𝑝𝑜𝑙𝑖𝑐𝑖𝑎

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...

Oliver começou a correr pela casa e não achou a chave.

Foi quando ele encontrou um clipe de papel e o deformou para abrir as algemas.

Ele pegou a mão direita de Erick e a soltou e depois abriu a algema da mão esquerda.

Ele segurou a cabeça de Erick e disse:

- Acorda, acorda!

- Hum, hum. - Erick acordou meio zonzo.

- Ufa!

- Você conseguiu me soltar?

- Sim. - Disse, colocando uma toalha sobre seu corpo.

- Obrigado.

- De nada.

- Vai lá tomar um banho, vai.

- Vou lá.

- Você me empresta uma camisa?

- Claro, pega aí no armário. - Erick foi ao banheiro.

Oliver pegou uma camiseta de crepúsculo e a vestiu.

Logo depois, ele foi à cozinha, pegou uma xícara de café e começou a saborear.

- Vamos pro hospital? - Oliver perguntou enquanto Erick saía do banho de toalha.

- Não precisa.

- Você sabe que corre o risco de morrer, né?

- Eu estou medicado... e que tal agente ver as passagens para São Paulo?

- Eu odeio quando você troca de assunto.

- Esquece isso. Disse inclinando a cabeça.

- Aff... vamos ver as passagens então.

- Eba! - Disse Erick, pegando seu notebook e sentando na mesa da cozinha ainda de toalha.

- Sinto que vou me arrepender disso.

- Fica tranquilo... senta aqui comigo.

- Tá bom. - Disse, sentando ao lado dele.

"Passagens do Rio de Janeiro para São Paulo." - Erick pesquisou no Google.

- Tem essa na promoção, 1.000 reais para dois adultos.

- Que dia?

- De sexta para domingo.

- Por mim, tudo bem.

- Comprado então. - Disse, clicando no carrinho do site e depois dando um beijo na bochecha de Oliver. - Eu tô louco para te apresentar para a minha mãe.

- Cara, você não existe.

- Faço tudo por você.

- Só não vai para o hospital. - Oliver disse zoando e ao mesmo tempo falando sério.

- Isso eu não faço mesmo.

- Que bom que terça você vai lá tomar ferro e eu conto tudinho para a médica.

- Você vai contar que a gente se pegou?

- Se depender de mim, eu conto.

- Aff...

...

10 de maio, sexta-feira

- Bem-vindo a São Paulo. - Erick disse na saída do aeroporto de São Paulo.

- A terra do lindo Rio Tietê, dos incríveis barulhos da natureza e da baixa poluição. - Oliver disse zoando.

- Oh... engraçadinho... São Paulo é muito mais que isso.

- Tá bom... o que importa mesmo é que a gente vai na 25 de Março.

- E minha família.

- Tô zoando... eu tô louco para conhecer a sua mãe... mas antes...

- Passar na 25 de Março... eu sei. - Erick completou.

...

Andando pelas ruas de São Paulo, Oliver começou a se sentir desconfortável com os olhares para os dois.

Então ele decidiu andar sem segurar a mão de Erick.

- O que houve? - Erick perguntou após ele soltar a mão.

- Nada.

- Eu te conheço.

- Eu tô desconfortável com os olhares desse povo.

- Você está ligando para esses homofóbicos do cara**o?

- Eu tenho medo... vai que eles querem... sei lá.

- Se alguém encostar um dedo em você, esse alguém vai conhecer o demônio mais cedo.

- Tá bom então...

- Não fica envergonhado assim não... quem tem que ter vergonha são esses homofóbicos.

- Verdade.

- Cara... você é tão incrível... você não merece passar por isso.

- Eu posso te dar um abraço?

- É claro. - Disse, o abraçando.

Logo depois do abraço, Oliver deu um leve selinho em Erick que foi interrompido pela fala de um cara que estava tampando os olhos do seu filho.

- Que ridículo.

- O que é ridículo, senhor? - Erick disse.

- Vocês mulherzinhas se pegando aqui na rua.

- Foi só um beijo. - Oliver disse.

- Como eu explico isso para o meu filho?

- Do mesmo jeito que você explica um beijo de um homem e uma mulher. - Erick disse.

- Agora a mulherzinha é afrontosa.

- Ele é muito mais homem que o
senhor. - Oliver se estressou.

- Vou mostrar o que é um homem de verdade. - Disse antes de dar um soco em Oliver que o fez cair no chão.

- Você não fez isso. - Erick disse irritado.

- Você também quer um soco? - Disse o senhor que mirou um soco em Erick, mas foi interrompido por um soco na barriga de Erick.

Os dois começaram uma briga, e Oliver foi correndo até a criança de 8 anos do senhor estava chorando para acalmá-lo.

Depois de alguns minutos, uma viatura da polícia chegou e os separou.

- Os dois para a delegacia. Agora! - Disse algemando o senhor enquanto o outro policial algemava Erick.

Eles pegaram Erick com tudo e enfiaram no porta malas.

- Vai ficar tudo bem. - Erick disse para Oliver antes de fecharem o porta-malas.
...


Tricotando um amorOnde histórias criam vida. Descubra agora