Alex: tua mãe tá puta contigo. — ele tira o descanso da moto — sobe aí e vamo logo antes que ela venha atrás de tu. — ele fala e eu ajeito o meu vestido, subindo na moto e dando uma última olhada pro terraço não vendo absolutamente nada.

[..]

Cheguei em casa e coloquei o meu celular em cima da cômoda, tomando esporro da minha mãe desde que eu pisei em casa.
Era mais de uma da manhã, mas ela não se importou nem um pouco, estava me esculhambando no grito, com o Bernardo no colo dormindo. Igor e Gustavo estavam na sala com o Alex, calados. Ela tava descontando em todo mundo, quem tivesse doido que dirigisse a palavra pra ela. Eu apenas ouvia tudo calada.

Karina: a minha mão tá coçando pra te dar uns tapas, Ayanna, tô me segurando porque se eu te pegar eu não solto mais. —ela balança o Bernardo no colo que se remexia pela gritaria — me pede pra sair de novo, caralho, me pede.

Eu: o meu celular descarregou e eu perdi a noção da hora. — falo tirando a minha roupa e me enrolando na toalha.

Karina: Só quero sonhar que você tá aprontando pelas minhas costas pra eu te matar de porrada e te mandar embora pra casa da tua avó. — ela adonta pra mim.

Eu: eu não tô aprontando. — gesticulo e ela me encara bolada.

Karina: você é de menor e ainda tá de baixo do meu teto — ela diz batendo no peito — se eu disser que é pra chegar em um horário — ela se aproxima — é pra chegar no horário que eu falei!

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